Jovem sacerdote foi baleado no mês passado em Mweso
Roma, 20 de Março de 2015 (Zenit.org)
Um bispo da República Democrática do Congo condenou com
ênfase o assassinato de um sacerdote, cometido no mês passado. Dom
Théophile Kaboy, em carta ao núncio apostólico no país (com cópia
enviada à organização Ajuda à Igreja que Sofre – AIS) condenou o
assassinato do padre Jean-Paul Kakule, cometido em 25 de Fevereiro, no
leste do país, como um "ato abominável, repugnante e infernal". O pe.
Kakule era tesoureiro da paróquia de Mweso, na diocese de Goma, e foi
morto a tiros por alguém não identificado enquanto fechava a igreja no
começo da noite.
O pe. Kakule, de 33 anos, era o filho mais velho de uma grande
família cristã de Kivu do Norte e foi o décimo sacerdote assassinado na
República Democrática do Congo desde 1992. Além destas mortes, cinco
freiras da Congregação de São Vicente de Paulo desapareceram em 1996 e
não houve qualquer vestígio encontrado até hoje.
Ainda não está claro se o assassinato do pe. Kakule foi decorrência
de uma tentativa de assalto ou uma expressão de ódio religioso. O bispo
de Goma, observando que a mera presença de sacerdotes e religiosos na
área de Mweso é fonte de irritação para os criminosos, suspeita que o
assassinato tenha sido um ato de vingança. A paróquia de Mweso
conquistou reputação como uma instituição que não tem medo de condenar a
criminalidade local.
Diversas vezes, bandidos massacraram aldeões indefesos e expulsaram
centenas de milhares de pessoas, denuncia o bispo, acrescentando que a
população da região leste da República Democrática do Congo se sente
extremamente insegura. "As quadrilhas têm liberdade total porque não há
presença policial", disse o bispo, apelando às autoridades nacionais e
internacionais para intervirem a fim de restaurar a paz naquela região
sem lei.
De acordo com o relatório "Liberdade Religiosa no Mundo - 2014", da
AIS, existem 20 diferentes grupos armados aterrorizando a parte oriental
do país. O relatório detalha o rapto, em 2012, de três padres
assuncionistas da sua paróquia em Beni (Kivu do Norte). Os prováveis
culpados são militantes da ADF-NALU, um grupo rebelde de Uganda
reconhecido por suas tendências radicais islâmicas.
A República Democrática do Congo tem 65 milhões de habitantes, dos quais 96% são cristãos: 47% católicos e 49% evangélicos.
* Colaboração: Antonia van Alten, da Ajuda à Igreja que Sofre.
(20 de Março de 2015) © Innovative Media Inc.
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