O sacerdote nigeriano, padre Maurice Emelu, autor e jornalista da rede de TV EWTN Global Catholic Network fala sobre seu novo programa criado para curar as feridas morais e sociais do Continente
Roma, 29 de Agosto de 2014 (Zenit.org) Deborah Castellano Lubov
A África precisa de uma visita do Papa Francisco. Tem
certeza disso o pe. Emelu Maurice, sacerdote nigeriano, autor e
jornalista da rede tv EWTN Global Catholic Network.
Em uma entrevista concedida a ZENIT, o padre Maurice também
anunciou os novos projectos da sua tv, especialmente o programa "Palavras
para um mundo ferido", que - disse ele - nasceu de uma necessidade
pastoral. Ao longo dos anos, o padre teve a oportunidade de conhecer
pessoas de todo o planeta e um dos pedidos mais comuns sempre foi o de
proporcionar alívio para a cura, a reconciliação e a paz nos corações
feridos dos africanos e do mundo todo.
Então, contou que encontrou inspiração na exortação pós-sinodal do
Papa Bento XVI “Africae Munus” para dar vida a este programa. A
confirmação foi, então, as palavras do Papa Francisco em Setembro de
2013: "A coisa que a Igreja mais precisa hoje é a capacidade de curar as
feridas e aquecer os corações dos fiéis; precisa de intimidade,
proximidade. Vejo a Igreja como um hospital de campo após a batalha".
O objectivo, diz Emelu, é de fato, chegar “às periferias
existenciais”, facilitando a “cura” através do trabalho reconfortante de
Cristo e da sua Igreja. Cada episódio do programa de televisão foi
adaptado para tratar e aliviar uma ferida particular.
"Se os extremistas têm aterrorizado seu bairro, seu país ou sua
cidade e você precisa de algumas palavras de encorajamento para manter a
paz, então esta série de televisão irá ajudá-lo", diz o autor.
Na África, de fato, o mal ceifa vítimas a cada dia: ainda são muitas
as guerras tribais, pratica-se a violência, a instabilidade política
resultante da corrupção favorece o derramamento de sangue. E na Nigéria e
na fronteira norte dos Camarões, testemunhamos todos os dias
assassinatos de pessoas inocentes pelas mãos de terroristas cruéis do
Boko Haram. Em Mali, Somália, Sudão do Sul, Quénia, Líbia não existe
nenhum só refúgio seguro. No Oriente Médio estão em vigor guerras
sangrentas.
O programa de televisão, portanto, se propõe como uma cura para todas
estas pragas morais, espirituais e sociais, dando, episódio após
episódio, sugestões sobre como cada uma delas pode ser tratada.
Diante deste panorama sangrento no Continente negro, para o pe. Emelu
é urgente uma visita do Papa. "Precisamos do Papa Francisco - diz a
ZENIT -. porque traz muita alegria e compartilha o Evangelho de uma
forma que suaviza até mesmo o coração mais endurecido".
De acordo com o padre, não importa a raça, a cor, a tribo, a
religião: "Somos todos irmãos e irmãs. Nós viemos de uma única família.
Deus é o nosso Pai e Criador. O mundo é grande o suficiente para todos. O
valor do nosso trabalho é medido no amor que trazemos e
compartilhamos". E isso o Santo Padre recorda constantemente e muito
bem.
"Deixe-me dizer-lhe – acrescenta o padre Maurice - que qualquer
pretensão de ativismo religioso que promove a violência, o terrorismo,
ou o ódio, não é verdadeiramente religiosa, mas política e ideológica. A
verdadeira religião inspira esperança, paz, justiça, perdão,
reconciliação, e, acima de tudo, amor".
Quando questionado sobre como é possível enfrentar os mesmos
problemas também com culturas diferentes, Emelu disse que, há cinco
anos, quando ele chegou aos Estados Unidos da América, enfrentou um
choque cultural, especialmente no que diz respeito ao conceito de
família.
Neste contexto, o sacerdote nigeriano sempre vê no trabalho do
Pontífice argentino um projecto extraordinário que "está abrindo os olhos
do mundo, explicando a beleza do catolicismo". O Santo Padre - diz -
está usando de forma muito eficaz todos os meios possíveis, incluindo as
redes sociais, para proclamar a beleza da "unidade na diversidade" que a
Igreja propõe.
Além disso, o Papa está explicando aos jovens a beleza e a verdadeira
identidade da família, a vocação de ensinar e testemunhar o amor. Como
aos jovens que encontrou na Coreia do Sul, aos quais insistiu que a
juventude não é somente o futuro da Igreja, mas o presente.
(29 de Agosto de 2014) © Innovative Media Inc.
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