País sofre com derramamento de sangue e deslocamento forçado de pessoas
Roma, 19 de Agosto de 2014 (Zenit.org)
O arcebispo da capital da República Centro-Africana condenou
os massacres que vêm ocorrendo no país e pediu que os políticos "acabem
com o sofrimento das pessoas o mais rápido possível".
Em sua homilia neste sábado, o arcebispo Dieudonné Nzapalainga, de
Bangui, falou em nome "dos desabrigados, em fuga da violência, que vivem
em condições difíceis", e convidou "os líderes do país a tomar decisões
rápidas para acabar com o sofrimento da população em Bangui e em outras
partes do país". As informações são da agência Fides, divulgadas nesta
segunda-feira.
Esteve presente na missa o novo primeiro-ministro do país, Mahamat
Kamoun, muçulmano e ex-assessor especial nomeado pelo presidente
cristão, Samba Panza. Kamoun assumiu oficialmente o cargo neste dia 14
de Agosto. Espera-se que ele lidere um governo de transição que aplique o
cessar-fogo assinado em Brazzaville, capital do Congo, em 23 de Julho.
Apesar do cessar-fogo assinado entre ex-rebeldes Seleka e milícias
anti-Balaka, o arcebispo destacou que os massacres de civis continuam.
O mais recente ocorreu em M'Brés, no norte do país, onde, segundo as
autoridades, os rebeldes Seleka, em sua maioria muçulmanos, mataram pelo
menos 30 pessoas após uma série de ataques a aldeias remotas ao longo
da última semana.
Os rebeldes são ex-membros da aliança Seleka, que governou o país
durante 10 meses. A agitação religiosa e étnica começou no ano passado,
quando essa mesma coligação derrubou o governo.
Por sua vez, alegando legítima defesa, comunidades formadas em grande
parte por cristãos criaram as milícias "anti-Balaka" e contra-atacaram
os muçulmanos.
Como resultado deste conflito, milhares de pessoas morreram e mais de um milhão de civis tiveram que deixar suas casas.
Em Janeiro, os combatentes Seleka deixaram o poder, mas se
reagruparam na região norte do país, de onde, nos últimos meses, têm
lançado novos ataques.
Com base em testemunhos de locais, prevêem-se para as próximas
semanas, antes da chegada de uma missão de paz da ONU aguardada para
meados de Setembro, novos ataques dos rebeldes contra outras aldeias.
(19 de Agosto de 2014) © Innovative Media Inc.
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