O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou sobre o tema ontem. Enquanto isso Mosul continua sendo alvo de sucessivos ataques à Igrejas e residências de cristãos
Roma, 21 de Julho de 2014 (Zenit.org)
Fortes palavras de condenação à perseguição aos cristãos de
Mossul por parte dos jihadistas do Estado islâmico são provenientes do
secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Ele afirmou que "os
ataques sistemáticos contra civis por causa das suas origens étnicas ou
sua afiliação religiosa constituem um crime contra a humanidade do qual
os autores deverão prestar contas”.
Na mesma nota, Ban Ki-moon, também se declarou particularmente
impressionado com as notícias que chegam da segunda maior cidade do
Iraque da qual centenas de famílias cristãs foram forçadas a fugir.
Antes de 2003, cerca de um milhão de cristãos moravam no Iraque. A
comunidade de Mossul era particularmente florescente e numerosa,
estabelecendo-se para além do limiar das 60 mil pessoas.
Sobre a questão da perseguição dos cristãos em Mossul falou também o
Papa, ontem, no final do Angelus. Palavras que mons. Saad Syroub, bispo
auxiliar caldeu de Bagdad, comentou na Rádio Vaticano.
"O apelo do Papa chegou no momento certo - diz Mons. Syroub - porque
estão sendo realmente perseguidos: foram expulsos de suas casas, das
suas terras, da sua cidade, só porque são cristãos!”
O bispo diz que os cristãos expulsos fugiram para o Curdistão, Erbil e
planície de Nínive, onde algumas aldeias cristãs ainda resistem.
Encontram-se em uma situação muito difícil, porque não têm nada”, estas
famílias “foram tiradas do seu carro, do seu dinheiro, da sua casa, do
seu trabalho. E não podem voltar”.
Roubos e vandalismos por parte dos jihadistas que não pouparam
edifícios sagrados. "Muitos mosteiros foram saqueados por estes grupos,
que expulsaram os monges - disse Mons. Syroub -. Pegaram o mosteiro de
São Jorge, a Casa das irmãs do Sagrado Coração, o mosteiro dos
dominicanos, o mosteiro dos siro-católicos, que estão todos em Mossul”.
O bispo, finalmente, falou do esforço contínuo de concretizar a
mensagem do Papa de ontem pela qual “a violência é vencida pela paz”.
Explica que “ontem houve uma reunião em Bagdad entre muçulmanos e
cristãos; sempre temos esses contactos com a comunidade moderada. Temos
relações, temos amigos que sabem que tudo isso está errado. Certamente
nós cultivamos estas relações pacíficas, para construir uma convivência
social mais justa para todos”. (T.S.)
(21 de Julho de 2014) © Innovative Media Inc.
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