Reflexão do Cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, presidente da Caritas Internationalis, sobre a crise de Gaza
Roma, 01 de Agosto de 2014 (Zenit.org)
O caminho da reconciliação é longo, mas começa dentro de nós
mesmos. Israel e Hamas, como é que vocês olham para o cisco no olho do
teu irmão, e não conseguem perceber a grande coluna que têm no próprio? O
que deveriam fazer é depor as armas e pegar um par de binóculos para
verificar que a maioria de suas vítimas são pessoas inocentes. Assim, o
cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, presidente da Caritas
Internationales e arcebispo de Tegucigalpa, reflecte sobre a situação que
se vive na Faixa de Gaza desde o começo de Julho.
Como indicado pelo cardeal no documento que escreveu, desde o
início da ofensiva "quase dois milhões de palestinianos em Gaza e parte da
população israelita encontraram-se envolvidos em uma devastadora
guerra”. A população – assegura – não tem um lugar seguro para
refugiar-se quando as bombas caem naquela pequena faixa de terra,
densamente povoada, que é Gaza. Ali vêem seus assassinados, seus bairros
destruídos e as suas esperanças de paz futura despedaçadas. "O campo de
batalha são bairros cheios de crianças, mulheres e homens. Hospitais
lotados com feridos e mortos, escolas bombardeadas, até mesmo quando
viram abrigo”, disse o cardeal.
De Caritas, o Cardeal Maradiaga salienta que "temos pedido o
cessar-fogo permanente, mesmo que seja só um primeiro passo no caminho
para uma paz justa, que é baseada em negociações, inclusive em toda a
região".
Também lembra que esta é a terceira guerra em cinco anos, entre
Israel e os activistas de Gaza. "Os palestinianos de Gaza já vivem uma vida
em que falta o abastecimento de água, a maioria dos alimentos vem de
organizações humanitárias e está fora do alcance dos seus habitantes a
dignidade de ter um emprego", indica.
O Cardeal Maradiaga indica que Caritas facilita ajuda material e
espiritual para o povo de Gaza, em momentos de necessidade e desespero. E
acrescenta: "exortamos para que se levante o bloqueio de Gaza e se
permita aos seus habitantes proteger a própria vida e meios de
subsistência, a fim de poder viver uma vida digna”.
Como Caritas, o cardeal assegura oração pela paz na Terra Santa.
"Oramos pelas famílias palestinianas e israelitas que perderam seus
filhos, mães e irmãos e pelos que foram mortos. Nossas orações vão para
as crianças que vivem no terror, cujas cicatrizes mentais permanecerão
profundas, mesmo muito tempo depois de acabar esta guerra".
Por fim, o arcebispo de Tegucigalpa envia o amor e solidariedade da
Confederação Caritas aos "funcionários da Caritas que arriscam suas
vidas todos os dias trabalhando em Gaza", pessoas “que trabalham
humildade e sem trégua a serviço de Jesus, nas condições mais difíceis
que se possa imaginar". Também envia suas orações aos companheiros de
Caritas Jerusalém e "o apoio vital que eles oferecem constantemente aos
colegas que trabalham no campo".
(01 de Agosto de 2014) © Innovative Media Inc.
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