O núncio na Ilha pede para os italianos não reclamarem do seu país e lembra-lhes que um médico cubano ganha 25 euros por mês
Roma, 25 de Agosto de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora
A situação económica em Cuba é realmente difícil, este foi o
comentário do núncio apostólico em Cuba, Mons. Bruno Musarò, após a
missa que celebrou na localidade italiana de Vignacastrisi, no parque
São Pio de Pietrelcina.
O jornal local, Lecce News, deu a notícia, acrescentando que o
núncio, depois da missa, falou das condições de extrema pobreza e
degradação que vivem, na ilha caribenha, os cidadãos, vítimas de uma
ditadura socialista que leva 56 anos no poder.
"Os italianos que se queixam de tantas coisas têm que saber que em
Cuba - diz o jornal - um médico ganha 25 euros por mês e que para viver
com dignidade alguns profissionais trabalham a noite como garçons.
Segundo o jornal, monsenhor disse que em Cuba tudo está controlado
pelo Estado, até o leite e a carne. Comer bezerro é um luxo e quem mata
um para comer é preso e levado para cadeia. Por isso explicou que muitas
pessoas escapam da Ilha.
"Mesmo meio século depois se fala de Revolução, se elogia ela, mas as
pessoas não têm emprego e não sabe como fazer para alimentar seus
próprios filhos”, diz monsenhor a Lecce News.
A Igreja em Cuba, apesar de ainda ter dificuldades, nas últimas
décadas tem tido mais espaço para a sua pastoral, especialmente depois
da visita de João Paulo II em 1998, quando viu o fim de proibições, como
a festa de Natal que, com a Revolução Cubana, tinha sido abolida.
Os bispos até mesmo têm uma página web com conteúdos de natureza religiosa.
Na última terça-feira, 13 de Agosto, Fidel Castro cumpriu 88 anos.
Desde 2006, o líder da Revolução Cubana não ocupa nenhum cargo público,
e, portanto, as celebrações foram discretas, como alguns concertos e uma
exposição fotográfica.
No Facebook se espalhou a notícia de que Fidel Castro se moveria em
um veículo recém-importado Mercedes cinza, carro que em outro país seria
até mesmo discreto para um líder político, se não fosse porque a frota
de carros na ilha seja principalmente dos anos 50 e os veículos que se
permitiu importar tem preços muito mais elevados do que nos Estados
Unidos e na União Europeia.
Apesar das reformas de Raul Castro, a cada ano cerca de 40 mil
pessoas deixam a Ilha, embora a maioria agora o faça de forma legal e em
um avião.
(25 de Agosto de 2014) © Innovative Media Inc.
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