Dialogando em uma videoconferência com os estudantes da Schola Occurentes, o Papa Francisco incentiva os jovens a "sonhar" e "criar" e, ao mesmo tempo, a ouvir a sabedoria dos mais velhos
Roma, 04 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio
Comunicar e transmitir experiências para superar as
discriminações e os preconceitos. Esta é a mensagem que o Papa Francisco
lançou no seu encontro com os participantes da reunião mundial dos directores da rede de ensino "Scholas Occurrentes", uma organização com
sede no Vaticano.
Durante a audiência realizada esta tarde na Sala do Sínodo, o Santo
Padre realizou um diálogo em vídeo-conferência com cinco estudantes de
cinco continentes diferentes.
Em conexão com um jovem da Austrália, Francisco falou sobre a cultura
do encontro, mencionando uma de suas metáforas mais recorrentes, a de
"construir pontes", em vez de levantar muros; isso, explicou o
Pontífice, pode ser feito em primeiro lugar “comunicando experiências”.
Comunicar significa antes de tudo dizer "sim à vida", ser generosos,
ter "respeito" e "evitar todos os tipos de discriminação". Aos meninos,
que têm "muito no coração", o Papa pediu para "seguir em frente", para
que "outros se inspirem e escutar dos outros o que dizem”. E
acrescentou: "gosto do que vocês dizem e fazem”.
Conversando com um israelita, o Santo Padre falou de forma mais
explícita do sagrado e de como os jovens sejam particularmente hábeis em
comunicar "a identidade da sua própria religião", mesmo "em diferentes
idiomas".
Com um jovem da Turquia, Francisco focou no diálogo inter-religioso,
dizendo explicitamente: "os jovens não querem a guerra, querem a paz",
convidando-os a proclamar isso sem medo.
Diante das dúvidas, muitas vezes angustiantes, em relação ao amanhã,
disse: "Vocês sabem onde está o futuro? Está no coração, está em sua
mente e está em suas mãos! Se você sente bem, se você pensa bem e se –
com as suas mãos – segue adiante, com este pensar bem e este sentimento
bom, o futuro será melhor”.
Para tornar melhor o futuro da humanidade, os jovens devem ter tanto
"asas" como "raízes": asas para "voar", "sonhar" e "criar"; "raízes" que
se aprofundem na sabedoria dos anciãos e dos maiores. “O futuro está
nas suas mãos. Peguem-no para que seja melhor”, disse.
Depois foi a vez do estudante da África do Sul ao qual o Papa
recordou o nascimento de Scholas Occurrentes acontecido em Buenos Aires,
com a intenção de "construir pontes entre as escolas" na diocese
histórica de Bergoglio.
Fiel aos três "pilares fundamentais" (educação, desporto e cultura),
Scholas é um exemplo de como é possível "comunicar", "mostrar" e
"compartilhar" seus próprios valores. O desporto, por exemplo, “ensina a
jogar em equipe" e "salva do egoísmo".
Respondendo a uma pergunta de um estudante de Salvador, o Papa
recordou que, além de boa comunicação, há também uma comunicação "que
destrói" que impulsiona as pessoas na defensiva, educando assim à
cultura da guerra e não ao trabalho em equipe.
O Papa exortou também os jovens a se defender "daqueles que querem 'atomizar-vos’ e tirar a força do grupo”.
Em conclusão, Francisco lançou um apelo: "Não tenhas medo! Siga
adiante. Construam pontes de paz. Joguem em equipe e façam o futuro
melhor, mas lembrem-se que o futuro está nas vossas mãos. Sonhem o
futuro voando, mas não se esqueçam da herança cultural, sapiencial e
religiosa que os anciãos vos deixaram. Para a frente, com coragem!
Construam o futuro!”.
(04 de Setembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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