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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Os jovens precisam de asas e raízes

Dialogando em uma videoconferência com os estudantes da Schola Occurentes, o Papa Francisco incentiva os jovens a "sonhar" e "criar" e, ao mesmo tempo, a ouvir a sabedoria dos mais velhos


Roma, 04 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio


Comunicar e transmitir experiências para superar as discriminações e os preconceitos. Esta é a mensagem que o Papa Francisco lançou no seu encontro com os participantes da reunião mundial dos directores da rede de ensino "Scholas Occurrentes", uma organização com sede no Vaticano.

Durante a audiência realizada esta tarde na Sala do Sínodo, o Santo Padre realizou um diálogo em vídeo-conferência com cinco estudantes de cinco continentes diferentes.

Em conexão com um jovem da Austrália, Francisco falou sobre a cultura do encontro, mencionando uma de suas metáforas mais recorrentes, a de "construir pontes", em vez de levantar muros; isso, explicou o Pontífice, pode ser feito em primeiro lugar “comunicando experiências”.

Comunicar significa antes de tudo dizer "sim à vida", ser generosos, ter "respeito" e "evitar todos os tipos de discriminação". Aos meninos, que têm "muito no coração", o Papa pediu para "seguir em frente", para que "outros se inspirem e escutar dos outros o que dizem”. E acrescentou: "gosto do que vocês dizem e fazem”.

Conversando com um israelita, o Santo Padre falou de forma mais explícita do sagrado e de como os jovens sejam particularmente hábeis em comunicar "a identidade da sua própria religião", mesmo "em diferentes idiomas".

Com um jovem da Turquia, Francisco focou no diálogo inter-religioso, dizendo explicitamente: "os jovens não querem a guerra, querem a paz", convidando-os a proclamar isso sem medo.

Diante das dúvidas, muitas vezes angustiantes, em relação ao amanhã, disse: "Vocês sabem onde está o futuro? Está no coração, está em sua mente e está em suas mãos! Se você sente bem, se você pensa bem e se – com as suas mãos – segue adiante, com este pensar bem e este sentimento bom, o futuro será melhor”.

Para tornar melhor o futuro da humanidade, os jovens devem ter tanto "asas" como "raízes": asas para "voar", "sonhar" e "criar"; "raízes" que se aprofundem na sabedoria dos anciãos e dos maiores. “O futuro está nas suas mãos. Peguem-no para que seja melhor”, disse.

Depois foi a vez do estudante da África do Sul ao qual o Papa recordou o nascimento de Scholas Occurrentes acontecido em Buenos Aires, com a intenção de "construir pontes entre as escolas" na diocese histórica de Bergoglio.

Fiel aos três "pilares fundamentais" (educação, desporto e cultura), Scholas é um exemplo de como é possível "comunicar", "mostrar" e "compartilhar" seus próprios valores. O desporto, por exemplo, “ensina a jogar em equipe" e "salva do egoísmo".

Respondendo a uma pergunta de um estudante de Salvador, o Papa recordou que, além de boa comunicação, há também uma comunicação "que destrói" que impulsiona as pessoas na defensiva, educando assim à cultura da guerra e não ao trabalho em equipe.

O Papa exortou também os jovens a se defender "daqueles que querem 'atomizar-vos’ e tirar a força do grupo”.

Em conclusão, Francisco lançou um apelo: "Não tenhas medo! Siga adiante. Construam pontes de paz. Joguem em equipe e façam o futuro melhor, mas lembrem-se que o futuro está nas vossas mãos. Sonhem o futuro voando, mas não se esqueçam da herança cultural, sapiencial e religiosa que os anciãos vos deixaram. Para a frente, com coragem! Construam o futuro!”.

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