Páginas

sábado, 30 de agosto de 2014

O papa telefona para um sacerdote iraquiano do campo de refugiados de Ankawa

O religioso tinha enviado uma mensagem a Francisco através do aplicativo Viber


Cidade do Vaticano, 29 de Agosto de 2014 (Zenit.org) Robert Cheaib


"Uma carta de lágrimas": este foi o título que o pe. Behnam Benoka deu à carta que escreveu ao papa Francisco. O sacerdote explicou a ZENIT que aproveitou a presença do amigo jornalista Alan Holdren, no voo pontifício de volta da Coreia do Sul, para enviar a carta ao papa através do Viber, um aplicativo de mensagens para telefones celulares inteligentes. O jornalista transcreveu a carta em papel e o entregou ao Santo Padre.

No texto, o sacerdote se dirige ao papa dizendo: "Ao Santo Padre, nosso pastor misericordioso. Meu nome é Behnam Benoka, sacerdote de Bartella, uma pequena cidade cristã perto de Mossul. Sou vice-reitor do seminário católico de Ankawa. Mas hoje estou em uma barraca que montamos junto com uma equipe de médicos e voluntários para dar assistência médica aos nossos irmãos que estão desabrigados por causa da perseguição".

O pe. Behnam explica ao Santo Padre a trágica situação de centenas de milhares de cristãos: "Santidade, a situação das suas ovelhas é miserável. Eles morrem e têm fome. Seus pequenos têm medo e não aguentam mais. Nós, sacerdotes, religiosos e religiosas, somos poucos e tememos não conseguir responder às exigências físicas e psíquicas dos filhos deles, que também são nossos".

O sacerdote expressa ainda o seu reconhecimento ao papa Francisco pelos contínuos apelos que ele tem feito em prol dos irmãos perseguidos no Iraque: "Quero lhe agradecer muito, muitíssimo mesmo, por nos manter sempre no seu coração. Coloque-nos no altar em que celebra a missa para que Deus cancele os nossos pecados e tenha misericórdia de nós, e, talvez, afaste de nós este cálice".

A carta prossegue, manifestando temores e pedindo bênçãos: "Escrevo com as minhas lágrimas, porque estamos em um vale escuro no meio de uma grande alcateia de lobos ferozes. Santidade, tenho medo de perder os seus pequenos, em especial os recém-nascidos que, a cada dia, se cansam e se debilitam mais; temo que a morte leve embora alguns deles. Mande-nos a sua bênção para termos a força de seguir em frente e, quem sabe, resistir ainda mais. Com profundo amor, Behnam Benoka".

A resposta de Francisco não demorou. De volta à Itália, na manhã do dia 19 de Agosto, o papa telefonou para o pe. Behnam expressando a sua profunda comoção com a carta recebida.

Conforme as declarações do sacerdote, o papa lhe manifestou a sua profunda gratidão pelo trabalho dos voluntários nos campos de refugiados.

Na conversa telefónica, o papa Francisco confirmou o seu pleno apoio e a sua proximidade dos cristãos perseguidos, prometendo que continuará fazendo todo o possível para dar alívio ao sofrimento deles.

Ao se despedir, o Santo Padre deu a bênção apostólica e rogou que nosso Senhor dê a esses irmãos o dom da perseverança na fé.

Sem comentários:

Enviar um comentário