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terça-feira, 24 de março de 2015

A Igreja assíria não se identifica com nenhum grupo armado, declara o bispo Afram Athnil

Em carta aos líderes do Estado Islâmico, ele pede a libertação de centenas de reféns cristãos


Madrid, 23 de Março de 2015 (Zenit.org)


A Igreja Assíria do Oriente, à qual pertencem as centenas de cristãos do vale de Khabur que estão nas mãos dos milicianos do auto-proclamado Estado Islâmico, optou por não se identificar com nenhuma das partes em conflito na Síria.

O bispo assírio Afram Athnil escreveu aos líderes do EI reafirmando que os cristãos são “estranhos à cultura das armas” e dizendo claramente que nenhuma facção ou milícia paramilitar que opera na Síria pode se apresentar como braço armado ligado às comunidades cristãs assírias. Ele também se distancia de todos os grupos armados, incluídas as milícias de autodefesa formadas por assírios, e pede a libertação das centenas de reféns cristãos que ainda estão nas mãos dos fundamentalistas.

“Em sua carta”, diz à agência Fides o arcebispo siro-católico Jacques Behnan Hindo, “o bispo Afram negou a existência de uma aliança com os soldados curdos vinculados ao PKK e deu a entender que as milícias conhecidas pelo acrónimo ‘Sotoro’, definidas na imprensa internacional como ‘milícias cristãs assírias’, nunca tiveram nenhuma ordem nem aprovação da Igreja”.

Dos povoados assírios da margem oriental do rio Khabur, abandonados pela população cristã em Fevereiro após o ataque do grupo terrorista, chegam notícias de saques e roubos cometidos pelas milícias curdas.

“Naqueles povoados, em que os jihadistas nunca tinham entrado”, informa o arcebispo Hindo, cabeça da arquieparquia siro-católica de Hassaké-Nisibi, “os soldados curdos abriram todas as casas dos cristãos e roubaram objectos e bens de valor, começando por computadores e objectos maiores. Os moradores que tentaram entrar em casa foram expulsos e tiveram que entregar as chaves. Estes factos sugerem que a situação é mais complicada do que às vezes se afirma”.

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