Enquanto os EUA aprovam ajuda militar a rebeldes sírios contra milicianos do Estado Islâmico, a Austrália detém célula islâmica que planeava novas decapitações
Roma, 19 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora
Depois da onda de indignação provocada pela execução dos
jornalistas James Foley e Steven Sotloff, dos EUA, e do voluntário em projectos de ajuda social David Haines, do Reino Unido, foi divulgado
pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) um novo vídeo mostrando o
também britânico refém John Cantlie, mas agora com uma mudança de
estratégia: o prisioneiro, vestindo uniforme laranja igual ao dos
prisioneiros decapitados nas ocasiões anteriores, promete que nos
próximos vídeos vai mostrar “a outra cara” do Estado Islâmico. Ele pede
ainda que as pessoas não acreditem na media ocidental.
O jornalista francês Didier François, de 53 anos, libertado pelos
terroristas no começo do ano, afirmou que os reféns decapitados diante
das câmaras pelo Estado Islâmico pareciam tranquilos porque não sabiam
que iam ser executados naquele momento. Os prisioneiros, segundo ele,
costumam ser submetidos a “falsas execuções”.
Enquanto isso, o Congresso dos EUA aprovou nesta quinta-feira, por
ampla maioria, o plano do presidente Barack Obama de dar apoio aos
rebeldes sírios contra as milícias do EI que lutam no norte da Síria.
“Nós, americanos”, disse Obama em seu discurso, “não cedemos diante
do temor e das ameaças ao país. Isto nos une. Estamos eliminando
terroristas, destruindo seus equipamentos e veículos. O povo dos EUA
está unido no apoio a esta decisão”.
Os Estados Unidos realizaram, desde o início de Agosto, 176 ataques
aéreos. Agora, a França anunciou que se unirá à coligação internacional.
O chefe da diplomacia estadunidense, John Kerry, asseverou ontem que
"existem evidências” de que as forças do presidente sírio Bashar
Al-Assad usaram gás neste ano contra as facções inimigas, “violando a
convenção sobre armas químicas" assinada no ano passado para evitar um
conflito internacional. Assad tinha declarado que todas as armas
químicas da Síria haviam sido entregues à missão da ONU e da Organização
para a Proibição de Armas Químicas.
Na Austrália, 15 pessoas foram presas nesta semana durante uma
operação coordenada pela polícia para desbaratar um grupo de apoio ao
EI, vinculado a jihadistas das cidades de Sidney e Bristane. Destes
presos, 9 já foram liberados. Segundo as autoridades australianas,
Omarjan Azari, de 22 anos, pretendia cometer um assassinato que
"horrorizasse e aterrorizasse" a população. Os activistas do EI planeavam sequestrar um ou mais civis em Sidney, enrolá-los numa
bandeira do EI e decapitá-los diante de uma câmara de vídeo.
Outro sinal de alarme disparado nos últimos dias vem do arcebispo
caldeu de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque e a primeira a ser
tomada pelas milícias do Estado Islâmico. Em entrevista à AsiaNews, o
prelado confirma que "as quase 700 escolas espalhadas entre Erbil,
Ankawa e Zakkho já estão cheias de desabrigados. Em outras áreas não
cristãs as aulas já começaram, mas aqui é impossível".
Além disso, o Estado Islâmico alterou o currículo escolar para enquadrar todo o conteúdo nas rígidas normas da sharia.
(19 de Setembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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