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sábado, 30 de agosto de 2014

Fez um pacto com o diabo para triunfar no heavy metal; e Cristo resgatou-o com uma surpresa

Kirk Martin, ex-líder da banda Power of Pride 

Kirk Martin
Actualizado 27 de Julho de 2014

Portaluz

Os sons do mais duro heavy metal eram uma harmoniosa sinfonia para ele. Ferido e magoado na infância, sedento de fama, não duvidou em oferecer tudo crendo que aí estava o seu tesouro.

Ex-líder da banda: Power of Pride
“O melhor era estar no palco tendo o controlo… Encantava-me ser adorado e que as pessoas que olhavam, dissessem «Wow! Quero ser isso»”. As palavras pertencem a Kirk Martin, que até há alguns anos liderava uma banda de heavy Metal chamada Power of Pride (O poder do orgulho) nos Estados Unidos.

Conseguiu participar em múltiplos concertos, onde projectava uma imagem selvagem e iracunda sobre o cenário. “Conseguir que milhares de pessoas gritassem blasfémias era a maior adrenalina que podia experimentar”, conta ao canal de televisão CBN.

Cheio de ódio
Mas esta imagem sinistra não só era uma posse cénica, mas tinha a sua correlação na vida real de Kirk. A sua robusta figura dava marco ao seu carácter briguento e as várias tatuagens no seu corpo falavam das crenças e espírito que o habitava. “Estava tão cheio de ódio que projectava esse ódio até muitas pessoas”, sincero e prossegue… “dois dos membros de la banda (enquanto estávamos na estrada em certa ocasião) decidiram que estavam fartos de mim e que não podiam aguentar-me mais, e eles, de faco decidiram deixar a banda”.

Os jovens idolatram-no
Reconhece que por muito tempo gozou da soberba, que enalteciam as letras das suas canções arengando com elas a rebeldia dos jovens que o idolatravam. “Toda a minha intenção era dizer às pessoas que acreditassem em si mesmos, que seguissem as suas próprias visões, os seus próprios sonhos e esmagassem quem se lhes atravessasse no seu caminho”.

Um pacto com o diabo: "Te servirei até ao fim dos tempos"
Mas as origens do seu surpreendente êxito, assinala, não foi por simples empenho, assertividade ou qualidade musical. Kirk não estava disposto a arriscar fracasso ou esperar fortuna e sem duvidá-lo propôs-se a concretizar o seu anseio ainda que para isso arriscou tudo num sinistro pacto. “Cravei as patas no solo, arranhei a terra e disse a Satanás: «Se me dás o que quero, se me fazes um deus, se me dás as mulheres, as drogas e a fama, tudo. Se me dás o poder de esmagar as pessoas, servir-te-ei até ao fim dos tempos»”.

O determinante trauma na infância
Logo pronunciou a decisão, recorda, em questão de dias uma casa discográfica oferecia-lhe um suculento contracto para que o seu grupo pudesse gravar um próximo disco.

Mas aquele pacto de escravidão não era o único segredo que Kirk guardava enquanto se afundava na ilusão da fama, sexo e fortuna… “Durante a minha meninez, uns rapazes no bairro começaram a molestar sexualmente e a sodomizar-me quando tinha provavelmente uns 8 anos. Ocorreu mais de uma vez e nunca falei disso, nunca o disse a ninguém”.

Violentado na infância, cheio de raiva, aproveitar-se sexualmente das mulheres converteu-se em parte do estilo de vida heavy metal de Kirk. “A pior parte do meu abuso foi o facto de que o interiorizei e violava outros”, recorda.

Um homem revela-lhe o que só ele conhecia
Estando a horas de assinar o contracto discográfico pelo qual tinha vendido a sua alma, Kirk teve um encontro com um misterioso estranho durante uma manhã numa pastelaria. “Um tipo entrou e sentou-se ao meu lado de entre todos os assentos nos quais se podia ter sentado… Havia muitos assentos livres, e imediatamente olhei-o com esta horrível e mesquinha expressão na minha cara. Olhei-o e disse-lhe: «Que se passa papá!?» e voltou a olhar o seu café… Olhou-me directamente na cara e respondeu «Que se passa amigo?». Saltei pela mesa e pus o meu nariz em frente do seu. Olhei-o nos olhos e simplesmente amaldiçoei-o, chamei-lhe todas as coisas imundas que me ocorreram, e disse-me: «Deus mandou-me aqui para dizer-te que te ama e quer que saibas que Ele não foi responsável pelos jovens que abusaram de ti quando eras criança», e o que era tão alucinante sobre isso, é que ele usou os seus nomes e disse: «Jesus está esperando-te para que voltes a cara para casa»”.

O misterioso homem foi-se e Kirk permaneceu pensativo, em choque, alguns segundos. Levantou-se de onde estava atrás dos passos do estranho, queria enfrentá-lo, mas quando saiu à rua, a pessoa tinha-se desvanecido.

A noite em que brilhou uma só estrela
Horas mais tarde quando Kirk estava a ponto de adormecer no autocarro da tournée da banda, foi sacudido no meio da noite. Talvez foi um sonho revelador, mas ele recorda-o como um facto real e vívido…

De facto apareceu uma grande estrela, como se caísse do céu, e o espírito de Deus mesmo actuou no autocarro. Eu não sabia porque odiava tanto a Deus. Tudo, simplesmente voou e a única coisa que sentia era amor. Senti-me aceite, senti-me como que era esse menino pequeno outra vez, antes que abusassem de mim, e disse: «Jesus, vem aqui e destrói-me porque eu não quero ser mais isto». Dou-me conta agora, que perante a presença de Deus, o pecado, o ódio e a falsidade não pode, não há lugar para isso, assim que tem que sair. E todas estas coisas começaram a deixar o meu coração”.

Já tudo era diferente

Kirk, como um menino, voltou a dormir e quando despertou na manhã seguinte, tudo parecia diferente. “A erva era mais verde, o céu era mais esponjoso, as nuvens eram formosas, e eu era diferente”. O contracto? Pouco o importava pois “aquilo que sempre tinha querido, de repente não o queria mais. Deixei tudo e nunca mais voltei à banda”.

Uma etapa de reconciliação
Em busca de respostas e de reconciliação com a fé, Kirk encontrou uma igreja no seu povoado natal e voltou-se ao cristianismo. Quando começou a assistir às celebrações, o seu conselheiro espiritual aconselhou-o a terminar o doloroso ciclo que tinha começado na infância. Que procurasse os jovens que tinham abusado dele para perdoá-los foi o desafio.

“Encontrei-os e não sei se se recordavam de mim. Então perguntei-lhes: «Porque me fizeram isto?». Começaram a contar-me a história de como alguém os tinha violado, como em crianças tinham encontrado uma revista pornográfica e isso é o que os tinha levado a abusar de mim, e logo convidaram outro rapaz a quem fizeram o mesmo. Eles tinham dado os seus corações a Cristo. Sentámo-nos, chorámos e abraçámo-nos. Falámos sobre isso e rezámos, assim é como passamos tudo isto”.

De novo na música mas de outra maneira
Com o tempo Kirk também reencontrou o seu talento musical, sustentado na liberdade e cura oferecida por Deus, escrevendo e interpretando canções de louvor. Formou família e juntos viajam por todo o país partilhando o milagre que mudou a sua vida.

“A minha mulher é simplesmente um tesouro e a minha família é o testemunho maior da piedade e a graça de Deus. Eu que era viciado nas drogas, o sexo e a violência, o ódio, que usava a música como uma ferramenta para destruir as pessoas fui recolhido e curado por Deus… Tudo isso para sua glória”, conclui.

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