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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Da Europa ao Médio Oriente, todos armados para evitar o desaparecimento dos cristãos"

A descoberta do Conselho Militar siríaco, um grupo armado de voluntários caldeus e assírios que se opõe ao avanço dos islamistas na Síria e no Iraque


Roma, 27 de Agosto de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci


São impactantes as últimas notícias divulgando as hordas de jovens europeus que decidem juntar-se à jihad no Oriente Médio. Notícias que causam preocupação, dando uma imagem do Velho Continente reduzido agora a mera expressão geográfica, arrastado pela secularização e contaminação ideológicas. Uma pesquisa publicada no último domingo, 24 de Agosto, nos jornais suíços Le Matine Dimanche e SonntagsZeitung, no entanto, atesta também uma realidade diferente.

É o chamado Conselho Militar Siríaco (CMS), um grupo armado de autodefesa siríaco que reúne cristãos caldeus e assírios. Conta-se cerca de mil efectivos, entre os quais alguns – talvez uma dezena, talvez muitos mais – provenientes da Confederação Suíça. Dois deles, que actualmente combatem no nordeste da Síria para impedir o avanço do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), foram encontrados por jornalistas que conduziram a investigação.

A contribuição para a causa dos cristãos no Oriente Médio é executado em duas faixas paralelas. Primeiro começou com a entrega de ajuda humanitária e empréstimos captados através de vendas e doações dos imigrantes cristãos orientais na Suíça. Falamos de cerca de 22 toneladas de ajuda, enquanto é bem menor a quantidade de dinheiro para a causa. Uma estimativa do jornalista é entre 100 e 200 mil francos suíços, embora os dois voluntários não concordem.

Lahdo Hobil, residente em Locarno, está à frente de uma das organizações mais activas na recolha e envio de ajuda: a União Europeia siríaca. Hobil envia alimentos ao Oriente Médio, ao mesmo tempo ele começou uma greve de fome, como informa o portal Ticino Tio. A abstinência de alimentos vai durar quatro dias e é destinada a chamar a atenção sobre a tragédia e a “pedir uma assistência dos Países ocidentais para o auxílio dos cristãos perseguidos pelos jihadistas do Estado islâmico".

Uma maneira diferente de defender a mesma causa que a de um de seus jovens parentes, que também vive em Ticino. É Cosar Johann, 31 anos, já oficial do exército suíço. É um dos dois voluntários do Conselho Militar siríaco (CMS) entrevistados pelos jornais suíços. Ele está na Síria, onde estão as raízes de sua família e onde o pai foi líder de uma formação política cristã. Saiu para “ajudar e defender as comunidades cristãs dos ataques jihadistas".

Na Suíça, o tema dos cidadãos cristãos de origem do Oriente Médio que aderem ao CMS está chamando a atenção dos meios de comunicação e do mundo político. Não faltam as polémicas, dada a histórica relutância com relação à guerra da Confederação Suíça. Cédric Wermuth, jovem vice-presidente do Partido Social-Democrático da Suíça, chamou de "compreensível", bem como "legítima e proporcional" que uma minoria perseguida pegue as armas para se opor a uma milícia terrorista. Wermuth também acha "absurdo" que se agite o espectro do julgamento desses cidadãos suíços, como - dizem seus acusadores - aderindo a formações militares violariam a renomada neutralidade do País Suíço.

Lahdo Hobil, quando perguntado sobre o assunto, disse que não concorda com a escolha de seus parentes de viajar para a Síria com um rifle no ombro, mas também disse: "Mas é preciso fazer uma distinção entre aqueles que tomam parte na jihad para massacrar os inocentes, e aqueles que vão simplesmente para defender suas comunidades". Além disso, como afirma Gewargis Hanna, de 42 anos, comandante de uma brigada do CMS entrevistado pelos dois jornais suíços: "Alguém tem de tomar medidas para evitar o desaparecimento dos cristãos". 

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