O presidente da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas reflecte sobre a formação contínua dos médicos
Roma, 25 de Julho de 2014 (Zenit.org)
O Papa Paulo VI, em sua encíclica Humanae Vitae, “pedia aos
médicos que considerássemos como próprio dever profissional adquirir
toda ciência necessária sobre aqueles temas delicados para poder dar aos
esposos que nos consultam bons conselhos e directrizes claras, que eles
esperam de nós com todo direito”.
Durante o quadragésimo sexto aniversário da encíclica, o dr. José
María Simón Castellví, presidente da Federação Internacional de
Associações Médicas Católicas (FIAMC) escreveu uma reflexão sobre a
importância da educação contínua na profissão médica.
"Hoje, podemos perguntar-nos se as instituições e os meios que usamos
para nos formar são razoáveis e úteis. Uma das finalidades
estatutárias da FIAMC é a de contribuir para o desenvolvimento da
profissão médica em geral, também trabalhando com médicos não-católicos,
que são iguais a nós", diz o dr. Castellví.
Reconhecendo a importância das instituições educativas tanto da
Igreja como da sociedade civil, o doutor se pergunta “o que acontece
depois dos estudos regulamentados? Temos estruturas e sistemas realmente
úteis para servir com dignidade nossos pacientes?"
"Ao deixar a faculdade, os médicos apaixonados pela profissão podemos
ficar um pouco órfãos. Certamente há estruturas úteis para o nosso
desenvolvimento pessoal e profissional. Entretanto, as lacunas são
muitas e muitas instituições estão desfasadas e não servem", diz o
presidente de FIAMC.
Assim, reconhece que "as associações de médicos católicos cumprem
certamente um papel importante em muitos países. Isso não significa que
não podem ampliar, desenvolver e oferecer mais. Algumas universidades
oferecem cursos de pós-graduação, mas não chegam a todos”.
Por isso, o médico acredita que "as associações colegiais e muitas
associações profissionais especializadas, não cumprem bem a sua missão".
E também adverte que "os meios de comunicação estão rapidamente
substituindo as instituições de ensino na formação-deformação de médicos
e cidadãos". Assim como reconhece que a Internet "é útil com reservas
no conhecimento sanitário” também está cheia de farsas e não substitui a
relação médico-paciente.
Por fim, salienta que muitos têm a certeza de que "é a indústria
farmacêutica e de ferramenta sanitária a que contribui mais para a
formação do médico”. Embora o indivíduo não conheça uma técnica ou
medicamento, - explica o doutor - virão amavelmente a apresentá-los, lhe
darão publicações, serão inscritos em actualizações por email e se
certificarão a tempo das novas terapias. Desta forma, o presidente de
FIAMC reconhece que muitas empresas farmacêuticas formam muito bem seus
vendedores e que é necessário aprender deles “mas com a cautela do
profissional que serve os interesses dos seus pacientes. E talvez tenha
que enterrar antigos modelos e reflectir sobre a melhor e mais agradável
maneira de forma-se”. (Trad.T.S.)
(25 de Julho de 2014) © Innovative Media Inc.
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