O arcebispo greco-melquita de Aleppo descreve a cidade como a "nova Berlim", dividida entre o controle do governo e dos jihadistas
Roma, 24 de Julho de 2014 (Zenit.org)
"Fico aqui porque o meu povo está sofrendo. A electricidade
não funciona, a água é de péssima qualidade. Cavamos poços dentro das
igrejas e distribuímos a água para os civis”. "É a garantia que o
arcebispo católico greco-melquita de Aleppo, Jean-Clément Jeanbart,
passa para a sua comunidade.
Em uma entrevista à Aide à l'Eglise em Distress, o
arcebispo disse que "as pessoas já não têm os meios para viver na
cidade. No campo se encontra a forma, mas não na cidade. Aleppo perdeu
1400 empresas, é um grande sofrimento”. "A Igreja tenta oferecer ajuda
nessa situação desesperada, “oferece comida a quem não tem e ajuda económica aos desempregados. Não é suficiente, mas com a ajuda de Deus
esperamos seguir em frente enquanto não encontram trabalho”.
Mons. Jeanbart descreve Aleppo evocando uma imagem histórica, aquela
da "nova Berlim", dividida em duas partes: a parte oriental nas mãos de
terroristas Jabhat al Nusra, afiliados ao Al Qaeda, e a parte ocidental
controlada pelo governo. O impacto desta tragédia, com o êxodo de
cristãos do país provou severamente o arcebispo greco-melquita, que
admite que no início ficou "deprimido".
"Mas, depois o Senhor – diz – me ajudou a ver as coisas de um outro
ponto de vista, retomei a coragem e esperança para lutar contra a fuga
dos cristãos. Compreendi que o que estava acontecendo não depende de
nós. Se ficarem só os pobres, nós os ajudaremos a crescer e a ser o povo
que nós precisamos como testemunhas”.
Actualmente está a guerra e as perseguições aos cristãos, mas o
arcebispo, no entanto, olha para o futuro com uma certa dose de
esperança e coragem. "Quando o país se recuperar - explica -, os
cristãos não encontrarão mais trabalho. É por isso que decidi começar um
programa de formação para o trabalho de pedreiro”. A construção será
uma prioridade depois do rescaldo do conflito. “Quando a guerra acabar,
começará imediatamente a reconstrução das casas - conclui mons. Jeanbart
-. Os cristãos deverão ser capazes de encontrar trabalho neste campo.
Sem trabalho, os jovens vão embora". (Trad.T.S.)
(24 de Julho de 2014) © Innovative Media Inc.
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