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domingo, 30 de junho de 2019

Milhares de Toneladas de Lixo

Hoje fui dar o meu habitual passeio à beira rio. Faz-me bem caminhar durante uma hora. Ajuda-me a levar a vida em frente observando a natureza, fazendo exercício e descomprimindo um pouco. À chegada tive uma agradável surpresa. Uma exposição temporária promovida pelo Ocean Plastics Lab, situada à entrada do Pavilhão do Conhecimento, Centro de Ciência Viva, subordinada ao tema: “Ciência versus Resíduos de Plástico”, uma iniciativa que pretende sensibilizar para a necessidade de reduzir draticamente o lixo marinho, bem como divulgar o modo como os cientistas se encontram a envolver-se nesta área. O panfleto distribuído refere: “O Ocean Plastics Lab, demonstra os esforços de cientistas em todo o mundo para entender e resolver o problema dos resíduos nos nossos oceanos”. Acrescenta ainda uma perspetiva científica sobre a poluição plástica nos mares: “Os plásticos estão em quase toda a parte das nossas vidas. Todos nós usamos plástico regularmente… Infelizmente não o reciclamos. A ciência e a sociedade precisam de encontrar soluções em conjunto. A Ocean Plastics Lab é uma exposição itinerante internacional que visa dar a conhecer o contributo da ciência para compreender e combater o problema da presença de plásticos nos oceanos. Reúnem testemunhos de mais de 60 cientistas e grupos de todo o mundo. Através dos quatro contentores em exposição, a missão Ocean Plastics Lab., guia os visitantes no sentido de poderem ver e entender como os cientistas tentam abordar e resolver o problema do lixo marinho.


Fiquei contente por esta feliz iniciativa que se encontrava a ser visitada por grupos de jovens atentos e sensibilizados pelo problema da poluição. Também por tomar conhecimento de que se encontravam a ser tomadas não só medidas mas também uma verdadeira tomada de consciência geral no sentido de se combater esta ocorrência de extrema gravidade para o futuro do nosso planeta que talvez peque um pouco por ser tardia. Pela minha mente passou um tweet que o Papa Francisco publicou recentemente: “Cada criatura tem uma função, nenhuma é supérflua. Todo o universo é uma linguagem de amor de Deus, do seu afeto infinito por nós: terra, água, montanhas, tudo é carícia de Deus”. Logo importa preservar todo o universo, que é uma demonstração do amor de Deus. Será que nos encontramos a fazê-lo convenientemente? Ainda vamos a tempo de corrigir e melhorar, agora com um conhecimento mais profundo, o que não se encontra bem.


Recentemente o cardeal Peter Turkson, principal, colaborador do Santo Padre no campo da ecologia, apresentou à comunidade científica, como limitar o aquecimento global a 1,5º Celsius, não só como imperativo físico, mas também moral e religioso, como forma de defender os países e as populações mais pobres que, como refere o Papa Francisco na encíclica Laudate Si, “sofrem os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais”. Este limiar constitui a última oportunidade para salvar todos esses países e os muitos milhões de pessoas vulneráveis que vivem nas regiões costeiras. Com o aquecimento global já nos encontramos a observar um impacto severo nas mudanças climáticas nas pessoas, face a estas condições climáticas extremas, tais como secas, cheias, aumento do nível do mar, tempestades devastadoras e incêndios violentos, atingindo proporções inimagináveis e sem precedentes. Para enfrentar esta crise climática torna-se necessário mobilizar vontades e decisões, bem como os recursos económicos necessários para salvar a nossa casa comum, o futuro dos nossos filhos e das gerações vindouras.

Pensativa, continuei a minha caminhada à beira rio. A minha veia poética veio ao de cima. “Para ti olho, rio Tejo, de águas salgadas revoltas, cobertas de espuma tão branca, que nas tuas ondas me apetece mergulhar, ó rio que tão pressuroso passas. Quero que as minhas lágrimas repletas de dor, de angústia, de interrogações sobre o porvir do planeta, se misturem com o teu sal. Observo a tua beleza impar; por quanto tempo questiono, ó rio, que transportas sonhos, vãs ilusões, quimeras, poluição, mas também tanta beleza, sorrisos, alegria. Ó rio Tejo, mui amado, que tanta história e riquezas presenciaste, ousa ouvir este clamor, qual gemido doloroso agonizante e leva-o nas tuas ondas para que o universo ouça este apelo, de o planeta terra da poluição se salvar”.

Santa Maria, Rainha da Esperança, da Família, Stella Maris, intercedei por todos nós, para que todos se unam, em rede e em parceria, no sentido de proteger, cada vez mais, o ambiente, que é de todos nós. Ainda vamos a tempo!

Maria Helena Paes



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