A responsável do Movimento "Nova Vida", Fernanda Mischiari-Solieri, explica como a perda do cônjuge pode ser acompanhada por uma profunda jornada espiritual
Roma, 18 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Carlo Veronese
Entre os problemas da terceira idade – embora o fenómeno
também possa envolver pessoas mais jovens – está o relacionado com a
viuvez. É um dos temas sobre o qual a Igreja Católica nunca ofereceu
magistério orgânico, no entanto, existem grupos e associações que o
seguem de perto.
Entre estes está o Movimento de Viúvas católicas "Nova Vida", cuja
responsável, Fernanda Mischiari-Solieri, disse a ZENIT como, mesmo na
experiência da dor da perda do cônjuge, os viúvos e as viúvas podem
abrir-se e oferecer à sua família e à comunidade um grande testemunho
cristão.
ZENIT: A viuvez foi muitas vezes vista de forma negativa,
dado a morte do próprio cônjuge. Como, no entanto, considerá-la de forma
cristã?
Fernanda: Ninguém gosta de ficar viúvo ou viúva em vida e,
certamente, após a morte do próprio cônjuge, não encontra muita ajuda da
sociedade, mas na fé redescobre uma nova espiritualidade que o une a
Deus de uma maneira especial.
Para isso, é necessário para a pessoa viúva muita oração e reflexão
que a conduza a um novo relacionamento com o Senhor que se transforma
sempre mais em um forte apoio diante do momento de solidão. Com tal
caminho humano e espiritual, a viuvez pode ser encarada de forma cristã
como uma escolha particular que Deus tem feito.
ZENIT: Hoje a viuvez está sendo ouvida na Igreja? Que contribuição pode oferecer à comunidade eclesial?
Fernanda: Infelizmente na Igreja ainda falta uma pastoral orgânica
para as pessoas viúvas, considerando que na Itália existem cerca de 6
milhões de pessoas que vivem neste estado.
Portanto, eu gostaria de - mas acho que isso pode interpretar o
pedido de muitas pessoas viúvas - uma maior atenção à viuvez, começando
pelas paróquias, pelas organizações eclesiásticas e pelas várias
dioceses, chegando na formação dos futuros sacerdotes.
Neste desafio, no entanto, é necessário fugir de uma visão da pessoa
viúva somente como aquela privada da pessoa amada e, portanto, com
constante dor, mas como uma importante presença na Igreja com a sua acção
e testemunho.
De facto, como não ver o compromisso de muitas pessoas viúvas na Igreja como apoio e ajuda na prática diária de muitas paróquias?
ZENIT: Como presença da viuvez pode ser de ajuda para o matrimónio e a família?
Fernanda: A viuvez cristã com o seu testemunho pode ajudar os casais a
considerar o quão importante seja uma vida junto com seu esposo,
lidando com as dificuldades e cansaços que possam surgir no dia-a-dia da
vida matrimonial.
Depois, com certeza, uma pessoa viúva, crescida na fé, ajuda de forma
especial os jovens esposos, a não ficarem só em uma existência
“normal”, vivida junta, mas que, continuamente, possam reconhecer como o
outro seja sempre um dom precioso de Deus.
A viuvez também tem um forte papel educativo para as novas gerações,
sabendo que o desafio dos dias de hoje é combinar uma formação humana
com uma cristã, acompanhando os nossos filhos e netos no seu
crescimento, contribuindo com eles não no sentido de morte, típico da
sociedade contemporânea, mas com um olhar de esperança em seu próprio
futuro.
(18 de Setembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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