O reverendo Tunnicliffe diz que a aproximação do papa é um bom augúrio para o futuro
Cidade do Vaticano, 30 de Julho de 2014 (Zenit.org)
O líder da Aliança Evangélica Mundial aplaudiu o encontro
entre o papa Francisco e os pentecostais em Caserta, na Itália, na
última segunda-feira, e respondeu ao pedido de desculpas do Santo Padre
pela falta de compreensão dos católicos fazendo o seu próprio pedido de
perdão em nome dos evangélicos que discriminaram os católicos.
O secretário geral da Aliança Evangélica Mundial, Rev. Dr. Geoff
Tunnicliffe, disse que o pedido de desculpas do papa Francisco em nome
dos católicos que perseguiram outros cristãos no passado foi louvável,
bíblico e reflecte a mensagem de Jesus. E, como Francisco, o líder
evangélico também pediu perdão pelos cristãos evangélicos que fizeram o
mesmo contra os católicos.
Em entrevista à Rádio Vaticano nesta quarta-feira, 30, Tunnicliffe
fez uma série de reflexões sobre o gesto do papa de se reunir com mais
de 200 membros da Igreja Pentecostal da Reconciliação na cidade italiana
de Caserta. No sábado, o papa tinha se reunido também com a comunidade
católica da cidade.
Perguntado sobre o impacto do encontro do papa com os pentecostais,
ele declarou: "Eu acho que a aproximação do papa Francisco é um bom
augúrio para conversas futuras, porque isso vai nos permitir ir mais
fundo em nossas interacções".
"Nos últimos anos, a Aliança Evangélica Mundial, que representa cerca
de 650 milhões de cristãos do mundo todo, tem tido uma crescente interacção com o Vaticano e com a Igreja católica. Estamos concluindo o
nosso segundo diálogo teológico oficial, que identifica áreas de
preocupações comuns e áreas em que ainda discordamos".
Reconhecendo os erros
Ao comentar o pedido de desculpas do papa Francisco em nome dos
católicos que discriminaram os protestantes, Tunnicliffe elogiou o papa
por dar o passo público de pedir perdão, considerou a atitude como
"bíblica" e disse que ela "reflecte a mensagem de Jesus".
Depois de dizer que o ato do papa Francisco representará uma
"mensagem forte para o mundo, especialmente para os países onde existem
tensões significativas entre católicos e evangélicos", Tunnicliffe
também fez um pedido de desculpas.
"Eu também preciso dizer o seguinte: reconheço que houve na história
situações em que os protestantes, incluindo os evangélicos,
discriminaram os cristãos católicos. Eu sinto muito por esse tipo de
atitude. Embora nós possamos discordar teologicamente, isso nunca deve
nos levar à discriminação ou à perseguição contra o outro. Todos nós
precisamos reconhecer todos os nossos erros e pedir perdão uns aos
outros".
O líder evangélico observou que as conversas oficiais entre católicos
e evangélicos ainda são uma parte essencial do caminho ecuménico e
disse que o encontro histórico ajudou a construir a confiança e a
amizade, que, espera ele, podem levar ao aprofundamento do diálogo ecuménico. Tunnicliffe pediu a continuidade das relações dentro da
"família cristã".
"Jesus", disse ele, citando João 17, "nos pediu claramente para
sermos um". É muito importante, por isso, ajudar os que estão fora da
Igreja a entender que, "embora haja diferenças dentro das denominações
cristãs, também temos muitas áreas em comum" no essencial.
(30 de Julho de 2014) © Innovative Media Inc.
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