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sábado, 26 de julho de 2014

O arcebispo de Santiago de Compostela: "Cristo faz com que a morte não tenha a última palavra"

Missa é celebrada em memória das vítimas do trágico acidente ferroviário que ontem completou um ano


Roma, 25 de Julho de 2014 (Zenit.org)


"Esta vida consiste em nossa união com Deus na companhia dos bem-aventurados, já que Deus mesmo, em pessoa, é o prémio e o término de todas as nossas fadigas e desejos. Na união com Ele, encontramos o regozijo e a alegria para sempre". Com estas palavras, o arcebispo de Santiago de Compostela, na Espanha, dom Julián Barrio, se dirigiu aos familiares das vítimas do acidente ferroviário ocorrido há um ano. Foi dele a homilia da missa rezada na tarde de ontem, 24 de Julho, na catedral da cidade.

Em 24 de Julho de 2013, a cerca de 3 quilómetros da estação de trens de Santiago de Compostela, um comboio descarrilou com 218 passageiros a bordo, provocando a morte de 79 pessoas.

Junto com dom Julián Barrio e com o bispo auxiliar, dom Jesús Fernández, participaram todos os bispos das dioceses da Galiza e o arcebispo castrense dom Juan Díaz del Río, além de sacerdotes da diocese de Santiago. No final da celebração eucarística, foi interpretada a canção escrita por Sandra Campos Otero, uma das vítimas da tragédia.

"Compreendemos a vida sempre olhando para trás, mas temos que vivê-la olhando para frente. Cristo ressuscitou e vive para sempre. Por isso nós confessamos que a vida de todos nós, que acreditamos nele, não termina, mas se transforma, e, quando a nossa morada terrena se desfaz, adquirimos uma mansão eterna no céu", disse o arcebispo na homilia, observando também que, na eucaristia que estava sendo celebrada, "nós fazemos memória de Jesus morto e ressuscitado e recordamos com afecto e oração, com a verdade e a bondade, aqueles que, há um ano, perderam a vida no acidente ferroviário, associando o seu destino ao de Cristo".

Dom Barrio afirmou que o acidente "destacou a compaixão e o heroísmo de tantas pessoas que, com o seu trabalho esforçado, foram sinais de luz no mistério da dor e da morte. Nós o vivemos com esperança cristã, olhando para além, com profundidade, pela espessura do inesperado, e enfrentando os desafios com o melhor de nós mesmos".

O arcebispo confiou ao Senhor "os falecidos, para quem o tempo da provação deu lugar à eternidade da recompensa, cruzando o limiar da esperança. Pedimos a recuperação dos feridos e imploramos a consolação e a serenidade para as suas famílias".

Barrio compartilhou com os fiéis presentes o dom da fé: "Afirmamos na fé que a ressurreição de Cristo faz com que a morte não tenha a última palavra, mas sim a vida". Esta é a verdade que dá sentido às nossas vidas “e que faz com que não nos entreguemos em meio às lágrimas perante a morte, como se ela fosse o ponto final da nossa existência. Deus não nos abandona nunca. Ele não está ausente: Ele está com quem sofre e sente o peso da solidão. Ele esteve com seu Filho Jesus Cristo e está connosco, sustentando-nos em nossas escuridões". 

Ao terminar, o arcebispo de Santiago de Compostela convidou: "Confiados no perdão e na justificação que Cristo nos oferece, recomendemos os nossos irmãos à misericórdia de Deus, pois nem sequer a morte pode nos afastar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus, Senhor nosso". Ao santo apóstolo Tiago, "pedimos que os tenha acompanhado ao transpor o pórtico da glória celestial e que eles já desfrutem da felicidade eterna. Em cada eucaristia nos é dada vida nova e ressuscitada, em que se faz presente o sofrimento de Cristo e o de todos os que experimentam o que significa a falta de sentido e o desamparo".

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