Sempre me surpreendeu o facto de à volta de Jesus Cristo, haver um leque enorme de mulheres.
Privilégios de mulheres corajosas, que com santa ousadia foram as primeiras a saber da notícia e a transmiti-la aos apóstolos.
Maria como Sua Mãe era normal, mas com Ela apareciam sempre outras mulheres, umas porque tinham sido curadas das suas enfermidades e Lhe estavam muito gratas, outras devido à sua imensa capacidade de amar, reconheceram a enorme bondade e superioridade com que Ele as tratava, nomeadamente, naquela época e lugar em que as mulheres não tinham qualquer dignidade.
Ao longo do seu ministério, como lemos em S. Lucas capítulo 8, versículos 1 a 3: “(…) andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demónios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens.
Recordemos também Maria e Marta, irmãs de Lázaro, os grandes amigos de Betânia.
Foram as mulheres que Lhe ungiram os pés com bálsamos, foi Verónica que no doloroso caminho do calvário se atreveu a um corajoso acto de ternura e limpando-lhe o rosto cheio de sofrimento e desfigurado pela dor.
No momento da Sua morte todos O abandonaram, excepto o discípulo João e as santas mulheres que ficaram a fazer companhia a Sua Mãe. E no primeiro dia da semana, alta madrugada, elas foram ao túmulo, levando aromas que haviam preparado e assim foram as primeiras a ver que o Corpo do Senhor não estava lá. Os Anjos disseram-lhe que Ele tinha ressuscitado, por isso não estava entre os mortos, mas no meio dos vivos.
Voltando a toda a pressa, anunciaram esta descoberta aos onze e a quem estava com eles. Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, como nos conta S. Lucas, médico e grego, que com toda a minúcia, rigor e amor pela verdade não se desviava dos factos verídicos relatados pelos próprios conterrâneos de Jesus.
Que honra, que exemplo, que nobreza de alma, em pura simplicidade de transmitir o ocorrido, de fazer passar as notícias vividas e presenciadas.
Sem fantasias nem ficções, tal como nos é retratado no Novo Testamento, é ali que devemos ir beber esta parte da história, bem localizada no espaço e no tempo, com todos os pormenores e relatos, deixando de lado interpretações fílmicas, cujo fim é sempre distorcer e afastar o sentido divino e transcendente dos planos de Deus para o homem e para a humanidade inteira.
Emanuel do Carmo Oliveira
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