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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O que é a Gendarmaria Vaticana?

A força policial que prendeu o ex-núncio acusado de abusos, celebra a sua festa nesta sexta-feira, dia de São Miguel Arcanjo


Roma, 24 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


No Estado-Cidade do Vaticano existem dois corpos armados, um é a Guarda Suíça, famosa pelos seus uniformes coloridos, o outro é a Gendarmaria Vaticana que usa o clássico quepe azul.

O corpo da polícia do Vaticano, a Gendarmaria, nasceu em 1816 por vontade de Pio VII, após o Congresso de Viena, com o nome de Corpo da polícia papal. Desde o retorno de Pio VII do seu exílio em Gaeta, tomou o nome de Gendarmaria Pontifícia, corpo composto hoje por cerca de 150 policias, dos qual faz parte desde 2008 a Interpol.

Não muito tempo atrás, quando perguntaram ao comandante, Domenico Giani, se os policiais são anjos da guarda do Papa, respondeu: "Não, porque os anjos são uma realidade celeste, nós, os policiais, operamos aqui na terra, com a ajuda do nosso protector, São Miguel Arcanjo".

No dia 26 de setembro é a festa da Gendarmaria. O Papa Francisco se programou para celebrar a missa com eles nesta festividade. Para saber mais sobre o que é a Gendarmaria Vaticana, Zenit entrevistou um oficial do Corpo que nos narrou alguns detalhes e que agora compartilhamos com os nossos leitores.

ZENIT: Com se entra na Gendarmaria do Vaticano?
- Em primeiro lugar é preciso ter amor pela Igreja e pelo Papa. Depois, como em todos os corpos policiais, é necessário realizar uma selecção e um concurso. Pode ser um trabalho duro que, entretanto, pode dar também grande satisfação.

ZENIT: Vocês têm alguma espiritualidade particular?
- Temos um capelão que nos acompanha espiritualmente, e está sempre disponível para todos. Celebra a Missa, se encarrega dos exercícios espirituais que fazemos todos os anos, e é uma figura de referência para todos nós.

ZENIT: Que relações têm ou como trabalham com a polícia italiana?
- Na Praça de São Pedro, que é sobre todos os aspectos território do Vaticano, quando o Papa não está presente, está sob a jurisdição da polícia italiana. Portanto, se nesse momento há um batedor de carteiras que rouba, intervém a polícia italiana. Mas, se o Papa está presente, a polícia italiana se retira para as extremidades e intervém a Gendarmaria e os Guardas Suíços, como previsto no Tratado de Latrão.

ZENIT: E nas viagens na Itália e no exterior?
- Nas viagens à Itália, nós cooperamos com a Inspecção da Segurança Pública do Vaticano, uma divisão da Polícia italiana, que tem base a poucos passos do Vaticano. E no exterior, cooperamos com a polícia do país que nos hospeda. Em viagens fora da Itália, estão presentes também dois representantes da Guarda Suíça.

ZENIT: Qual é a diferença entre a Gendarmaria e a Guarda Suíça?
- Ambos trabalham juntos para proteger o Pontífice. Eles têm o serviço de segurança do Palácio Apostólico, onde nós não temos competência. A menos que ocorra um delito, digamos, um roubo, então sim, em quanto polícia judicial. Eles também fazem um primeiro filtro nas entradas da Cidade do Vaticano, além da parte representativa. Nós, pelo contrário, somo a polícia de segurança, judicial, de controle, de fronteira.

ZENIT: Entende-se que no Vaticano não acontecem graves crimes.
- Na verdade pode acontecer, como foi no caso do mordomo de Bento XVI, que foi preso e as investigações foram realizadas por nós. Ou em casos da vida diária, como um roubo no supermercado. Com os turistas raramente existem problemas, mais com os ladrões de carteiras que entram na Basílica de São Pedro, ou nos Museus do Vaticano. Não se esqueça que, diariamente, na Basílica, entram cerca de 11 mil pessoas e no Museu cerca de 18 mil, um terreno fértil para os ladrões. Em contraste, na Cidade do Vaticano tudo é muito tranquilo.

ZENIT: A celas foram inauguradas pelo mordomo?
- Foram usadas ​​há algum tempo atrás, mas, certamente, quem esteve mais tempo lá foi ele.

ZENIT: Como é a relação com o Papa Francisco?
- O comandante Giani tem uma bela relação com o Papa. Trocam pontos de vista. Está muito próximo. O que o Papa quer chega directamente a ele, em uma relação muito imediata. Fomos à missa em Santa Marta divididos por turnos. Depois, neste ano, o Papa celebrará para nós na sede do Governatorado, a missa, na festa de São Miguel Arcanjo. 

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