«Sinto-me livre», afirma Robyn
Robyn McLean com o seu filho Adriel, fruto de uma experiência traumática e violenta. |
Actualizado 28 de Julho de 2014
Benedetta Frigerio / Tempi.it
Apanhada, insultada e violada pelo seu namorado, ficou grávida e decidiu esconder a violência temendo a reacção da sua família e das pessoas da paróquia. «Mas quando o meu filho Adriel chegou ao mundo, embargou-me a alegria» e os «meus pais estavam orgulhosos e felizes de vê-lo».
«Queria só desaparecer»
Ela chama-se Robyn McLean, é uma jovem estadunidense de origem filipina e decidiu contar ao mundo, através de um blogue, a sua história pessoal, tão dramática e feliz. Robyn ficou grávida em 2010, duas semanas depois de ter dito ao seu namorado que já não queria ter relações sexuais com ele: «Queria esperar até o matrimónio», mas ele «abusou de mim com violência».
Robyn é filha adoptiva de um pastor protestante e tinha educado muitas raparigas mais jovens que ela ao valor da castidade. «Mas eu, sem dúvida, caí». Depois de descobrir que estava grávida, passou horas chorando «pensando nelas: só queria desaparecer». Não só: quando Robyn disse ao seu namorado que tinha decidido deixá-lo, ele chantageou-a ameaçando-a com difundir coisas de todo o tipo sobre ela. Para convencê-la o jovem chegou inclusive a fingir um arrependimento que na realidade não sentia: «Pediu-me perdão por não ter-me tratado pelo maravilhosa que eu era», salvo que tentou violá-la três meses depois: «Tentei defender-me (…), até que finalmente parou».
«Quem quererá este menino?»
De seguida, «por uma série de razões» (ou de não razões), Robyn decidiu permanecer com esse homem. «Acabamos casando-nos, esperava que ele com o tempo mudasse. Não posso nem imaginar o cega que estava então», confessa a jovem. «Tentava sobreviver como podia e evitar problemas». Durante meses, por todas as partes (incluídas as pessoas da sua igreja) enchiam-na de dúvidas: «Quem quererá este menino», «Quem queria uma recordação assim?». Mas por outro lado, quando nasceu Adriel, inesperadamente, já «não sentia nenhuma vergonha de olhá-lo. Surgiam novos sentimentos e novas memórias. Não havia nem pena nem agonia. Era um menino tão encantador que me conquistou».
«Vi que o amava»
O pequeno fez anos «o muro de prejuízos que disse que nada de bom pode vir de uma violação ou de uma circunstância dramática», conta hoje Robyn. Afortunadamente, continua, «os meus sentimentos não mudaram nunca (…) apesar do seu pai biológico. Estou orgulhosa do meu filho, do forte que foi no meu seio». E se «antes o único que via eram os problemas e a vergonha, agora o único que vejo é que quando o meu filho nasceu, tudo mudou. Eu mudei, os meus sentimentos mudaram» e «vi claramente quanto o amava». Adriel foi desde o primeiro momento «um imã para as pessoas (…) as quais sempre faz sentir importantes».
Robyn não dúvida em chegar de seguida ao centro da questão. O aborto. É equivocado pensar que um caso dramático como o seu tenha que terminar por força com um aborto. «Nem sempre sabemos o que nos reserva o futuro», escreve. Mas, em todo o caso, segundo ela «tomar a decisão de matar um menino que se leva no seio porque pensamos que assim tudo terminará de um certo modo, de um modo melhor, é algo muito equivocado. Quando olho o meu filho e o vejo, sinto o mesmo amor que sente qualquer mãe. Não vejo as recordações negativas ou a dor. Não me arrependo de nada, não sinto dor». Pelo contrário, «sinto-me livre».
«Amo-os»
Robyn pensa «nas mães que, ali fora, abortaram» sem nenhuma presunção nem vontade de julgar alguém. «Não estou zangada com vocês. O meu coração chora a perca do vosso filho (…). Algumas de vós não haveis tido alguém que vos dissesse que vos amava, e é tão difícil então amar os outros...». Por isto, se «vos disseram que sois nada, que sois inúteis e estúpidas, eu quero dizer-vos que vos amo, que sois desejadas, que tendes um grande valor».
Tradução de Helena Faccia Serrano.
Benedetta Frigerio / Tempi.it
Apanhada, insultada e violada pelo seu namorado, ficou grávida e decidiu esconder a violência temendo a reacção da sua família e das pessoas da paróquia. «Mas quando o meu filho Adriel chegou ao mundo, embargou-me a alegria» e os «meus pais estavam orgulhosos e felizes de vê-lo».
«Queria só desaparecer»
Ela chama-se Robyn McLean, é uma jovem estadunidense de origem filipina e decidiu contar ao mundo, através de um blogue, a sua história pessoal, tão dramática e feliz. Robyn ficou grávida em 2010, duas semanas depois de ter dito ao seu namorado que já não queria ter relações sexuais com ele: «Queria esperar até o matrimónio», mas ele «abusou de mim com violência».
Robyn é filha adoptiva de um pastor protestante e tinha educado muitas raparigas mais jovens que ela ao valor da castidade. «Mas eu, sem dúvida, caí». Depois de descobrir que estava grávida, passou horas chorando «pensando nelas: só queria desaparecer». Não só: quando Robyn disse ao seu namorado que tinha decidido deixá-lo, ele chantageou-a ameaçando-a com difundir coisas de todo o tipo sobre ela. Para convencê-la o jovem chegou inclusive a fingir um arrependimento que na realidade não sentia: «Pediu-me perdão por não ter-me tratado pelo maravilhosa que eu era», salvo que tentou violá-la três meses depois: «Tentei defender-me (…), até que finalmente parou».
«Quem quererá este menino?»
De seguida, «por uma série de razões» (ou de não razões), Robyn decidiu permanecer com esse homem. «Acabamos casando-nos, esperava que ele com o tempo mudasse. Não posso nem imaginar o cega que estava então», confessa a jovem. «Tentava sobreviver como podia e evitar problemas». Durante meses, por todas as partes (incluídas as pessoas da sua igreja) enchiam-na de dúvidas: «Quem quererá este menino», «Quem queria uma recordação assim?». Mas por outro lado, quando nasceu Adriel, inesperadamente, já «não sentia nenhuma vergonha de olhá-lo. Surgiam novos sentimentos e novas memórias. Não havia nem pena nem agonia. Era um menino tão encantador que me conquistou».
«Vi que o amava»
O pequeno fez anos «o muro de prejuízos que disse que nada de bom pode vir de uma violação ou de uma circunstância dramática», conta hoje Robyn. Afortunadamente, continua, «os meus sentimentos não mudaram nunca (…) apesar do seu pai biológico. Estou orgulhosa do meu filho, do forte que foi no meu seio». E se «antes o único que via eram os problemas e a vergonha, agora o único que vejo é que quando o meu filho nasceu, tudo mudou. Eu mudei, os meus sentimentos mudaram» e «vi claramente quanto o amava». Adriel foi desde o primeiro momento «um imã para as pessoas (…) as quais sempre faz sentir importantes».
Robyn não dúvida em chegar de seguida ao centro da questão. O aborto. É equivocado pensar que um caso dramático como o seu tenha que terminar por força com um aborto. «Nem sempre sabemos o que nos reserva o futuro», escreve. Mas, em todo o caso, segundo ela «tomar a decisão de matar um menino que se leva no seio porque pensamos que assim tudo terminará de um certo modo, de um modo melhor, é algo muito equivocado. Quando olho o meu filho e o vejo, sinto o mesmo amor que sente qualquer mãe. Não vejo as recordações negativas ou a dor. Não me arrependo de nada, não sinto dor». Pelo contrário, «sinto-me livre».
«Amo-os»
Robyn pensa «nas mães que, ali fora, abortaram» sem nenhuma presunção nem vontade de julgar alguém. «Não estou zangada com vocês. O meu coração chora a perca do vosso filho (…). Algumas de vós não haveis tido alguém que vos dissesse que vos amava, e é tão difícil então amar os outros...». Por isto, se «vos disseram que sois nada, que sois inúteis e estúpidas, eu quero dizer-vos que vos amo, que sois desejadas, que tendes um grande valor».
Tradução de Helena Faccia Serrano.
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