Hoje fui dar o meu habitual passeio à beira rio. Faz-me bem
caminhar durante uma hora. Ajuda-me a levar a vida em frente observando a
natureza, fazendo exercício e descomprimindo um pouco. À chegada tive uma
agradável surpresa. Uma exposição temporária promovida pelo Ocean Plastics Lab, situada à entrada do
Pavilhão do Conhecimento, Centro de Ciência Viva, subordinada ao tema: “Ciência
versus Resíduos de Plástico”, uma iniciativa que pretende sensibilizar para a
necessidade de reduzir draticamente o lixo marinho, bem como divulgar o modo
como os cientistas se encontram a envolver-se nesta área. O panfleto
distribuído refere: “O Ocean Plastics Lab,
demonstra os esforços de cientistas em todo o mundo para entender e resolver o
problema dos resíduos nos nossos oceanos”. Acrescenta ainda uma perspetiva
científica sobre a poluição plástica nos mares: “Os plásticos estão em quase
toda a parte das nossas vidas. Todos nós usamos plástico regularmente… Infelizmente
não o reciclamos. A ciência e a sociedade precisam de encontrar soluções em
conjunto. A Ocean Plastics Lab é uma
exposição itinerante internacional que visa dar a conhecer o contributo da
ciência para compreender e combater o problema da presença de plásticos nos
oceanos. Reúnem testemunhos de mais de 60 cientistas e grupos de todo o mundo.
Através dos quatro contentores em exposição, a missão Ocean Plastics Lab., guia os visitantes no sentido de poderem ver e
entender como os cientistas tentam abordar e resolver o problema do lixo
marinho.
Fiquei contente por esta feliz iniciativa que se encontrava a
ser visitada por grupos de jovens atentos e sensibilizados pelo problema da
poluição. Também por tomar conhecimento de que se encontravam a ser tomadas não
só medidas mas também uma verdadeira tomada de consciência geral no sentido de se
combater esta ocorrência de extrema gravidade para o futuro do nosso planeta
que talvez peque um pouco por ser tardia. Pela minha mente passou um tweet que o Papa Francisco publicou
recentemente: “Cada criatura tem uma função, nenhuma é supérflua. Todo o
universo é uma linguagem de amor de Deus, do seu afeto infinito por nós: terra,
água, montanhas, tudo é carícia de Deus”. Logo importa preservar todo o
universo, que é uma demonstração do amor de Deus. Será que nos encontramos a
fazê-lo convenientemente? Ainda vamos a tempo de corrigir e melhorar, agora com
um conhecimento mais profundo, o que não se encontra bem.
Recentemente o cardeal Peter Turkson, principal, colaborador
do Santo Padre no campo da ecologia, apresentou à comunidade científica, como limitar
o aquecimento global a 1,5º Celsius, não
só como imperativo físico, mas também moral e religioso, como forma de defender
os países e as populações mais pobres que, como refere o Papa Francisco na
encíclica Laudate Si, “sofrem os
efeitos mais graves de todas as agressões ambientais”. Este limiar constitui a
última oportunidade para salvar todos esses países e os muitos milhões de
pessoas vulneráveis que vivem nas regiões costeiras. Com o aquecimento global
já nos encontramos a observar um impacto severo nas mudanças climáticas nas
pessoas, face a estas condições climáticas extremas, tais como secas, cheias,
aumento do nível do mar, tempestades devastadoras e incêndios violentos,
atingindo proporções inimagináveis e sem precedentes. Para enfrentar esta crise
climática torna-se necessário mobilizar vontades e decisões, bem como os
recursos económicos necessários para salvar a nossa casa comum, o futuro dos
nossos filhos e das gerações vindouras.
Pensativa, continuei a minha caminhada à beira rio. A minha
veia poética veio ao de cima. “Para ti olho, rio Tejo, de águas salgadas
revoltas, cobertas de espuma tão branca, que nas tuas ondas me apetece
mergulhar, ó rio que tão pressuroso passas. Quero que as minhas lágrimas
repletas de dor, de angústia, de interrogações sobre o porvir do planeta, se
misturem com o teu sal. Observo a tua beleza impar; por quanto tempo questiono,
ó rio, que transportas sonhos, vãs ilusões, quimeras, poluição, mas também
tanta beleza, sorrisos, alegria. Ó rio Tejo, mui amado, que tanta história e
riquezas presenciaste, ousa ouvir este clamor, qual gemido doloroso agonizante
e leva-o nas tuas ondas para que o universo ouça este apelo, de o planeta terra
da poluição se salvar”.
Santa Maria, Rainha da Esperança, da Família, Stella Maris, intercedei por todos nós,
para que todos se unam, em rede e em parceria, no sentido de proteger, cada vez
mais, o ambiente, que é de todos nós. Ainda vamos a tempo!
Maria Helena Paes |
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