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terça-feira, 31 de março de 2015

Perseguição aos cristãos


Família Eucarística Reparadora


Consciente de que a Eucaristia é o Centro da Liturgia e o Eixo fundamental da nossa vida cristã, e pelo facto de tantas vezes sentir falta de subsídios que ajudem a fomentar o amor reparador a Jesus Sacramentado, estamos a criar um blogue, cujo link é: familiaeucaristicareparadora.blogspot.pt

A Família Eucarística Reparadora, com os seus diversos ramos, tem por finalidade dar e procurar companhia a Jesus Eucaristia, sobretudo na sua vida de Sacrário.
 
Procuraremos actualizar o blogue mensalmente e contamos também com a colaboração de todos que podem enviar as suas sugestões e partilhas para o nosso mail: fameucaristicareparadora@gmail.com




Santa Sé publica as meditações da Via Sacra no Coliseu

Textos abordam questões como pena de morte, exploração de menores, perseguição aos cristãos e a família


Cidade do Vaticano, 30 de Março de 2015 (Zenit.org)


O Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice publicou nesta sexta-feira (27), os textos do bispo emérito de Novara, Dom Renato Corti, que serão lidos durante a Via Sacra presidida pelo Papa Francisco no Coliseu, em Roma.

"A cruz, ápice luminoso do amor de Deus que nos guarda. Chamados, também nós a sermos guardiões por amor" é o título das meditações de Dom Corti, que destaca na introdução que toda a Via-Sacra faz referência ao "dom de sermos guardados pelo amor de Deus, nomeadamente por Jesus crucificado, e ao dever de, por sua vez, sermos por amor guardiões da criação inteira, de todas as pessoas, especialmente das mais pobres, de nós mesmos e das nossas famílias, para fazer brilhar a estrela da esperança".

"Queremos viver esta Via Sacra em profunda intimidade com Jesus, escreve o bispo emérito de Novara. Vendo com atenção aquilo que está escrito nos Evangelhos, individuar-se-ão discretamente alguns sentimentos e pensamentos que poderiam ocupar a mente e o coração de Jesus naquelas horas de provação".

"Ao mesmo tempo, deixar-nos-emos interpelar por algumas situações de vida que caracterizam – positiva ou negativamente - os nossos dias. Expressarmos assim uma ressonância, que traduz o nosso desejo de realizar algum passo de imitação de nosso Senhor Jesus Cristo na sua paixão", diz o autor, que pregou em 2005, os exercícios espirituais para a Cúria Romana nos últimos dias do pontificado de João Paulo II.

Os problemas das famílias, a pena de morte, o tráfico de seres humanos, a exploração de menores ou dramas como as crianças-soldados estão presentes nas meditações da Sexta-feira Santa. Além disso, as 14 estações da Via Sacra contemplarão a presença feminina no Evangelho, o perdão e o amor de Deus.

Os cristãos perseguidos também estão presentes nas meditações do prelado italiano, que incluiu palavras do ministro paquistanês, o cristão Shahbaz Bhatti, assassinado em 2 de Março de 2011.

Milhares de pessoas assistem à noite no centro de Roma, a contemplação da Paixão de Cristo, acompanhando o Santo Padre que preside a meditação da Via Sacra.

Uma cruz de madeira será carregada por diversas pessoas, ao longo das catorze estações, dentro do famoso anfiteatro Flavio, que passarão pelo Arco de Trajano, e concluirão o percurso no Palatino.

A Via Sacra no Coliseu, um lugar simbólico que recorda os mártires cristãos que foram executados durante os espectáculos da Roma antiga, foi criada em 1741 pelo Papa Bento XIV e, depois de décadas esquecida, foi realizada mais uma vez em 1925. Em 1964, o beato Paulo VI foi ao estádio para presidir a oração e, desde então, a cada ano, o seguinte sucessor de Pedro.

A palavra-chave da Igreja no Paquistão é esperança

Entrevista com o pe. Miguel Ángel Ruiz, salesiano que conhece em primeira mão a realidade do país asiático


Cidade do Vaticano, 30 de Março de 2015 (Zenit.org) Rocio Lancho García


Ter morado no Paquistão durante 24 anos permite ao padre Miguel Ángel Ruiz entender a situação em que vivem os cristãos naquele país, analisar as causas e consequências dos atentados contra igrejas e propor soluções para combater a marginalização e a perseguição aos cristãos.

“Vejo a esperança na Igreja do Paquistão quando vivo todos os dias com os cristãos comuns, que seguem em frente apesar de todas as dificuldades. Vejo a esperança na família que foge da própria casa por ser cristã, no jovem assassinado por não querer se converter ao islão, nas mães que criam as suas famílias ensinando aos filhos o amor por Cristo, nos cristãos que, um dia depois dos atentados contra as nossas igrejas, voltavam a encher os templos sem medo”, diz ele.

O sacerdote salesiano passou mais de duas décadas como missionário no Paquistão. Onze anos foram em Lahore, onde fez parte do Conselho da Juventude e, mais tarde, do Conselho de Administração. Nos últimos sete anos, foi director da obra salesiana em Lahore, que envolve educação básica e técnica e o maior internato de jovens cristãos do país. Actualmente, ele cursa direito canónico em Roma. Foi em Roma que ele concedeu a seguinte entrevista a ZENIT.

ZENIT: Qual é a situação actual da comunidade cristã?

Padre Ruiz: Se é para fazer uma definição geral, poderíamos dizer no mínimo que é muito ruim. Os dois sectores da população que mais sofrem são também os mais importantes para o futuro da nossa comunidade: as mulheres e os jovens. As mulheres vivem uma dupla situação de discriminação, tanto por ser mulheres quanto por ser cristãs. Se lá o valor da mulher já é tão negativo a ponto de que, num tribunal, o testemunho dela vale a metade do de um homem, ela ser cristã a desvaloriza mais ainda. Quando querem insultar uma mulher cristã, eles a chamam de “cadela cristã”. Quanto à juventude, o arcebispo anterior de Lahore definia o jovem cristão do Paquistão como um ser humano frustrado. A juventude tem um potencial incrível, mas existe muito pouca possibilidade de mudar o destino da própria vida e isto se agrava para os cristãos, submetidos continuamente à falta de oportunidades, à discriminação no trabalho e ao escândalo. Isso pode explicar o fato de que, nos últimos anos, os relatórios sobre a juventude do país falam de até 95% de jovens que querem ir embora. Eu acho que, no caso dos jovens cristãos, pode ser 100%.

ZENIT: Depois dos dramáticos atentados das últimas semanas, qual é a esperança da Igreja no Paquistão?

Padre Ruiz: Esperança é uma palavra-chave no momento actual da Igreja no Paquistão. Se olharmos para o passado e para o presente da nossa situação, vemos poucas razões para a esperança... Mas a falta de razões visíveis ou externas para a esperança não quer dizer que ela não exista. A nossa esperança mais importante é uma Esperança com E maiúsculo. É Cristo Jesus, é Deus, nosso Pai, é a presença viva e operante do Espírito Santo em cada cristão do país. Eu não vejo a esperança nos políticos do país, nem nas estruturas actuais, nem nos grandes discursos... Vejo quando vivo todos os dias com os cristãos comuns, que seguem em frente apesar de todas as dificuldades. Vejo na família que foge de casa por ser cristã, no jovem assassinado por não querer se converter ao islão, nas mães que criam as famílias ensinando aos filhos o amor por Cristo, nos cristãos que, um dia depois dos atentados contra as nossas igrejas, voltavam a encher os templos sem medo. Era tanta gente querendo estar presente nas missas de funeral que a polícia teve que controlar para garantir que só os residentes tivessem acesso aos lugares de culto. Na paróquia católica, mais de 10 mil pessoas se reuniram. Esta é a nossa Esperança.

ZENIT: Sabendo que o futuro é imprevisível, mas levando em conta a tensão existente, o que poderia acontecer nos próximos meses no Paquistão?

Padre Ruiz: O futuro é imprevisível, sem dúvida, e a história do Paquistão demonstra isto... O país esteve à beira do caos em várias ocasiões e de repente acontece algo que muda tudo de novo. Mas, se o futuro é imprevisível, o presente é bem visível: existe discriminação por sermos quem somos, perda de missionários e de congregações, êxodo de cristãos em outras áreas do país dependendo de onde explode a violência, prisões indiscriminadas de cristãos pela polícia... Enfim, uma situação que exigirá que os cristãos façam um esforço ainda maior para continuar sobrevivendo dia após dia no Paquistão.

ZENIT: Qual é o papel da comunidade internacional nesta situação? E da Santa Sé?

Padre Ruiz: Nestes últimos sete anos, a Santa Sé nos defendeu de maneira contínua e muito corajosa. Não é fácil o trabalho da diplomacia vaticana que representa tanto o Santo Padre quanto a Santa Sé em países como o Paquistão. Muitas vezes é necessário ir além dos protocolos se quisermos ser pastores de verdade e servir à Igreja nas pessoas que a formam. Eu vivi bem de perto este apoio e é justo que ele seja reconhecido, porque às vezes pode dar a impressão de que certos serviços na Igreja nos separam do povo. Este não é o caso no Paquistão. No âmbito internacional, poderia ser feito muito mais. O papa Francisco mesmo já denunciou que estão tentando esconder esta perseguição... Porque existe uma perseguição também no Paquistão. Eu concordo que não somos os únicos perseguidos, mas também temos que denunciar em alto e bom som que já somos um alvo onde antes não éramos. O duplo atentado suicida demonstra isto. De agora em adiante, os cristãos do Paquistão não vão mais viver seguros em nenhuma parte do país, porque Youhanabad era o nosso sancta sanctorum, o único lugar em que os cristãos se sentiam seguros... E agora nem isso. Um país como o Paquistão olha muito ao seu redor... Eles não querem ficar isolados e é aí que a comunidade internacional pode ter um papel muito decisivo: pressionando o governo nos momentos de tensão, eles não vão poder agir impunemente contra a nossa gente. Eu acredito firmemente que esta pressão evitou uma sexta-feira negra depois dos atentados. Mas, enquanto fazemos esta entrevista, a polícia continua favorecendo o êxodo de Youhanabad, prendendo indiscriminadamente jovens e até menores de idade só por serem cristãos. Quantas manifestações de apoio a outros colectivos aconteceriam em muitos países se isto acontecesse? Alguns países do Ocidente não querem que haja cristãos de verdade. Não somos só um obstáculo para certas agendas? O cristão sempre será perseguido pelos intolerantes, com violência tanto física quanto ideológica. Eu só acreditarei em alguns organismos internacionais quando, além de denunciarem com as palavras, eles puserem as mãos na massa com medidas concretas.

ZENIT: O que pode ser feito para melhorar esta situação de violência e perseguição contra os cristãos?
Padre Ruiz: Primeiro, é necessário não esquecer o Evangelho... Quem somos. Não podemos responder à violência com violência e não podemos justificar de nenhuma forma acções como o linchamento de dois muçulmanos por alguns cristãos enfurecidos de Youhanabad. Dizer que não foram cristãos que fizeram isso seria esconder-nos; justificar isso como uma reacção lógica na hora dos ataques é esquecer a nossa mensagem, que é uma necessidade da humanidade nessas horas, e começar uma espiral de reacções contra nós. Temos que denunciar a situação sem medo... Usar todos os meios pacíficos ao nosso alcance para continuar ajudando os cristãos do Paquistão: doações para melhorar a sua situação no país, coordenar os grupos de apoio e de defesa, como a Cáritas, a Comissão Justiça e Paz, ajudá-las a viajar ao país para serem agentes evangelizadores válidos em nossa sociedade, porque elas sabem o que é sofrer por causa da fé. E rezar, rezar sempre, nas horas oportunas e inoportunas, como nos recorda a Escritura. E deixar que a forças da ordem ajam devidamente para evitar que a violência continue se estendendo, com o conseguinte genocídio cristão que estamos testemunhando.

ZENIT: Qual é o trabalho dos salesianos no país?
Padre Ruiz: Os salesianos no Paquistão estão do lado dos jovens mais necessitados, como em qualquer outro lugar do mundo, evangelizando sempre. Não fazemos distinção entre os jovens cristãos e os muçulmanos quando eles solicitam a educação básica ou técnica que nós oferecemos, tanto em Quetta (perto da fronteira com o Afeganistão) quanto em Lahore (perto da fronteira com a Índia). Sim, exigimos que os jovens muçulmanos aceitem a nossa identidade como cristãos para fazer parte da nossa estrutura. Não seria aceitável que, com a nossa população escolar de maioria cristã, tivéssemos que nos adaptar a outros credos ou estilos. E eu tenho que dizer que jamais tivemos problemas com os jovens do nosso centro. Mais ainda, em datas como o dia de Dom Bosco, são os próprios jovens muçulmanos que nos pedem para estar junto com os outros estudantes durante a missa, em vez de fazer as actividades alternativas que nós oferecemos, mantendo um clima de respeito e de crescimento mútuo. Eles não nos percebem como uma ameaça, nunca, porque não fazemos proselitismo. Vivemos o que pregamos e o que pregamos não é perigoso para eles. Por isso, é curiosa a transformação que muitos deles sentem entre nós, a ponto de chorar no dia da graduação por terem que deixar o centro. Trabalhamos pelas vocações e em solidariedade com a Igreja local em tudo o que podemos. Não vamos reduzir o nosso trabalho à simples promoção social, porque no Paquistão se vive a fé de uma forma muito intensa: eles precisam de nós como consagrados que somos e exigem que nós vivamos a nossa consagração com totalidade.

A Tunísia vai às ruas contra o terrorismo

Protesto encabeçado pelo presidente e por líderes de vários países reuniu milhares na capital


Madrid, 30 de Março de 2015 (Zenit.org) Ivan de Vargas


A capital da Tunísia registou neste domingo um protesto massivo contra o terrorismo, após o atentado de 18 de Março no Museu do Bardo, que matou 22 pessoas de diversas nacionalidades e foi reivindicado pelo auto-proclamado Estado Islâmico.

A manifestação teve carácter internacional, com a participação do presidente francês François Hollande, do presidente palestino Mahmud Abbas, do primeiro-ministro italiano Mateo Renzi, do presidente da Polónia Bronislaw Komorowski, do ministro de Assuntos Exteriores da Espanha José Manuel García-Margallo e de vários líderes árabes, que encabeçaram a marcha junto com o presidente tunisino Beyi Caid Essebsi.

Cerca de 25 mil pessoas participaram da concentração “A Tunísia contra o terrorismo” e lotaram a Avenida 20 de Março, onde se encontra o museu de pré-história, etnografia e colecções africanas. Participou também uma vasta delegação inter-religiosa formada por representantes de comunidades muçulmanas, judaicas e cristãs, além de turistas que se uniram à marcha.

Depois da manifestação, o presidente da Tunísia inaugurou uma placa comemorativa na porta do museu, onde centenas de pessoas elevaram cartazes com os nomes dos falecidos.

“Hoje, o mundo é o Bardo e eu estou completamente do lado dos que trabalham por uma Tunísia livre, aberta, democrática e contra o terrorismo”, afirmou a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini. Em comunicado, a política italiana destacou a reacção dos tunisinos diante do golpe terrorista. Esta é “uma prova que confirma o quanto eles estão comprometidos com a defesa da sua democracia e da estabilidade da Tunísia”, acrescentou.

Horas antes da marcha, Essebsi anunciou que unidades especiais da Guarda Nacional tinham matado o autor intelectual do atentado e outros oito terroristas, numa operação realizada no sábado à noite na região de Gafsa, próxima da fronteira com a Argélia.

A "Primavera árabe" teve efeito negativo para os cristãos do Oriente Médio

Considerações no discurso que o Patriarca de Babilónia dos Caldeus, Louis Raphael I, proferiu sexta-feira, 27, em Nova Iorque


Roma, 30 de Março de 2015 (Zenit.org)


As chamadas “Primaveras árabes” tiveram um “impacto negativo” na condição das comunidades cristãs médio-orientais, provocando êxodos em massa semelhantes aos causados 100 anos atrás pelos massacres de cristãos iniciados em 1915 no território otomano.

Esta é uma das considerações mais fortes e dolorosas contidas no discurso que o Patriarca de Babilónia dos Caldeus, Louis Raphael I, proferiu sexta-feira, 27, em Nova York, durante a sessão dedicada ao drama dos cristãos no Oriente Médio que se realizou junto ao Conselho de Segurança da ONU, sob iniciativa da França. “Com toda sinceridade”, disse o Primaz da Igreja caldeia, “a chamada Primavera árabe teve efeito negativo para nós. Se tivéssemos tido a possibilidade de trabalhar em harmonia com o mosaico de religiões e grupos étnicos que compõem a nossa região, teríamos visto o desenvolvimento de uma força capaz de conduzir a região rumo à paz, a estabilidade e o progresso”.

Referindo-se à situação do Iraque, o Patriarca Louis Raphael I pediu “pleno apoio ao governo central e ao governo regional curdo na libertação de todas as cidades iraquianas, inclusive Mosul e todas as aldeias e vilarejos da Planície de Nínive aonde vivem as minorias cristãs, yazidis, shabaks e outras. Segundo o Primaz da Igreja caldeia, “é necessário garantir uma protecção internacional para seus habitantes, obrigados à força a deixar suas casas” e “aprovar uma Lei sobre a propriedade imobiliária que assegure seus direitos em sua terra, permitindo-lhes retornar às suas casas e retomar suas vidas em condições de normalidade”. Em relação ao fenómeno jihadista, o Patriarca repetiu com firmeza que “estes actos terroristas não podem ser generalizados e associados a todos os muçulmanos”, porque a maioria dos fiéis islâmicos “rechaça a politização da religião e’ aceita viver uma vida normal com os outros, no âmbito do estado civil e seguindo as regras do direito”. Além disso, segundo Sua Beatitude Louis Raphael I, “a paz e a estabilidade não podem ser alcançadas somente por meio de intervenções militares; sozinhas, de fato, elas não podem desarraigar este modo totalizante de pensar” que destrói os seres humanos e a civilização.

Entre as medidas concretas a adoptar para controlar os conflitos que dilaceram o Oriente Médio, o Patriarca invocou também a adopção de leis internacionais capazes de condenar “nações e indivíduos que apoiam grupos terroristas economicamente, intelectualmente ou com armas”, para que suas acções sejam consideradas crimes contra a paz social.

Vaticano: as crianças-soldado, um mal abominável

O Conselho de Segurança da ONU organiza um debate sobre as crianças-soldado nos conflitos armados. O observador permanente da Santa Sé adverte sobre a necessidade urgente de um novo consenso internacional


Roma, 30 de Março de 2015 (Zenit.org) Rocio Lancho García


O arcebispo Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, em Nova York, advertiu que "a crescente utilização, por grupos terroristas e outros actores não estatais, de crianças em conflitos armados, demonstra a necessidade urgente de um novo consenso internacional para enfrentar este crime e renovar a vontade da Comunidade Internacional para resolver esta chaga”. Assim falou durante o seu discurso no Conselho de Segurança da ONU no último dia 25 de Março, em um debate organizado sobre as crianças nos conflitos armados.

Advertiu que 2014 foi o pior ano na era moderna em relação ao uso de crianças como soldados em conflitos armados. Somente na Síria e Iraque – explicou – mais de 10.000 crianças foram forçadas a se tornar crianças-soldado. "Todos nós temos que dar o primeiro passo e afirmar uniformemente que o recrutamento e uso de crianças em conflitos armados não só é uma grave violação dos direitos internacionais humanitários e humanos, como também um mal abominável que deve ser condenado”, disse o arcebispo. E esta afirmação não deve ser feita só pelos governos, mas também todos os líderes sociais, políticos e religiosos, disse monsenhor Auza.

Por outro lado, observou que, no caso de actores não-estatais que forçosamente recrutam e usam crianças-soldado em todo o mundo ou que cometem violências brutais contra minorias religiosas e étnicas, quando o Estado não está disposto ou é incapaz de enfrentar tais atrocidades, “é responsabilidade deste organismo proporcionar, após esgotar todos os outros meios, os instrumentos militares necessários para proteger os cidadãos desses agressores desumanos".

Na conclusão do seu discurso, o arcebispo observou que a comunidade internacional já tem muitos dos instrumentos necessários para lidar com o uso das crianças-soldado mas “falta a vontade política e a valentia moral para dar os passos necessários diante desse desafio”. Com essa pergunta terminou o seu discurso: quanto tempo tem que passar para que deixemos de olhar para o lado?”

Uma semana pela vida no Parlamento Europeu

Terminou no último domingo, em Bruxelas, a Semana pela Vida, que lançou uma Petição para reafirmar os conteúdos do One of Us


Roma, 30 de Março de 2015 (Zenit.org) Elisabetta Pittino


"A Dignidade Humana em 2015: quais os desafios?". Este foi o tema da Semana pela Vida 2015, organizada no Parlamento Europeu, em Bruxelas, agora em sua 5ª edição.

Nascida neste ano por iniciativa do Grupo de Trabalho do Partido Popular Europeu sobre Bioética e Dignidade humana, que também patrocinou a iniciativa, a Semana pela Vida teve oficialmente o momento mais importante do evento no dia 24 de Março, mas paralelamente houve eventos também fora do Parlamento que terminou no domingo, 29 Março, com a Marcha pela Vida em Bruxelas.

A batalha de civilização e de liberdade tomou forma em uma "Petição para One of Us", lançada a nível europeu no dia 24 de Março, com uma conferência da Federação One of Us, que precedeu a Semana pela Vida.

A iniciativa foi apresentada por Carlo Casini, presidente honorário da Federação One of Us, já presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu e histórico ex-presidente do Movimento pela Vida italiano, juntamente com o parlamentar europeu esloveno Miroslav Mikolasik, membro do grupo de trabalho sobre Bioética e dignidade humana, e o euro deputado esloveno, Alojz Petterle.

Enquanto se espera pelo pronunciamento do Tribunal de Estrasburgo, os cidadãos europeus provida voltaram a se manifestar. O idealizador da “petição de apoio” é Carlo Casini que, de acordo com ele, o primeiro objectivo da Petição é o de “reabrir a iniciativa dos cidadãos europeus (Eci) sobre One of Us, injustamente fechado pela Comissão".

A petição, isso é a particularidade, será assinada por especialistas no âmbito científico, jurídico e político. Assinaturas “escolhidas” para apresentar à Comissão e ao Parlamento Europeu que a rejeição da iniciativa popular One of Us, assinada por quase 2 milhões de pessoas, é infundada e inaceitável tanto do ponto de vista científico quanto do ponto de vista jurídico e político.

A petição contém dois pontos: que One of Us seja objecto de uma iniciativa da Comissão Europeia e seja discutido em detalhe na Assembleia plenária do Parlamento; que as Instituições europeias reconheçam o nascituro como pessoa humana, como, justamente, Um de Nós.

"Uma petição poderia induzir as instituições a remover a decisão de não dar seguimento à iniciativa – afirma Casini -, a Petição é um meio previsto pelos Tratados de funcionamento da EU-tfeu (Art.227), mais simples do que os Eci". Não requer formas particulares, nem dados pessoais para os peticionários, nem número mínimo de assinaturas.

De acordo com a finalidade da petição - disse Casini – que é educativa e cultural para "despertar a atenção e a consciência das categorias de pessoas especialmente comprometidas por razões profissionais sobre o tema da vida”. De facto, a recolha de assinaturas será acompanhada – explicam Casini e Mikolasik - por conferências, seminários e escritos.

Síria: ISIS executou mais de duas mil pessoas

Informa o Observatório Sírio de DD.HH. Mais da metade eram civis, incluindo mulheres, crianças, e até militantes que queriam regressar ao país de origem


Roma, 30 de Março de 2015 (Zenit.org)


Mais de duas mil pessoas foram executadas na Síria por militantes do Califado Islâmico (ISIS, por sua sigla em Inglês), desde Junho passado, quando tomaram o controle de algumas áreas do país.

A notícia foi publicada recentemente pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que afirma que 1.274 dessas pessoas eram civis, incluindo oito mulheres e seis crianças.

Enquanto os números são actualizados, o ISIS continua sua acção sangrenta: oito soldados sírios, muçulmanos xiitas, foram decapitados simultaneamente por outros carrascos do Califado Islâmico. Para tornar a atrocidade ainda mais espectacular, no vídeo postado pelo ISIS aparece uma criança entregando as facas aos torturadores.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos também informa que entre 28 de Fevereiro e 28 de Março, foram executadas 61 pessoas, das quais 36 civis, das províncias de Hama (centro), Aleppo (norte), Al Raqa (leste), Deir al Zur (leste), Homs (norte) e Al Hasakah (nordeste).

A pena foi inferida por fuzilamento, decapitação, apedrejamento, lançamento de pessoas, e até mesmo pessoas queimadas vivas.
A lei do terror se aplica também aos próprios membros, uma vez que o ISIS já executou 125 milicianos suspeitos de querer desertar ou voltar para seus países de origem. O mesmo aconteceu com 116 membros de milícias rivais, como a Frente Nusra, uma subsidiária da Al-Qaeda na Síria.

A pena também foi aplicada a 515 soldados capturados em combate, pertencentes ao exército do governo de Al Assad. Os números excluem as execuções realizadas pela ISIS no Iraque.

Bispos dos Estados Unidos questionam "por que prender os mais vulneráveis?"

Delegação de líderes de várias denominações cristãs visita o centro de detenção Dilley, no Texas


Roma, 30 de Março de 2015 (Zenit.org)


Uma delegação de bispos católicos, evangélicos e luteranos dos Estados Unidos, visitou as mães e crianças que fugiram da violência de seus países de origem e agora estão detidos no Centro de Detenção Dilley, no Texas. Os líderes religiosos pediram ao governo federal para acabar com a prática da detenção de famílias, citando os efeitos nocivos sobre as mães e os filhos, como indicado em nota publicada no site da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos (USCCB).

"Depois desta visita, a minha principal pergunta é: por que? Por que prender essas pessoas vulneráveis, jovens mães e traumatizadas, com seus filhos, que fugiram da perseguição em seus países de origem?". A pergunta é de Dom Garcia-Siller, Bispo de San Antonio (Texas), após a visita ao Centro de Detenção Dilley.

Ele também comentou que uma grande nação como os Estados Unidos, “não precisa prender os mais vulneráveis como forma de dissuasão. O carácter moral de uma sociedade é julgado pela forma como trata os mais vulneráveis. A nossa política de detenção de famílias é vergonhosa e peço as instituições para acabar com essa prática".

Por sua parte, Dom Eusébio Elizondo, presidente da Comissão para a Migrações da USCCB, após a visita, afirmou: "A detenção de famílias não faz sentido e enfraquece o processo legal. É particularmente prejudicial para as crianças, que sofrem danos emocionais e psicológicos depois da prisão. Esta política é uma mancha na história do governo norte-americano sobre a imigração".

De acordo com Dom James Tamayo, Bispo de Laredo, Texas, existem "alternativas à detenção: acções humanitárias que podem ser usadas ​em favor das pessoas envolvidas". A Igreja – argumentou ele - está disposta a ajudar neste sentido.
Desde o Verão passado, o Departamento de Segurança Nacional (DHS) prendeu centenas de famílias em centros de detenção no Novo México, Texas e Pensilvânia, como resultado da nova política de detenção para famílias que fogem da violência na América Central . (HSM)



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Os pais de Santa Teresinha, modelos para todos os pais

Frei Patricio, OCD, superior carmelita no Egipto, explica que "espiritualidade familiar não é ideia, é vida"


Cairo, 30 de Março de 2015 (Zenit.org) Frei Patrício Sciadini


Quase todos os dias ouvimos falar que a família está em crise, perdeu o seu rumo, e que os pais hoje em dia não sabem educar, que os jovens não querem mais ficar em casa e preferem viver longe dos pais e, dizem os psicólogos e a mesma Igreja, que os jovens, vendo as brigas super violentas dos pais, preferem nem se casar. Se diz ainda que o número dos divórcios aumenta cada vez mais e que o matrimonio não é estável, mas passageiro. O que importa é a convivência e a felicidade pessoal e momentânea... E ainda há quem diga com fundamento que a causa do número dos jovens que pegam o caminho da droga e não raramente o caminho do suicídio seja a desestabilização da família, como primeiro centro educacional sério e evangelizador. E a ladainha pode continuar e dizer por ex. que os jovens preferem “as diversões sexuais e afectivas”, mas sem uma ligação consagrada nem de Deus e nem da lei. E se por acaso, por descuido, aparecer uma gravidez, não há problema, o aborto é solução. Por aí vai.

Que a Igreja esteja preocupada com esta situação é comprovado pelo sínodo da família que se pensava que uma simples sessão fosse necessária e o Papa Francisco e os participantes se viram obrigados a prolongá-lo com uma outra sessão e pode ser que nem baste... Há sobre a mesa problemas grandes e graves que vão da homossexualidade às segundas núpcias, ao matrimónio de fato ou matrimónio “aparente, de fachada”. Pais e mães não são mais tão importantes, se pode comprar um pai e mãe de aluguer e tudo está resolvido. Poderíamos continuar no que se diz até escrever um livro, mas a que serve fazer análises se não se encontra a solução e o meio certo?

A Igreja nos oferece uma solução e um remédio eficaz através da canonização dos pais de Santa Teresinha, Zélia Guerin e Luis Martin. Um matrimónio que ao longo da vida conjugal viveu situações difíceis, mas que à luz da fé soube enfrentá-las corajosamente. Há mulheres santas e há maridos ateus, como casos na história da santidade, como por exemplo o pai de santo Agostinho, que se chamava Patrício, era ateu e Monica, a santa que com sua oração conseguiu converter um pouco o marido, mas totalmente o filho Agostinho, que tinha um péssimo caminho. Há casos de marido santo e mulher não santa. Aqui temos um caso especial, os pais, quer dizer marido e mulher, que serão declarados pela Igreja santos. Não uma santidade “honoris causa.” Mas sim uma santidade concreta, real. É interessante o livro “A história de uma família”, que conta a vida da família Martin, provada pelas mortes de recém nascidos, pela doença de Zélia, pela pobreza, vendo um pouco os negócios irem à falência, pelos desentendimentos com os parentes... E os dois, unidos na fé, na esperança e no amor. Dois caracteres totalmente diferentes e entre eles uma certa diferença de idade.

Os dois vinham de uma desilusão de vida religiosa. Sabemos que Luis Martin, homem reflexivo e um pouco solitário, quem sabe também um pouco depressivo, queria ser monge, mas não sabendo latim, foi enviado de volta para casa. O seu mesmo trabalho de relojoeiro o levava a passar tempo sozinho. Zélia, uma jovem boa, empreendedora, mas que sentia no seu coração o desejo da vida religiosa e sem saber o porque foi recusada. Os dois não sabiam que rumo tomar. A mãe de Luis Martin, preocupada pela idade do filho, que beirava os 37 anos, arrumou o encontro entre os dois, noivado rápido, nem três meses, e ei-los casados à meia noite do 13 de Julho de 1858.

Um Luis Martin que não quer filhos e quer viver a castidade, e uma Zélia que não quer filhos, mas o confessor santo que diz “matrimónio é feito para ter filhos”, e vão ter nove. Uma bela história de oração, de sacrifício, unidos na oração, no fazer o bem, preocupados com a educação das filhas.

Hoje é necessário “recriar” famílias que saibam colocar ao centro da vida Deus e os filhos, e não o dinheiro e nem a promoção social, nem o bem estar económico. O amor não é feito de jóias e nem de viagens, é feito de dom de si mesmo que gera a vida. Escrevi um livro sobre os pais de santa Teresinha com a editora Canção Nova, onde dizia que os pais de Santa Teresinha são pais normais, feitos de alegria e de tristeza e são imitáveis para as famílias normais. Nada de excepcional a não ser o amor vivido respeitando o caminho dos filhos. A História de uma Alma, autobiografia de Santa Teresinha, é o melhor testemunho do processo de canonização dos pais desta Santa. Espiritualidade familiar não é ideia, é vida. Todos os problemas da família têm uma única solução: crer no amor. Posso estar errado, mas isto é o que vejo na família de Jesus e de Zélia e Luis Martin.

São João Clímaco

São João Clímaco nos revelou a escada que devemos subir para alcançar a vida em plenitude


Horizonte, 30 de Março de 2015 (Zenit.org) Fabiano Farias de Medeiros

Uma vida de eremita “vivida no amor por Deus e pelo próximo, anos durante os quais lamentou, rezou, lutou contra os demónios”, assim definiu o Papa Bento XVI em sua catequese sobre São João Clímaco que nasceu por volta do ano 579 na Síria. Os registos hagiográficos sobre João Clímaco são poucos e chega a nós pelos escritos do monge Daniel do mosteiro de Raithu, o qual narra que João era palestino e desde cedo se dedicou aos estudos destacando-se por sua inteligência.

Aos 16 anos ingressou no mosteiro de Vatos no Monte Sinai e tornou-se noviço. Profundamente imerso na vida de oração e reclusão, o jovem João recebeu valorosas orientações espirituais do monge Martyrius. Após a morte de Maryrius, João retirou-se para as montanhas na localidade de Tola, onde permaneceu por cerca de 20 anos dedicando-se incansavelmente à oração, estudo da vida dos santos, jejuns e mortificação e visitando alguns mosteiros em Alexandria. Sua fama ia se espalhando e logo muitas pessoas acorriam à ele para aconselharem-se e receber orações.

Quando João completara setenta e cinco anos, foi convencido pelos monges do Sinai a tornar-se abade geral do mosteiro e assim retornou. Após seu retorno, além de empreender a construção de hospitais e hospedarias contando com a ajuda do Papa Gregório o Magno, escreveu o livro chamado "Escada do Paraíso", que traça os trinta degraus para subir e alcançar a perfeição da alma. Desta obra, o Papa Bento XVI dedicou uma belíssima catequese que pode ser apreciada no link a seguir: http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2009/documents/hf_ben-xvi_aud_20090211.html

Desta obra, surgiu o nome Clímaco que provém do termo grego “klímakos” que significa escada. João Clímaco faleceu no dia 30 de Março do ano 649. O Papa Bento XVI assim o definiu: “A vida de João desenvolve-se entre duas montanhas, o Sinai e o Tabor, e verdadeiramente pode-se dizer que dele se irradiou a luz vista por Moisés no Sinai e contemplada pelos três Apóstolos no Tabor”

El libro más citado por el Papa Francisco para advertir de la colonización ideológica ya tiene tesis

Sergio Gómez Moyano, de la Universitat Abat Oliba CEU

El profesor de la Univesitat Abat Oliba CEU, Sergio Gómez Moyano, se ha doctorado con una tesis sobre el escritor converso Robert H. Benson  

Actualizado 29 marzo 2015


Robert H. Benson
Un autor relativamente desconocido para el gran público, un escritor converso sin el vuelo ni la popularidad de un Chesterton o un Greene, fue citado por el Papa Francisco en el marco de una reflexión sobre la mundanidad ¿Qué tiene la obra de Robert Hugh Benson que amerite ser citada por el sucesor de Pedro?

Tal vez una de las personas más cualificadas para ofrecer una respuesta sea el profesor del Departamento de Derecho y Ciencias Políticas de la Universitat Abat Oliba CEU, Sergio Gómez Moyano, que recientemente ha accedido a la condición de doctor por esta universidad catalana tras defender la tesis ‘La imagen del mundo en la literatura de Robert Hugh Benson: interacción entre espíritu y materia’.

Gómez Moyano explica que en ‘El Señor del Mundo’ (1907), que es la obra a la que aludió el Papa, Robert H. Benson realiza una especulación utópica sobre la posibilidad de que socialismo y masonería pudieran desplegar sus postulados sin límites durante un siglo.

"El resultado, alrededor del año 2000, es una sociedad globalizada con un pensamiento único que se impone por las buenas o por las malas. Esta sociedad ha dejado de lado toda trascendencia y se centra solo en el ser humano, hasta el punto de deificarlo".

Según expone este profesor universitario, lo que Benson hace es dejar en evidencia el trasfondo de estas ideologías llevándolas hasta sus últimas consecuencias. "Lo impresionante es que la exageración a veces no se aleja demasiado de la realidad que vivimos hoy en día".

Y precisamente en su proyección actual puede radicar el interés que la novela ha suscitado en el Santo Padre. "El Papa Francisco se ha referido al libro en relación con la ‘colonización ideológica’, de la que habló en Manila. Una forma de pensar única, inmanente, se abre paso. En esto, nuestro mundo y la novela se aproximan bastante. Supongo que el Papa Francisco está preocupado porque ve que hay muchos paralelismos", apunta Gómez Moyano.

En relación a las cualidades de Robert H. Benson como escritor, este especialista de la UAO CEU lo considera un autor "sugerente y de una riqueza capaz de provocar sorpresa, estupefacción, admiración, repulsa y fascinación al mismo tiempo. Todos escritos contienen algún tipo de argumentación que sorprende al lector por su profundidad, agudeza o extravagancia".
 
 
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Amadas sin ser juzgadas: el grupo Betania, mujeres separadas que se acompañan como hijas de Dios

Y desde 2014, también con grupos masculinos

El río de la vida tiene vueltas y revueltas, pero quien se sabe amado e hijo de Dios sana sus heridas y sigue adelante amando a los demás
Actualizado 30 marzo 2015


Rodeada por más de ochenta mujeres separadas, María Luisa Erhardt no dejaba de preguntarse qué hacía ella allí.

Le habían invitado a conocer Betania, un grupo de mujeres católicas separadas que, con la ayuda del sacerdote Horacio Rivas, surgió en esta ciudad a raíz de la exhortación apostólica Familiaris Consortio de Juan Pablo II en 1982.

Llevaban cerca de diez años pidiéndole que creara una franquicia de Betania en España, pero ella siempre se había negado. “No creía que algo así pudiera funcionar en nuestro país; aquí las mujeres somos diferentes”, relata.

Pero ya no tenía escapatoria. Estaba en aquella ciudad para asistir a la ordenación como diácono de su hijo y no tuvo más opción que, al menos, ir a conocer el funcionamiento de este grupo.

Estaba ella inmersa en sus pensamientos cuando, de repente, una mujer de 40 años y madre de seis hijos, que había sido abandonada por su marido por una tercera persona, se puso de pie y empezó a hablar con fuerza.

“Soltó lo que no está escrito desde el dolor de no poder entender ese abandono, esa falta de amor y, como no podía echarle la culpa a su marido porque seguía enamorada de él, entonces se la echaba a Dios. No sé cómo el Espíritu Santo me empujó pero, durante tres cuartos de hora, estuve hablando con ella hasta que se sentó y dijo: ‘Ante tales argumentos, me rindo’”, relata.

Aquella intensa conversación con esa mujer sufriente ya no se le quitó de la cabeza a María Luisa y, en el viaje de vuelta a España, escuchaba en su corazón cómo Dios le decía repetidamente: “Dime ‘sí’ a Betania”.

Agotada por la insistencia del Señor, dijo ‘sí’, pero con dos condiciones: que si esto era realmente obra suya sería Él quien le debía enviar siempre a las mujeres (ella no pensaba promocionar Betania); y, en segundo lugar, (esto sí, más trivial) que, al día siguiente, estuviera descansada para poder ir a trabajar. Ambas condiciones se cumplieron y, pocos meses después, se creó el primer grupo de Betania en España.

La Virgen como educadora
En el origen de la historia de María Luisa Erhardt se halla, como en todos los casos de personas separadas, abandonadas o con matrimonios nulos, una terrible secuencia de sufrimiento y dolor.

María Luisa se separó cuando tenía 33 años y tres hijos pequeños. Era una mujer de fe y procedía de una familia católica, lo que le acarreó un profundo sentimiento de culpa.

Cuando yo me separé, sentí que Dios me había abandonado. Me sentía culpable por todo, sentía que yo lo había hecho muy mal y mi autoestima estaba muy baja. Además, fui condenada, ni siquiera juzgada, a todos los niveles: familiar, social y también eclesial, puesto que la Iglesia la formamos todos”.

En esa situación de desolación, un amigo suyo –hoy sacerdote– le aconsejó que acudiera al santuario de Schoenstatt de Pozuelo de Alarcón.

Allí, en el último banco, totalmente sola, lloró y lloró durante dos o tres horas: “No recé porque no podía, estaba destrozada, no me funcionaban ni la mente ni el corazón”, relata. Sin embargo, una gran paz se fue adueñando de ella. “Me di cuenta de que tenía una Madre y, con una gran delicadeza, Ella me fue educando y me sigue educando hoy como madre y como hija: ahí empezó mi sanación interior; a partir de mi apertura a Dios a través de la Virgen”.

Desde ese momento, María Luisa Erhardt descubrió al “Dios de misericordia, al Dios que me ama como yo soy, no como Él quiere que yo sea, no como los demás querían que yo fuera, sino desde la gratuidad. Empecé a conocerme tal y como Dios me ha creado, con mis capacidades y mis limitaciones”.

Después de un largo proceso de ocho años en los tribunales eclesiásticos, el matrimonio de María Luisa fue declarado nulo. Para ella este proceso fue curativo y le ayudó a conocerse aún más y a ir a la verdad de su situación: “Me di cuenta de las cargas infantiles y de juventud que yo tenía y de hasta qué punto no fui libre para elegir a alguien para toda la vida. Buscaba que alguien me quisiera, pero el matrimonio es algo más serio”.


 
Sanar a una madre es sanar a la sociedad
Tras el proceso de sanación que ella misma experimentó, María Luisa Erhardt pudo poner en marcha Betania, “un ministerio de sanación del corazón que consiste en acompañar y sostener en las heridas, en el dolor y en la fragilidad a estas mujeres”.

Desde 2006, cuando comenzó todo, hasta ahora, ya se han formado 10 grupos compuestos por 14 o 15 mujeres; se ha ayudado a más de 200 familias y este último año además se ha creado el primer grupo para hombres.

“Cuando se sana a una madre, se sana a los hijos; cuando se sana a los hijos, se sana a la familia; y cuando se sana a la familia, se sana a la sociedad”.

Una de las cosas que se aprenden en Betania es a no culpabilizar a terceros de la propia situación.

Si una mujer niega su realidad y solo busca culpables fuera, no podemos ayudarla”, explica Erhardt.

Durante la etapa de sanación, que dura tres años, “trabajamos nuestra esencia, nuestras capacidades y limitaciones; nosotras no culpabilizamos ni responsabilizamos de nuestras cargas a nadie, pero sí las identificamos, ya que nadie es perfecto. En Betania buscamos abrir nuestro corazón a Dios para que Él repose en el nuestro y nosotras en el de Él. En este corazón de Jesús es donde va nuestro dolor, y ahí lo dejamos, Él lo sana, lo limpia y lo restaura”. Se trata, sin duda, de un auténtico camino de conversión.

Pero para que esto sea posible, se dan dos requisitos: “En Betania se debe guardar confidencialidad de todo lo que se dice, porque la historia de cada una es sagrada y santa, y, por otro lado, aquí no hay rumores, chismes, juicios, prejuicios, difamaciones”, explica tajante Erhardt.

En Betania no se juzga ni se prejuzga, porque bastante condenadas hemos sido sin juzgar: cualquiera puede decir que un hecho es malo, pero la persona es hija de Dios, todos somos pecadores. Dios no busca a perfectos. Y por ello en Betania amamos al otro como es, no como nos gustaría que fuera”.

La experiencia de Carola
Para Carola Galbeño dar con Betania ha sido un punto de inflexión en su vida. Madre de dos hijos, llevaba cuatro años separada cuando le invitaron a asistir a este grupo: “Me dio muchísima pereza, no me sonaba nada bien; además, yo pensaba que ya tenía muy buena formación y no me encajaba para nada”.

Sin embargo, asistió y, con el tiempo, Dios la ha transformado por completo: “He aprendido a sentirme hija de Dios, he descubierto que soy amada y que he sido concebida así desde toda la eternidad, y eso es un regalo que no tiene precio. Esa seguridad que da saberte hija de Dios, infinitamente amada, rompe toda tu concepción de vida. Aprendí a perdonarme, a dejar de cargarme todas las culpas, a no culpabilizar y, sobre todo, a dejar de exigir, porque una persona que se siente tan insegura, al final, lo que hace es ir exigiendo cariño a los demás”.

Antes, “era una persona llena de miedos, insegura, sin ninguna autoestima, muy anclada en el cumplimiento de las normas, llena de culpabilidades… pero ahora, al conocerme, he descubierto que esas limitaciones me las ha regalado Dios como una oportunidad para crecer; como decía san Pablo, ‘donde está mi debilidad está mi fortaleza’, y eso es una liberación increíble”.

María Luisa Erhardt ve con esperanza la apertura que ahora se está dando en la Iglesia hacia el sufrimiento de las personas separadas. “Dios se manifiesta y da respuesta a estas situaciones, y está eligiendo y llamando a sacerdotes que han tenido familias separadas y han vivido ese sufrimiento para poder acompañar a padres y a hijos a encontrarse con Dios desde la realidad del dolor. El propio cardenal Schönborn, arzobispo de Viena, contó hace poco que era hijo de padres separados. A mí, desde luego, me supera que Dios haya elegido la vocación al sacerdocio de mi hijo en el seno de una familia separada como la nuestra”.

(Publicado originariamente en www.revistamision.com).

Lea también: Retrouvaille, el programa de matrimonios que superaron su crisis y hoy ayudan a otros



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segunda-feira, 30 de março de 2015

Informação do Núcleo Distrital de Beja da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza 32-2015










El Papa 'cantautor' estrena un himno de paz en la misa del domingo de Ramos

Francisco abraza a Odino Faccia

"Para que todos sean uno", con letra de textos de Francisco


Interpretada por Odino Faccia, se estrenó en la Plaza de San Pedro

Redacción, 29 de marzo de 2015 a las 17:51

Para Que Todos Sean Uno la compuso Oscar Asencio y la letra pertenece a textos del Papa Francisco. Esta es la canción que hoy, interpretada por Odino Faccia, se estrenó en la Plaza de San Pedro, ante un millón y medio de personas, después de la misa del Domingo de Ramos.

Se trata de un nuevo himno por la paz que será editado mundialmente en cuatro idiomas: castellano, portugués, italiano e inglés. "Este domingo la voy a cantar en castellano, pero ya me dijeron que quieren agregar otros idiomas", le contó a La Viola Web, el viernes desde Roma, Faccia.

Es, además, la segunda misión del cantante en la Santa Sede. Su anterior canción Busca la Paz, encargada por el Vaticano en el 2011, fue integrada por poesías escritas por Juan Pablo II. "Hicimos una selección de varios textos de Francisco. Tiene un objetivo claro, con su título dice mucho", contó el argentino sobre este trabajo.

El artista trabaja desde hace años con distintas causas humanitarias y fue elegido en el 2009 como la Voz por la Paz en el Mundo por 23 Organismos Internacionales (galardón que le fue entregado por Adolfo Pérez Esquivel).

Embajador de la Paz por Unesco, apadrina proyectos por la paz en varios países, y ahora su figura es dirigida a la inclusión social a partir de la música, encabezando la "Red de Artistas por la Paz" que Francisco le pidió.

"Francisco pidió que fuese compuesto este himno por la paz. Sentí que el papa estaba muy cerca, para mí es como un amigo, un padre, un abuelo".

La canción habla de las las víctimas de la pedofilia, de los cristianos perseguidos y de los niños-soldados. (RD/Agencias)



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Este é o caminho de Deus, o caminho da humildade

Homilia do Papa Francisco na Celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor


Cidade do Vaticano, 29 de Março de 2015 (Zenit.org)


O Papa Francisco presidiu hoje, às 9:30 (hora local), a solene celebração litúrgica do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor na Praça de São Pedro. Eis o texto completo da homilia:

No centro desta celebração, que se apresenta tão festiva, está a palavra que ouvimos no hino da Carta aos Filipenses: «Humilhou-Se a Si mesmo» (2, 8). A humilhação de Jesus.

Esta palavra desvenda-nos o estilo de Deus e, consequentemente, o que deve ser do cristão: a humildade. Um estilo que nunca deixará de nos surpreender e pôr em crise: não chegamos jamais a habituar-nos a um Deus humilde!

Humilhar-se é, antes de mais nada, o estilo de Deus: Deus humilha-Se para caminhar com o seu povo, para suportar as suas infidelidades. Isto é evidente, quando se lê a história do Êxodo: que humilhação para o Senhor ouvir todas aquelas murmurações, aquelas queixas! Embora dirigidas contra Moisés, no fundo eram lançadas contra Ele, o Pai deles, que os fizera sair da condição de escravatura e os guiava pelo caminho através do deserto até à terra da liberdade.

Nesta Semana, a Semana Santa, que nos leva à Páscoa, caminharemos por esta estrada da humilhação de Jesus. E só assim será «santa» também para nós!

Ouviremos o desprezo dos chefes do seu povo e as suas intrigas para O fazerem cair. Assistiremos à traição de Judas, um dos Doze, que O venderá por trinta denários. Veremos ser preso o Senhor e levado como um malfeitor; abandonado pelos discípulos; conduzido perante o Sinédrio, condenado à morte, flagelado e ultrajado. Ouviremos que Pedro, a «rocha» dos discípulos, O negará três vezes. Ouviremos os gritos da multidão, incitada pelos chefes, que pede Barrabás livre e Ele crucificado. Vê-Lo-emos escarnecido pelos soldados, coberto com um manto de púrpura, coroado de espinhos. E depois, ao longo da via dolorosa e junto da cruz, ouviremos os insultos do povo e dos chefes, que zombam de Ele ser Rei e Filho de Deus.

Este é o caminho de Deus, o caminho da humildade. É a estrada de Jesus; não há outra. E não existe humildade, sem humilhação.

Percorrendo até ao fim esta estrada, o Filho de Deus assumiu a «forma de servo» (cf. Flp 2, 7). Com efeito, a humildade quer dizer também serviço, significa dar espaço a Deus despojando-se de si mesmo, «esvaziando-se», como diz a Escritura (v. 7). Esta – esvaziar-se – é a maior humilhação.

Há outro caminho, contrário ao caminho de Cristo: o mundanismo. O mundanismo oferece-nos o caminho da vaidade, do orgulho, do sucesso... É o outro caminho. O maligno propô-lo também a Jesus, durante os quarenta dias no deserto. Mas Jesus rejeitou-o sem hesitação. E, com Ele, só com a sua graça, com a sua ajuda, também nós podemos vencer esta tentação da vaidade, do mundanismo, não só nas grandes ocasiões mas também nas circunstâncias ordinárias da vida.

Nisto, serve-nos de ajuda e conforto o exemplo de tantos homens e mulheres que cada dia, no silêncio e escondidos, renunciam a si mesmos para servir os outros: um familiar doente, um idoso sozinho, uma pessoa deficiente, um sem-abrigo...

Pensamos também na humilhação das pessoas que, pela sua conduta fiel ao Evangelho, são discriminadas e pagam na própria pele. E pensamos ainda nos nossos irmãos e irmãs perseguidos porque são cristãos, os mártires de hoje (e são tantos): não renegam Jesus e suportam, com dignidade, insultos e ultrajes. Seguem-No pelo seu caminho. Verdadeiramente, podemos falar duma «nuvem de testemunhas» (cf. Heb12, 1): os mártires de hoje.

Durante esta Semana, emboquemos também nós decididamente esta estrada da humildade, com tanto amor por Ele, o nosso Senhor e Salvador.Será o amor a guiar-nos e a dar-nos força. E, onde Ele estiver, estaremos também nós (cf.Jo12, 26).

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Papa no Angelus: Difundir a ternura do Pai

Francisco saudou os jovens por ocasião da XXX Jornada Mundial da Juventude, celebrada a nível diocesano


Cidade do Vaticano, 29 de Março de 2015 (Zenit.org)


Ao final da Missa no Domingo de Ramos, antes de rezar o Angelus, o Papa Francisco saudou os jovens por ocasião da XXX Jornada Mundial da Juventude, celebrada em nível diocesano hoje.

“Caros jovens – disse o Papa-  exorto-vos a continuar o vosso caminho seja nas dioceses, seja na peregrinação através dos continentes, que vos levará no próximo ano a Cracóvia, pátria de São João Paulo II, iniciador das Jornadas Mundiais da Juventude. O tema daquele grande encontro “Beatos os misericordiosos, pois que encontrarão misericórdia” (Mt 5, 7) entoa-se muito bem com o Sano Santo da Misericórdia. Deixai-vos encher pela ternura do Pai para depois a difundir à vossa volta!”.

Ao final, o Papa convidou a rezar a Nossa Senhora a fim de que nos ajude a viver com fé a Semana Santa. “Ela que estava presente quando Jesus entrou triunfante em Jerusalém, mas o seu coração, como o do Filho, estava pronto ao sacrifício. Aprendamos com Ela, Virgem fiel, a seguir o Senhor quando o caminho leva a cruz.

Francisco confiou a Nossa Senhora as vítimas do desastre aéreo que aconteceu terça-feira, recordando de modo particular o grupo de jovens estudantes que nele perderam a vida.

E concluiu desejando a todos “uma Semana Santa em contemplação do Mistério de Jesus Cristo”.