O religioso tinha enviado uma mensagem a Francisco através do aplicativo Viber
Cidade do Vaticano, 29 de Agosto de 2014 (Zenit.org) Robert Cheaib
"Uma carta de lágrimas": este foi o título que o pe. Behnam
Benoka deu à carta que escreveu ao papa Francisco. O sacerdote explicou a
ZENIT que aproveitou a presença do amigo jornalista Alan Holdren, no
voo pontifício de volta da Coreia do Sul, para enviar a carta ao papa
através do Viber, um aplicativo de mensagens para telefones celulares
inteligentes. O jornalista transcreveu a carta em papel e o entregou ao
Santo Padre.
No texto, o sacerdote se dirige ao papa dizendo: "Ao Santo Padre,
nosso pastor misericordioso. Meu nome é Behnam Benoka, sacerdote de
Bartella, uma pequena cidade cristã perto de Mossul. Sou vice-reitor do
seminário católico de Ankawa. Mas hoje estou em uma barraca que montamos
junto com uma equipe de médicos e voluntários para dar assistência
médica aos nossos irmãos que estão desabrigados por causa da
perseguição".
O pe. Behnam explica ao Santo Padre a trágica situação de centenas de
milhares de cristãos: "Santidade, a situação das suas ovelhas é
miserável. Eles morrem e têm fome. Seus pequenos têm medo e não aguentam
mais. Nós, sacerdotes, religiosos e religiosas, somos poucos e tememos
não conseguir responder às exigências físicas e psíquicas dos filhos
deles, que também são nossos".
O sacerdote expressa ainda o seu reconhecimento ao papa Francisco
pelos contínuos apelos que ele tem feito em prol dos irmãos perseguidos
no Iraque: "Quero lhe agradecer muito, muitíssimo mesmo, por nos manter
sempre no seu coração. Coloque-nos no altar em que celebra a missa para
que Deus cancele os nossos pecados e tenha misericórdia de nós, e,
talvez, afaste de nós este cálice".
A carta prossegue, manifestando temores e pedindo bênçãos: "Escrevo
com as minhas lágrimas, porque estamos em um vale escuro no meio de uma
grande alcateia de lobos ferozes. Santidade, tenho medo de perder os
seus pequenos, em especial os recém-nascidos que, a cada dia, se cansam e
se debilitam mais; temo que a morte leve embora alguns deles. Mande-nos
a sua bênção para termos a força de seguir em frente e, quem sabe,
resistir ainda mais. Com profundo amor, Behnam Benoka".
A resposta de Francisco não demorou. De volta à Itália, na manhã do
dia 19 de Agosto, o papa telefonou para o pe. Behnam expressando a sua
profunda comoção com a carta recebida.
Conforme as declarações do sacerdote, o papa lhe manifestou a sua
profunda gratidão pelo trabalho dos voluntários nos campos de
refugiados.
Na conversa telefónica, o papa Francisco confirmou o seu pleno apoio e
a sua proximidade dos cristãos perseguidos, prometendo que continuará
fazendo todo o possível para dar alívio ao sofrimento deles.
Ao se despedir, o Santo Padre deu a bênção apostólica e rogou que nosso Senhor dê a esses irmãos o dom da perseverança na fé.
(29 de Agosto de 2014) © Innovative Media Inc.
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