À beira dum ataque de nervos ficou um amigo
meu, professor de português, quando um seu neto chegou a casa com esta
inteligente ficha de trabalho que lhe fora apresentada na escola pública que
frequenta.
O pobre do avô nem queria acreditar, tal era a
imbecilidade do texto, ou talvez, outro adjectivo seja mais adequado para o
definir...; e também pela carga estupidificante e distorcida de valores que ele
representa...
Convidar este homem amigo para tomar um café
era uma medida perigosa, a sua saúde perigava ainda mais, confortá-lo
desnecessário, apoiá-lo dando-lhe palmadinhas nas costas era pouco, muito
pouco, por isso achei mais positivo escrever e dar a conhecer o que a nossa
“inteligentia” educativa anda a manobrar e a educar com os nossos impostos.
A estreiteza de horizontes, a pobreza de
conteúdos, a pequenez intelectual, o desadequado do contexto e a escassez de
riquesa cultural deixam uma preocupante e intrigante perspectiva de pedagogia
com objectivos muito suspeitos, suspeitosos e nada, mesmo nada, inocentes.
Sem enganos reconheçamos que quando a esmola é
grande o pobre desconfia, logo manuais escolares de graça podem sair caros e
trazerem muita água no bico.
Victor Machado
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