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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Francisco já está em Roma depois da visita apostólica à Coreia do Sul

A viagem do papa se perfilou como uma porta de entrada na Ásia


Roma, 18 de Agosto de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


O papa Francisco encerrou nesta segunda-feira, 18 de Agosto, a viagem de cinco dias que fez à Coreia do Sul. Ele partiu da base aérea de Seongnam às 13h do horário de Seul (4h da manhã em Roma e 1h da madrugada em Brasília), com destino a Roma.

O voo de 12 horas do Boeing 777 da Korean Air aterrou na capital da Itália poucos minutos antes das 18 horas pelo horário italiano (13h em Brasília). No avião, o Santo Padre conversou com os jornalistas que o acompanharam durante a histórica viagem, na qual não faltaram convites ao diálogo, à reconciliação e à reunificação entre o norte e o sul da Coreia.

Na base aérea da capital coreana, em uma breve cerimónia, o Santo Padre saudou com evidente afecto o cardeal Andrew Yeom Soo-jung, arcebispo de Seul, e os bispos das 16 dioceses da Coreia do Sul.

Estava presente o primeiro-ministro sul-coreano Chung Hong-Won, além de outras autoridades locais. A presidente Park Geun-hye, por sua vez, se despediu do papa na catedral de Myeong-dong, onde o pontífice celebrou a missa pela reconciliação e pela paz entre o norte e o sul da Coreia.

No quinto e último dia da sua viagem apostólica, o papa Francisco encontrou no edifício da velha cúria os líderes coreanos de diversas confissões e religiões. O Santo Padre saudou cada um deles e dirigiu breves palavras a todos os presentes.

O motivo da visita do papa à Coreia foi a VI Jornada da Juventude Asiática (JJA), que contou com a participação de milhares de jovens coreanos e de outros 22 países. O Santo Padre se reuniu com eles pela primeira vez no Santuário de Solmoe, onde lhes falou da vocação e do Pai misericordioso e rezou com eles pela unidade da Coreia. A VI Jornada Asiática da Juventude terminou com a missa do papa no castelo de Haemi, onde ele convidou os jovens a dar testemunho da sua fé ao mundo.

Outro dos momentos principais da viagem apostólica foi a cerimónia na Porta de Gwanghwamun, em Seul, com a beatificação de Paul Yun Ji-Chung e 123 companheiros mártires. Também muito destacada foi a santa missa no estádio World Cup, na cidade de Daejon, da qual participaram cerca de 50 mil pessoas que acolheram o Santo Padre com grande entusiasmo. Além da oração do ângelus, Francisco fez uma exortação aos presentes para serem “arautos felizes da aurora de um mundo de paz”. Teve muita repercussão, ainda, a visita do pontífice ao Centro "Casa da Esperança", em Kkottongna, onde o papa abraçou enfermos e portadores de deficiências.

Os gestos impactantes foram vários ao longo da visita, como quando o Santo Padre desceu do papa-móvel para saudar os familiares das vítimas do naufrágio do ferry Sewol; quando o pontífice renunciou ao helicóptero que ia levá-lo de Seul a Daejeon e preferiu viajar no trem de alta velocidade; e quando pediu para parar o carro a fim de rezar em silêncio diante do cemitério para crianças abortadas.

Esta foi, além disso, a primeira vez que um pontífice sobrevoou o território da China continental. Pequim concedeu a Francisco a autorização que tinha negado a João Paulo II, num gesto que poderia abrir perspectivas concretas de diálogo com o regime existente no país.

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