O Santo Padre recebe os participantes da assembleia geral do movimento e lhes dá directrizes para prosseguirem no caminho da evangelização
Cidade do Vaticano, 26 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
O papa Francisco felicitou Maria Voce, presidente reeleita
dos focolares, bem como os seus colaboradores, pelo "trabalho frutífero a
serviço do movimento, que cresceu e se enriqueceu com novas obras e
actividades". Francisco recebeu os participantes da assembleia geral dos
focolares hoje de manhã. A assembleia acontece em Castel Gandolfo desde o
dia 1º de Setembro e reúne 500 pessoas de 137 países.
O papa dedicou algumas palavras a Chiara Lubich, fundadora do
movimento, "que, em sua fecunda existência, levou o perfume de Jesus a
tantas realidades humanas e a tantas partes do mundo".
"Fiel ao carisma em que nasceu e do qual se alimenta, o movimento dos
focolares se encontra hoje diante da mesma tarefa de toda a Igreja:
oferecer, com responsabilidade e criatividade, a sua contribuição
peculiar para esta nova estação da evangelização".
Neste contexto, o Santo Padre indicou três directrizes para os membros
do movimento e para quem compartilha dos seus ideais: "contemplar,
sair, fazer escola".
Contemplar, disse o papa, também significa viver em companhia dos
irmãos e irmãs, compartilhar com eles o pão da comunhão e da
fraternidade, cruzar com eles a porta que nos leva ao Pai, porque "a
contemplação que deixa os outros de fora é um engano". Ele recordou que
"é necessário engrandecer a própria interioridade à medida de Jesus e do
dom do seu Espírito, fazer da contemplação a condição indispensável
para uma presença solidária e uma acção eficaz, verdadeiramente livre e
pura".
Por esta razão, o papa os encorajou a "permanecer fiéis a este ideal
de contemplação, a perseverar na busca da união com Deus e no amor pelos
irmãos e irmãs, a partir das riquezas da Palavra de Deus e da tradição
da Igreja, neste desejo de comunhão e de unidade que o Espírito Santo
suscitou em nosso tempo".
A segunda directriz do pontífice é "sair". Sair como Jesus saiu do
seio do Pai para anunciar a palavra do amor a todos, até se doar no
lenho da cruz. Para isto, "é necessário ser especialistas nessa arte do
diálogo, que não se aprende facilmente".
A propósito, o Santo Padre avisou que "não podemos nos contentar com
medidas medíocres, não podemos parar; com a ajuda de Deus, temos que
apontar para o mais o alto e ampliar o nosso olhar!".
Francisco observou que "machuca o coração quando vemos que, diante de
uma Igreja, de uma humanidade tão ferida, com tantas feridas, feridas
morais, feridas existenciais, feridas de guerra, os cristãos começam a
fazer bizantinismos filosóficos, teológicos, espirituais... Isso não é
bom. Hoje nós não temos direito à reflexão bizantinista. Temos que sair!
Porque, como já disse outras vezes, a Igreja é parecida com um hospital
de campanha: e quando se vai a um hospital de campanha, o primeiro
trabalho é curar as feridas, não é fazer o teste do colesterol... Isso
vem depois... Ficou claro?", perguntou o papa.
"Fazer escola" foi a terceira ideia desenvolvida pelo Santo Padre
durante o seu discurso. É necessário formar, como exige o evangelho,
"homens e mulheres novos; para isto, é necessária uma escola de
humanidade na medida da humanidade de Jesus. Sem uma obra de formação
adequada das novas gerações, é uma ilusão pensar em realizar um projecto
sério e duradouro a serviço de uma nova humanidade".
Para finalizar, o Santo Padre desejou aos presentes que esta
assembleia "traga frutos abundantes" e lhes agradeceu pelo "compromisso
generoso".
(26 de Setembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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