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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

República Centro-Africana: arcebispo pede para evitar os massacres e tomar medidas rápidas

País sofre com derramamento de sangue e deslocamento forçado de pessoas


Roma, 19 de Agosto de 2014 (Zenit.org)


O arcebispo da capital da República Centro-Africana condenou os massacres que vêm ocorrendo no país e pediu que os políticos "acabem com o sofrimento das pessoas o mais rápido possível".

Em sua homilia neste sábado, o arcebispo Dieudonné Nzapalainga, de Bangui, falou em nome "dos desabrigados, em fuga da violência, que vivem em condições difíceis", e convidou "os líderes do país a tomar decisões rápidas para acabar com o sofrimento da população em Bangui e em outras partes do país". As informações são da agência Fides, divulgadas nesta segunda-feira.

Esteve presente na missa o novo primeiro-ministro do país, Mahamat Kamoun, muçulmano e ex-assessor especial nomeado pelo presidente cristão, Samba Panza. Kamoun assumiu oficialmente o cargo neste dia 14 de Agosto. Espera-se que ele lidere um governo de transição que aplique o cessar-fogo assinado em Brazzaville, capital do Congo, em 23 de Julho.

Apesar do cessar-fogo assinado entre ex-rebeldes Seleka e milícias anti-Balaka, o arcebispo destacou que os massacres de civis continuam.

O mais recente ocorreu em M'Brés, no norte do país, onde, segundo as autoridades, os rebeldes Seleka, em sua maioria muçulmanos, mataram pelo menos 30 pessoas após uma série de ataques a aldeias remotas ao longo da última semana.

Os rebeldes são ex-membros da aliança Seleka, que governou o país durante 10 meses. A agitação religiosa e étnica começou no ano passado, quando essa mesma coligação derrubou o governo.

Por sua vez, alegando legítima defesa, comunidades formadas em grande parte por cristãos criaram as milícias "anti-Balaka" e contra-atacaram os muçulmanos.
Como resultado deste conflito, milhares de pessoas morreram e mais de um milhão de civis tiveram que deixar suas casas.

Em Janeiro, os combatentes Seleka deixaram o poder, mas se reagruparam na região norte do país, de onde, nos últimos meses, têm lançado novos ataques.

Com base em testemunhos de locais, prevêem-se para as próximas semanas, antes da chegada de uma missão de paz da ONU aguardada para meados de Setembro, novos ataques dos rebeldes contra outras aldeias. 

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