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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Em busca dos Valores Perdidos

Não falemos de valores filosóficos, esta abstracção poderá ficar para quem, em recanto meditativo, possa reflectir sobre a sua essência.

Debrucemo-nos agora sobre os valores que unem os homens na vida e na sociedade: a saudável convivência, o bem comum, o trabalho, o lazer, a entreajuda, a cultura e o divertimento.

Valores da vida que pacifiquem a eterna tensão entre a necessidade de vivermos juntos e a vontade de cada um viver à sua maneira.

A moralidade abarca a totalidade da nossa existência e, dado que somos seres sociáveis, a vida moral transborda da pessoa para toda a sociedade e nela se projecta influenciando-a.

Fomos feitos para viver uns com os outros, o homem não é um ser solitário mas um ser solidário na cooperação do bem comum, na reciprocidade e no altruísmo.

Não é fácil, por vezes, também não é confortável mas é a única via de felicidade possível aqui e além… Parafraseando Martin Luther King “ ou aprendemos a viver juntos como irmãos ou morreremos juntos como animais…”.

O agir ético do homem é medido e julgado pela sua consciência – o núcleo mais secreto de si mesmo, o santuário onde ele se encontra a sós consigo e com Deus.

Este juiz secreto da nossa consciência não fica passivo ou indiferente - se for bem formado - ao seu agir e ao dos outros: louva ou repreende, aprova ou condena, tranquiliza ou inquieta.

Todos aspiramos a um ideal de vida no qual acreditamos e pelo qual lutamos, já que sem esta referência as ideias esvanecem-se, a sociedade fica parca de esperança, o sentido da existência dilui-se e a vida fenece sem se ter concretizado.

Valores então para quê? Para que o vazio não se instale, para que o absurdo não se imponha como elemento destruidor e para que consigamos perceber o porquê e o para quê da nossa vida.

Os valores são uma bússola, uma referência de caminho a seguir. Não estão mortos nem fora de moda, antes são a clareira de luz e de esperança que nos resta para atravessarmos a aridez das sucessivas crises em que têm mergulhado a nossa vida.

Susana Mexia




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