Mensagem convida a "construir pontes de paz nos lugares em que muçulmanos e cristãos sofrem o horror da guerra"
Roma, 18 de Julho de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
O Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso enviou
aos muçulmanos de todo o mundo uma mensagem por ocasião do fim do Ramadão: "Rumo a uma autêntica fraternidade entre cristãos e muçulmanos".
O texto é assinado pelo presidente e pelo secretário do dicastério,
o cardeal Jean-Louis Tauran, e pelo padre Ángel Ayuso Guixot, M.C.C.J.
No ano passado, foi o próprio Santo Padre quem assinou pessoalmente a
mensagem dirigida aos muçulmanos nesta mesma ocasião.
"Cristãos e muçulmanos são irmãos e irmãs da única família humana,
criada pelo único Deus", afirma a mensagem, que convida a recordar o que
São João Paulo II disse a alguns chefes religiosos muçulmanos na
Nigéria em 1982: "Todos nós, cristãos e muçulmanos, vivemos sob o sol de
um único Deus misericordioso. Cremos todos num só Deus, Criador do
homem. Aclamamos o senhorio de Deus e defendemos a dignidade do homem
como servo de Deus. Adoramos a Deus e professamos uma submissão total a
Ele. Neste sentido, podemos nos chamar de irmãos e irmãs na fé em um só
Deus".
A mensagem exorta ainda a dar graças a Deus "por tudo o que temos em
comum, mesmo conscientes das nossas diferenças. Percebemos a importância
da promoção de um diálogo frutífero baseado no recíproco respeito e
amizade. Inspirados pelos nossos valores compartilhados e reforçados
pelos nossos sentimentos de genuína fraternidade, somos chamados a
trabalhar juntos pela justiça, pela paz e pelo respeito dos direitos e
da dignidade de cada pessoa".
Por outro lado, o dicastério para o Diálogo Inter-Religioso reconhece
que "nos sentimos particularmente responsáveis pelos mais necessitados:
os pobres, os enfermos, os órfãos, os migrantes, as vítimas do tráfico
humano e todos os que sofrem por causa de qualquer tipo de dependência".
A mensagem afirma que o mundo actual "enfrenta graves desafios que
exigem solidariedade por parte das pessoas de boa vontade. Esses
desafios incluem as ameaças do ambiente, a crise da economia global e
altos níveis de desemprego, especialmente entre os jovens". Estas
situações “geram uma sensação de vulnerabilidade e de falta de esperança
no futuro”. Além disso, "não devemos nos esquecer dos problemas
enfrentados por tantas famílias que foram separadas, deixando os seus
entes queridos, inclusive crianças pequenas".
"Trabalhamos juntos para construir pontes de paz e para promover a
reconciliação, especialmente nas áreas em que os muçulmanos e os
cristãos sofrem juntos o horror da guerra".
Para finalizar, o texto deseja que "a nossa amizade possa nos
inspirar sempre a cooperar na resposta a estes numerosos desafios, com
sabedoria e prudência". E completa: "Demonstraremos também que as
religiões podem ser fonte de harmonia e de proveito para toda a
sociedade". A mensagem final convida a rezar “para que a reconciliação, a
justiça, a paz e o desenvolvimento permaneçam como as nossas primeiras
prioridades, para o bem de toda a família humana”.
(18 de Julho de 2014) © Innovative Media Inc.
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