O arcebispo de Lima celebrou a missa solene e o Te Deum pelo 193º aniversário da Independência do Peru
Roma, 30 de Julho de 2014 (Zenit.org)
O cardeal Juan Luis Cipriani falou dos princípios morais e
espirituais com que a religião católica contribui na construção de uma
sociedade peruana mais humana, como valores intangíveis e fundamentais.
Ele se pronunciou neste dia 28 de Julho, por ocasião da missa solene e
do “Te Deum” de acção de graças pelo 193º aniversário da Independência do
Peru.
Durante a homilia da missa solene, o arcebispo de Lima observou que
a Igreja sempre vê a necessidade de semear entusiasmo e esperança, de
maneira especial nos tempos actuais, em que se observa uma crise de
valores. "É evidente que o critério democrático da maioria pode ser
suficiente em grande parte dos assuntos que precisam ser regulamentados
juridicamente pelos poderes do Estado. Mas também é evidente que, nas
questões fundamentais do direito natural, nas quais estão em jogo o
presente e o futuro da humanidade, outras considerações de carácter ético
são indispensáveis", afirmou o purpurado.
"No processo de formação do direito sobre instituições essenciais que
são o suporte de uma sociedade, é obrigação de um espírito democrático
responsável buscar os critérios para a sua orientação indo além das
simples maiorias. Por exemplo, no caso das normas sobre a protecção e o
respeito irrestrito à dignidade de toda vida humana desde a sua
concepção até o seu término natural, reconhecidos na constituição; no
caso das normas que regem a instituição do matrimónio entre homem e
mulher; no caso da promoção e da defesa da família como célula
fundamental da sociedade; no direito de acesso a uma educação nos
valores, cuja principal responsabilidade recai nos pais de família",
acrescentou o arcebispo de Lima.
Cipriani advertiu também sobre a chamada "ideologia de género", que
tem invadido o campo cultural e tentado silenciar a religião, na
tentativa de impor a sua concepção antropológica particular. "Há outras
pessoas que, com a desculpa de suprimir a discriminação, pretendem
obrigar os cristãos, independentemente de desempenharem ou não alguma
função pública, a irem contra a própria consciência", lamentou. "A
religião não é um obstáculo para que os legisladores façam bem o seu
trabalho, mas uma contribuição vital para o debate nacional, que deve
iluminar os homens e mulheres de boa vontade".
O purpurado recordou que é fundamental cultivar uma clara convicção
das funções insubstituíveis da religião na formação dos cidadãos do
Peru. Ele explicou que "a doutrina cristã, que é depósito de fé e que a
Igreja custodia, é em si mesma uma grande contribuição, junto com outras
instâncias, para a criação de um consenso ético de fundo na sociedade".
As palavras do arcebispo de Lima também recordaram as pessoas que
sofrem a violência no mundo inteiro, em especial no Oriente Médio:
“Elevo a Deus as minhas orações diante do sofrimento de homens, mulheres
e crianças de populações civis do mundo inteiro, nestes momentos de
violência mortal que fere gravemente os valores supremos da vida e da
paz, que a humanidade tem a obrigação de salvaguardar”.
Participaram da celebração eucarística o presidente da República,
Ollanta Humala Tasso, a presidente do Congresso da República, Ana Maria
Solórzano, os integrantes do gabinete ministerial, membros do corpo
diplomático actuante no país e autoridades políticas, militares e civis.
(30 de Julho de 2014) © Innovative Media Inc.
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