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sexta-feira, 25 de julho de 2014

A Igreja em Aleppo ajuda um povo que ficou sem meios para viver

O arcebispo greco-melquita de Aleppo descreve a cidade como a "nova Berlim", dividida entre o controle do governo e dos jihadistas


Roma, 24 de Julho de 2014 (Zenit.org)


"Fico aqui porque o meu povo está sofrendo. A electricidade não funciona, a água é de péssima qualidade. Cavamos poços dentro das igrejas e distribuímos a água para os civis”. "É a garantia que o arcebispo católico greco-melquita de Aleppo, Jean-Clément Jeanbart, passa para a sua comunidade.

Em uma entrevista à Aide à l'Eglise em Distress, o arcebispo disse que "as pessoas já não têm os meios para viver na cidade. No campo se encontra a forma, mas não na cidade. Aleppo perdeu 1400 empresas, é um grande sofrimento”. "A Igreja tenta oferecer ajuda nessa situação desesperada, “oferece comida a quem não tem e ajuda económica aos desempregados. Não é suficiente, mas com a ajuda de Deus esperamos seguir em frente enquanto não encontram trabalho”.

Mons. Jeanbart descreve Aleppo evocando uma imagem histórica, aquela da "nova Berlim", dividida em duas partes: a parte oriental nas mãos de terroristas Jabhat al Nusra, afiliados ao Al Qaeda, e a parte ocidental controlada pelo governo. O impacto desta tragédia, com o êxodo de cristãos do país provou severamente o arcebispo greco-melquita, que admite que no início ficou "deprimido".

"Mas, depois o Senhor – diz – me ajudou a ver as coisas de um outro ponto de vista, retomei a coragem e esperança para lutar contra a fuga dos cristãos. Compreendi que o que estava acontecendo não depende de nós. Se ficarem só os pobres, nós os ajudaremos a crescer e a ser o povo que nós precisamos como testemunhas”.

Actualmente está a guerra e as perseguições aos cristãos, mas o arcebispo, no entanto, olha para o futuro com uma certa dose de esperança e coragem. "Quando o país se recuperar - explica -, os cristãos não encontrarão mais trabalho. É por isso que decidi começar um programa de formação para o trabalho de pedreiro”. A construção será uma prioridade depois do rescaldo do conflito. “Quando a guerra acabar, começará imediatamente a reconstrução das casas - conclui mons. Jeanbart -. Os cristãos deverão ser capazes de encontrar trabalho neste campo. Sem trabalho, os jovens vão embora". (Trad.T.S.)

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