Páginas

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Se não transmite esperança, a pregação é vaidade

Em Santa Marta, o Papa deteve-se na diferença entre Jesus, "próximo de seu povo" e os fariseus, que "falava bem", mas estavam longe das pessoas


Roma, 16 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Luca Marcolivio


A pregação é uma coisa, estar perto das pessoas é outra. Mais uma vez o Papa Francisco, do altar da Capela de Santa Marta, alerta sobre a hipocrisia com que muitos vivem a vida de fé.

Durante a homilia desta manhã, o Santo Padre deteve-se na protagonista do Evangelho de hoje (cf. Lc 7,11-17), a viúva de Naim, que perdeu seu único filho. E Jesus realiza o milagre: não só trouxe à vida o jovem, mas também demonstrou proximidade com sua mãe. "Deus – dizem as pessoas - visitou o seu povo". Quando visita traz "algo novo" e "sua presença está especialmente ali”, explicou o Papa.

Jesus não apenas está "próximo do povo", mas é capaz de "entender o coração do seu povo". A "proximidade", disse Francisco, "é o modo de Deus."

O outro modo do Senhor é a "compaixão", a mesma compaixão que "Ele teve quando viu tantas pessoas como ovelhas sem pastor".

Jesus se comove diante dos homens que Ele encontra: diante do túmulo de Lázaro, assim como o pai misericordioso ficou comovido quando viu o retorno do filho pródigo.

O caminho para a proclamação do Evangelho, portanto, é o da "proximidade" e da "compaixão", diferente daquele dos "mestres" e "pregadores da época: os doutores da lei, os escribas, os fariseus", que "falavam bem" e "ensinavam bem a lei", mas estavam "afastados do povo”.

O povo não podia sentir a pregação como uma "graça", porque "faltava proximidade, faltava a compaixão, isto é, sofrer com o povo".

O que distingue Jesus de seus pregadores contemporâneos é a sua capacidade de restituir a vida - como fez com o filho da viúva de Naim – e a "esperança" para seu povo.

Mas quando você prega a Palavra de Deus "brilhantemente", mas sem ser capaz de "semear a esperança", o resultado é apenas a "vaidade".

O milagre realizado por Jesus no Evangelho de hoje, é sinal de uma "visita de Deus a seu povo". E nós mesmos podemos "pedir a graça que o nosso testemunho de cristão seja portador da visita de Deus ao seu povo, isto é, da proximidade que semeia a esperança", concluiu o Papa Francisco.

Sem comentários:

Enviar um comentário