O Santo Padre ia receber na próxima semana os pais dos rapazes sequestrados
Cidade do Vaticano, 02 de Julho de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora
O papa Francisco ligou ontem para a casa do rabino Riccardo
Di Segni, médico e chefe da comunidade judaica de Roma, para expressar a
sua dor e pesar pela morte dos três jovens israelitas assassinados por
extremistas palestinianos.
Os jovens Gilad Shaar, de 16 anos, Naftali Fraenkel, da mesma
idade, e Eyal Yifrah, de 19, eram alunos de escolas religiosas judias.
As famílias perderam o contacto com eles no dia 12 de Junho. Os três
corpos foram encontrados neste fim de semana.
Conforme declarações do rabino Di Segni, reproduzidas pelo jornal
romano “Il Messaggero”, o papa manifestou os seus pêsames e afirmou:
“Rezo por eles”.
Di Segni afirmou que, quando escutou a voz do papa Francisco, pensou
“que fosse uma brincadeira, porque não é uma coisa frequente”. Em
ocasiões anteriores, foi ele quem procurou o pontífice.
O rabino contou ainda que, alguns dias atrás, os pais dos jovens
sequestrados, antes da confirmação dos assassinatos, tinham lhe pedido
que entrasse em contacto com o Vaticano para solicitar que o papa os
recebesse em audiência.
Nesta próxima segunda-feira, 8 de Julho, eles chegariam de Israel
para o encontro com Francisco. A informação era sigilosa, disse o
rabino, mas agora, durante os oito dias do luto judeu, eles não terão
nenhum tipo de actividade ou encontro. Di Segni declarou que o papa
garantiu a sua disponibilidade para abraçar os pais dos jovens mesmo
após a confirmação da tragédia.
No mesmo dia em que foram achados os corpos sem vida dos três jovens,
a sala de imprensa da Santa Sé emitiu um comunicado com os pêsames do
Santo Padre e qualificou o assassinato como “execrável” e como “um
obstáculo para a paz”, além de recordar que “a violência gera mais
violência”.
Funeral dos jovens
A comunidade judia de Roma convidou ontem os comerciantes a fecharem
seus estabelecimentos durante uma hora durante o funeral de Eyal, Gilad e
Naftali, enquanto o rabino Di Segni presidia uma cerimónia na sinagoga
maior de Roma.
Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, presente na cerimónia fúnebre dos jovens, declarou que os sequestradores e
assassinos “celebram a morte; nós, a vida. Eles louvam a crueldade; nós,
a piedade. Esta é a base da nossa força”.
Os ministros israelitas debatem a resposta que darão ao crime, que
poderá incluir uma nova ofensiva contra a Faixa de Gaza. É lá que se
encontram as lideranças do movimento Hamas, acrónimo em árabe para o
Movimento de Resistência Islâmica.
“Nós consideramos o Hamas responsável pelo sequestro e pelo
assassinato dos jovens”, declarou o ministro israelita da Defesa, Moshe
Yaalon, “e sabemos como acertar as contas".
Outro grupo islâmico reivindica a acção
Um grupo desconhecido auto-proclamado “Partidários do Estado
Islâmico”, activo na Síria e no Iraque, reivindicou o sequestro e o
assassinato dos três jovens israelitas em comunicado divulgado através
de sites islamistas, mas Israel continua apontando para o Hamas.
O Hamas e seus braços armado e político
O Hamas é considerado um grupo terrorista por Israel, pelos Estados
Unidos, pela União Europeia e por diversos outros países. O grupo tem um
braço político e outro armado. O político chegou a um acordo com o actual presidente palestino Mahmoud Abbas, fato que, em 2 de Junho,
originou um governo de unidade palestino, reunindo o Al Fatah e o Hamas.
Depois dos sequestros, Netanyahu exigiu que Abbas anulasse o acordo de reconciliação feito em Abril com o rival Hamas.
Operações militares de Israel
Nas operações de busca dos adolescentes realizadas pelo exército
israelita na Cisjordânia durante as últimas três semanas, foram detidos
dezenas de activistas palestinianos. Residentes locais asseguram que
morreram ao menos seis palestinianos durante as operações.
O exército de Israel, por sua vez, comunicou que seus aviões atacaram
34 posições islamistas na Faixa de Gaza, devido, afirmaram, ao
lançamento de cerca de vinte mísseis palestinianos nas últimas 24 horas.
(02 de Julho de 2014) © Innovative Media Inc.
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