Da cidade espanhola Elche, a grande palma que será colocada no obelisco. Por tradição que remonta a 1585, mais de 2.000 palmas chegam de Sanremo ao Vaticano
Roma, 27 de Março de 2015 (Zenit.org) Rocio Lancho García
No Domingo de Ramos renova-se a tradição de enviar da cidade
espanhola de Elche ao Vaticano, as palmas que serão utilizadas na bênção antes da celebração eucarística, e colocadas ao lado do obelisco
no centro da praça. Outras palmas serão entregues ao Santo Padre, aos
cardeais e fiéis presentes na Praça de São Pedro, provenientes da cidade
italiana de Sanremo. Como diz a tradição, as palmas são trabalhadas
individualmente por professores que, com grande habilidade, deixam as
folhas especialmente preparadas para a ocasião.
A cidade de Elche seguiu a tradição, e dias antes do início da
Semana Santa, enviou as palmas brancas que serão entregues a algumas
personalidades no Domingo de Ramos. Entre elas, o Papa Francisco. A
palma colocada sobre o obelisco é uma criação do atelier Serrano Valero.
Uma empresa familiar que há mais de cinco gerações se dedicada ao
trabalho desta palma branca.
ZENIT entrevistou Paqui Serrano, uma das funcionárias deste atelier.
Ela explicou que a tradição de enviar ao Vaticano uma palma
confeccionada por eles tem mais de 20 anos. "É um pedido da prefeitura,
um presente que a cidade de Elche faz ao Papa e ao Vaticano a cada
ano". As palmas enviadas são duas, uma trabalhada artesanalmente e outra
lisa. A palma de Elche, até o momento, é a que fica no obelisco, abaixo
do crucifixo, para bênção antes da missa. É uma peça muito grande, com
cerca de três metros de altura, informa Paqui. A tarefa de produzir a
palma envolve todos os trabalhadores da loja, entre 5 e 6 pessoas. Sendo
uma empresa familiar, todos os dias trabalham apenas eles, mas quando
chega este período outros parentes e amigos colaboram. "Para nós é uma
honra que a cada ano o município nos faça este pedido. É também motivo
de orgulho ver que uma peça tão importante, que trabalhamos no atelier
com muito carinho, esteja na Praça de São Pedro visível para todos.
Quando vemos no dia, ficamos emocionados", diz Paqui.
Muito mais antiga é a tradição das palmas provenientes de Sanremo,
por um privilégio antigo que o Capitão Bresca obteve em 1586 de entregar
à Igreja de São Pedro as palmas para o Domingo de Ramos.
O Capitão Benedetto Bresca estava em Roma, na Praça de São Pedro no
dia 10 de Setembro de 1586, dia que foi elevado o obelisco egípcio,
solicitado pelo Papa Sixto V. Elevar o obelisco, de 26 metros de altura e
350 toneladas era uma tarefa difícil, por isso o Papa pediu aos fiéis
reunidos na praça silêncio absoluto. Mas o capitão desafiou a ordem e
gritou "Aiga ae corde" (água nas cordas - em dialecto da Ligúria) no
momento em que as cordas que prendiam o obelisco, muito apertadas,
parecia que iriam ceder. Por sua experiência marítima, o capitão sabia
que as cordas molhadas impediriam que escorregasse. E assim, o Papa quis
recompensá-lo e perguntou-lhe se ele mesmo poderia escolher a forma.
Então, Bresca pediu o privilégio, a ele e a seus descendentes, de
fornecer as palmas pascais ao Pontífice. Desde então, a tradição se
mantém viva.
Além disso, neste ano, alguns galhos de oliveira que serão
distribuídos aos fiéis presentes na Praça de São Pedro, no Domingo de
Ramos, chegarão da região Cerignola, Itália. Conforme comunicado pelo
Vigário Geral da Diocese de Cerignola-Ascoli Satriano.
(27 de Março de 2015) © Innovative Media Inc.
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