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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Vaticano: começa a reforma dos meios de comunicação

O comité responsável se reúne para estudar o relatório da Mc&Kinsey e dar os próximos passos


Roma, 22 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


O Comité para a Reforma dos Meios de Comunicação do Vaticano se reúne pela primeira vez nesta segunda-feira, num encontro que vai até esta quarta, dia 24. Os membros estudarão como optimizar os meios de comunicação da Santa Sé e diminuir os seus custos, levando em consideração, ainda, as mudanças verificadas na comunicação ao longo dos últimos anos com as medias digitais e as necessárias adaptações de estruturas.

Para realizar essa tarefa, o comité contará com o assessoramento da consultoria Mc&Kinsey, que fez um estudo sobre as estruturas da Santa Sé no sector de comunicação. Isto "proporcionará à comissão os elementos úteis para repassar as oportunas recomendações ao Santo Padre", informava, em Dezembro de 2013, um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.

O comunicado precisava: "Em 18 de Dezembro, por iniciativa da pontifícia comissão de estudo e coordenação de assuntos económicos e administrativos da Santa Sé, após um procedimento de selecção formal, foi confiada à Mc&Kinsey, em estreita colaboração com os responsáveis pelos sectores vaticanos envolvidos, a tarefa de prestar assessoria para o desenvolvimento de um plano integral voltado a reorganizar os meios de comunicação da Santa Sé de maneira mais funcional, eficaz e moderna".

A McKinsey presta serviços a empresas dentre as maiores do mundo, bem como a governos e instituições em geral. Foi fundada em Chicago em 1926 e actualmente está presente em 90 países.

O comité que se encarregará deste delicado trabalho é encabeçado pelo ex-presidente da BBC, Christopher Patten, e conta com seis especialistas de diversos idiomas. O segundo grupo é composto por jornalistas e especialistas do Vaticano, como o latino-americano dom Lucio Ruíz e o director do L’Osservatore Romano, Giovanni Maria Vian.

Como toda reforma desse tipo inclui corte de pessoal, prevê-se o desafio de combinar as exigências de redução de custos com o aspecto social das empresas de comunicação da Santa Sé. Se houver cortes, serão afectados especialmente os colaboradores externos.

Os meios de comunicação do Vaticano são vários. A Rádio Vaticano, que transmite diariamente em 40 idiomas, tem programas emitidos em onda curta que chegam a lugares onde não há sequer electricidade ou telefone. Trabalham na emissora, em total, 335 pessoas, entre técnicos e jornalistas, mais os colaboradores externos.

O jornal L'Osservatore Romano, impresso na Cidade de Vaticano, conta com uma edição quotidiana em formato grande, em italiano, além de edições semanais em alemão, espanhol, francês, inglês, polaco e português, bem como um número mensal dedicado à mulher. Em total, trabalham na redacção 45 jornalistas, além dos quais é preciso somar os colaboradores externos. Há cerca de 30 funcionários entre profissionais gráficos, técnicos, de arquivo e fotógrafos.
No Centro Televisivo Vaticano (CTV), que realiza e distribui vídeos para canais de televisão e agências várias, há cerca de 30 pessoas.

Na agência de notícias Fides, pertencente à Congregação para a Evangelização dos Povos e especializada em missionários e reportagens sobre as missões, trabalham 14 pessoas.

Há mais 6 profissionais dedicados ao site de notícias news.va, que agrega notícias de todos os meios de comunicação da Santa Sé em inglês, espanhol e italiano.

Na Assessoria de Imprensa da Santa Sé trabalham 22 pessoas, que se encarregam de todo o apoio logístico e do credenciamento de correspondentes.

Por fim, existem o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e a gestão das contas @pontifex no Twitter, pelas quais é responsável a Secretaria de Estado do Vaticano.

A tarefa de reestruturação de todos esses recursos de comunicação não é simples, considerando-se que são veículos em diversos idiomas e voltados a países diferentes, espalhados por todo o planeta.

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