Durante o encontro com os bispos, o Santo Padre manifestou a esperança de que os países que ainda não possuem relações com a Santa Sé não hesitem em promover um diálogo"
Seul, 17 de Agosto de 2014 (Zenit.org) Alfonso M. Bruno
O encontro do Papa Francisco com os bispos da Ásia foi
realizado no santuário de Haemi, um lugar evocativo porque lembra cento e
trinta e dois mártires "sem nome". No sacrifício deles é possível
identificar os muitos mártires de hoje (especialmente da Ásia) do
Oriente Médio ao Extremo Oriente, que são vítimas de perseguições
sangrentas.
Após a saudação do arcebispo de Mumbay, Cardeal Oswald Gracias, o
Papa falou a seus irmãos no episcopado, em discurso articulado sobre
três pontos. O tema central foi a identidade na diversidade.
Esta é uma questão muito importante, que vai além da novidade e do
"perene" em um vasto e diversificado continente do ponto de vista
étnico, social e cultural. Há várias referências na Ecclesia in Asia
de João Paulo II, em particular, ao diálogo intercultural, no entanto,
nunca devemos ceder à tentação de nivelamento e uniformidade.
O primeiro ponto é a valorização e a consciência de ter uma
identidade própria, para conhecer, desenvolver e salvaguardar. Neste
cânone, no entanto, sobressai o comum do baptismo, ser seguidor de
Cristo. Os pastores devem orientar o rebanho a eles confiado sobre o
terreno sólido da catolicidade e não sobre as areias movediças do
relativismo.
Como segundo ponto, a Igreja mesmo sendo versátil e criativa, sendo
acolhedora e comunicativa, não deve ceder a superficialidade ou a
programas pastorais efémeros ou negociações que prescindem o crescimento
e o testemunho na virtude.
O terceiro ponto a ser levado em consideração pelos pastores é fugir
da tentação da aparente segurança de respostas fáceis, frases prontas,
leis e regulamentos apenas formais. "A fé (disse o Papa Francisco), a
fé, por sua natureza, não se concentra em si mesma, mas tende a «sair».
Parafraseando São Pedro disse aos bispos da Ásia- devemos estar
sempre prontos a responder a qualquer pessoa que nos peça a razão da
esperança que há em nós (cf. 1 Ped 3, 15). O desafio - continua o Papa- é
a capacidade de empatia que torna-nos capazes de um verdadeiro diálogo
humano, no qual palavras, ideias e perguntas brotam de uma experiência
de fraternidade e humanidade compartilhada. Isto e fundamentado na
lógica da Encarnação: em Jesus, o próprio Deus tornou-Se um de nós,
partilhou a nossa existência e falou-nos com a nossa linguagem (cf.
Ecclesia in Asia, 29)."
Por fim, Papa Francisco não escondeu aos bispos da Ásia a esperança
de que os países do Continente, com os quais a Santa Sé ainda não tem
plenas relações, não hesitarão em promover um diálogo para benefício de
todos.
O pulsillus grex, pequeno rebanho da Ásia, ao qual, porém,
foi confiada a missão de levar a luz do Evangelho até aos confins da
terra, foi confiado pelo Papa à intercessão de Maria, Mãe da Igreja, com
a sua bênção.
(17 de Agosto de 2014) © Innovative Media Inc.
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