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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Os bispos devem actuar como "aqueles que servem"

Encontrando os participantes no Seminário da Congregação para a Evangelização dos Povos, no sábado passado, o Papa convidou os Pastores à conversão seguindo o exemplo dos mártires coreanos e manifestou a sua solidariedade com os bispos chineses


Roma, 23 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Antonio Gaspari


Depois de um breve discurso improvisado, o Papa Francisco entregou o texto do seu discurso aos participantes no Seminário organizado pela Congregação para a Evangelização dos Povos, sábado passado, 20 de Setembro.

Em primeiro lugar, destacou o Santo Padre, hoje existe uma urgente necessidade de conversão missionária, que diz respeito a cada cristão e cada paróquia, mas que é claro que "Os pastores são chamados a viver e testemunhar em primeiro lugar, como guias das Igrejas particulares”. Portanto, o Papa os encoraja a "organizar a vida e ministério episcopal segundo esta transformação missionária que desafia hoje o Povo de Deus”.

De acordo com Francisco, no centro da conversão missionária da Igreja está, de fato, “o serviço à humanidade, a imitação do seu Senhor que lavou os pés dos seus discípulos”. Citando a Evangelii Gaudium, destacou, em seguida, que “a Igreja, em quanto comunidade evangelizadora, está chamada a crescer na proximidade, a encurtar as distâncias, a abaixar-se até a humilhação se for preciso e assumir a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo”.
O Bispo de Roma também relembrou outro documento papal, a Pastores grefis de 2003, para reafirmar que os bispos, no exercício do seu ministério de pais e pastores entre os fiéis, devem comportar-se como "aqueles que servem", tendo "sempre diante dos olhos o exemplo do Bom pastor, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida por todos".

Neste sentido, o Santo Padre indicou como exemplo brilhante os santos Mártires da Coréia: Andrea Kim Taegon, sacerdote, Paulo Chong Hasang e Companheiros, os quais não hesitaram em "derramar o próprio sangue por causa do Evangelho, do qual eram dispensadores fieis e testemunhas heróicas”.

Para Francisco a Igreja tem necessidade de bispos que "saibam como se ajoelhar diante dos outros para lavar os seus pés". "Pastores mais próximos do povo - ressaltou - pais e irmãos mansos, pacientes e misericordiosos; que amam a pobreza, tanto como a liberdade pelo Senhor, quanto como simplicidade e austeridade de vida".

O Papa finalmente voltou sua atenção para todos aqueles irmãos que, por diversas razões, não puderam vir a Roma, em particular aos bispos chineses ordenados nos últimos anos. Após o desejo de poder encontra-los em breve, garantiu, portanto, a sua solidariedade e aquela de todo o Episcopado mundial para que – concluiu – “na fé comum, sintam que, se às vezes podem ter a impressão de estar sozinhos, mais forte seja a certeza de que os seus sofrimentos levarão fruto – e grande fruto! – pelo bem dos seus fieis, dos seus concidadãos e de toda a Igreja".

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