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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Francisco enviou um milhão de dólares para desabrigados iraquianos

Cardeal Filoni: objectivo da missão foi ajudar todas as minorias perseguidas no Iraque


Cidade do Vaticano, 25 de Agosto de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


O papa Francisco enviou uma ajuda de um milhão de dólares para os cristãos e outras minorias religiosas iraquianas que tiveram que abandonar os seus lares diante do avanço dos milicianos extremistas do Estado Islâmico (EI). Uma parte desta doação foi levada pessoalmente pelo enviado especial do Santo Padre ao Iraque, o cardeal Fernando Filoni.

O cardeal, que é prefeito da Congregação Propaganda Fide, revelou a informação durante entrevista à agência de notícias de inspiração católica CNS, dos Estados Unidos, e declarou que, na viagem, de 8 a 20 de Agosto, levou somente 10% do valor da ajuda. Do restante, 75% foram destinados aos cristãos e 25% à comunidade yazidi, que tem uma das religiões mais antigas do mundo, com origens que remontam à mesma época do surgimento do judaísmo.

Filone já tinha sido núncio apostólico em Bagdad e permanecido na cidade durante a Guerra do Golfo, quando todos os outros diplomatas tinham deixado a cidade. Ele qualificou a decapitação do jornalista norte-americano James Foley de “ato de barbárie desumana, que, no entanto, eu já vi no passado”.

Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, o prefeito da Propaganda Fide afirmou: “O papa nunca disse ‘vá lá pelos cristãos’. Não. Ele me disse: ‘vá lá ajudar as minorias’. Isso demonstra que a Igreja agiu em prol de todos”.

“Eu estive com os yazidis, com seus sábios, aqueles veneráveis de barba longa. Encontrei-os cheios de sofrimento e de lágrimas: ‘Não temos mais nem força nem voz. Vocês são a nossa voz’”. O purpurado completou: "Como Igreja, nós estamos falando em favor de todos: dos yazidis e dos xiitas expulsos das suas aldeias, dos sábios... E também dos sunitas que não aceitam esta onda de terrorismo”.

O cardeal se interrogou sobre as armas dos milicianos: “Como é que todo este movimento de dinheiro e de recursos escapou de quem tem que controlar e de quem dirige as coisas de longe? É uma resposta que por enquanto está difícil de dar”.

Ao jornal Avvenire, o purpurado disse que os habitantes estão “dispostos a voltar para as suas aldeias desde que haja cinturões de segurança internacional que garantam que eles possam retomar a vida normal”. Filoni considerou interessante a ideia de que esses responsáveis pela segurança sejam os capacetes azuis da Organização das Nações Unidas.

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