Nem a guerra nem o consumismo travarão o Islão
Oração
da alva no final do Ramadão de 2013 em Prospekt Mira, a famosa avenida de Moscovo... Uma cidade que foi capital do mundo ateu comunista |
Actualizado 27 de Agosto de 2014
ReL
O padre Piero Gheddo (www.gheddopiero.it), veterano missionário italiano do PIME, foi director da revista Mondo e Missione, foi fundador e director da agência de notícias AsiaNews e é autor de mais de 80 livros sobre missões e missionários. Viajou pela maioria dos países da Ásia e conheceu o Islão na sua diversidade.
E tem claro que o Ocidente não superará o desafio do Islão com bombas, subornos nem ofertas de mero consumismo.
"Se o Ocidente quer falar e enfrentar o desafio do Islão, deve voltar a Cristo", afirma, não só desde a fé mas sim desde o convencimento de muitos anos de ver o contraste entre a Ásia e o Ocidente.
Piero Gheddo, missionário do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras (PIME), especialista na Ásia |
"A civilização que fundamos nós os cristãos – Ocidente - hoje não satisfaz a ninguém, nem sequer ao nosso povo que a iniciou. É uma civilização sem alma, sem esperança, sem filhos e sem alegria, que são um sinal de demasiados fracassos de uma sociedade sem Deus", acrescenta num texto de análise publicado na agência AsiaNews com o título "Ocidente tem de voltar a Cristo se quer derrotar o terror do Califado".
Esta é a análise íntegra do padre Gheddo perante o recrudescimento da violência islamita em muitos países.
Esta é a análise íntegra do padre Gheddo perante o recrudescimento da violência islamita em muitos países.
"O Ocidente tem de voltar a Cristo se quer derrotar o terror do Califado".
As atrocidades do "Califado islâmico" no Iraque e Síria sacudiram o Oeste, que na sua política-económica-religiosa-moral se torna cada vez mais indiferente ao que ocorre em países próximos a nós e os milhares de refugiados desesperados (uns 100.000 desde o início do ano) que a nossa Itália acolhe.
Desde que nasceu o Isis (Califado Islâmico do Levante e do Oriente) conquistou na Síria e Iraque uma ampla base territorial, com violência demoníaca e horrível contra os que não se convertem ao Islão sunita, obrigando os Estados Unidos e alguns países europeus a intervir.
Parece que a opinião pública ocidental se deu conta de quanto ódio anima estes fantasmas de pesadelo que agitam uma bandeira de cor negra.
É ódio não só contra os cristãos, mas sim contra o Ocidente e a nossa forma de vida, o que eles vêem como um inimigo mortal do Islão, já que destrói os fundamentos da religião corânica: desenvolvimento económico-liberal e bem-estar, a democracia e os direitos humanos e das mulheres, a ciência, a tecnologia, a alfabetização universal, a liberdade de imprensa e de costumes, etc.
A civilização islâmica baseia-se na obediência a Deus (por suposto, o Deus do Islão), enquanto a ocidental se baseia no homem que constrói o futuro com a sua razão, a sua liberdade, os seus direitos. A nossa civilização, que tem profundas raízes cristãs, crê que pode prescindir de Deus. Islão significa dependência de Deus, enquanto Ocidente significa (para algumas pessoas) desenvolvimento humano sem Deus: laicismo, ateísmo prático, "moral laica" (quer dizer, a "moral feita por ti", a primazia absoluta da consciência individual que ignora Deus e Jesus Cristo, etc.).
Se esta análise muito superficial é correcta ou pelo menos plausível, também indica como fazer frente à ameaça do Islão radical ao Ocidente e ser irmãos dos povos islâmicos, em grande maioria contrários à violência do Califado. Mas a ameaça está-se estendendo não só no Médio-Oriente, mas também na Nigéria, na República Centro-africana, Mali, Líbia, Sudão, Mauritânia, e ameaça os governos do Egipto e Argélia.
A história recente mostra-nos um par de coisas:
1) A guerra não resolve nada, na realidade piora a situação (ver as duas guerras no Iraque). Quem espera uma nova cruzada e um novo Lepanto não tem em conta os 1.300 milhões de muçulmanos, que se uniriam para ir contra o Ocidente.
2) A reforma do Islão virá da formação dos povos islâmicos através da educação e da liberdade da investigação histórico-crítica das fontes islâmicas, para contextualizar o Corão e Maomé no mundo moderno, como se faz na Igreja através dos Concílios e a sucessão dos 265 Papas que a guiam;
3) O Ocidente pode ajudar este processo de amadurecimento, com:
- a assistência aos refugiados e aos perseguidos,
- o diálogo com os muçulmanos "moderados" e os muçulmanos no Ocidente,
- o respeito pela verdade na descrição das atrocidades dos terroristas islâmicos, que denuncie as suas raízes corânicas e históricas, tal como o extermínio dos judeus se atribui à ideologia racista dos nazis. O diálogo sem respeito pela verdade histórica se converte num pretexto hipócrita que não serve e não convence a ninguém.
4) O mais importante, se o Ocidente quer falar e enfrentar o desafio do Islão, deve voltar a Cristo. A civilização que tínhamos fundado nós os cristãos hoje não satisfaz a ninguém, nem sequer ao nosso povo que o iniciou. É uma civilização sem alma, sem esperança, sem filhos e sem alegria, que são um sinal de demasiados fracassos de uma sociedade sem Deus. Ainda não se deram conta de que os Dez Mandamentos e o Evangelho são as directrizes que Deus nos deu a nós, os seres humanos criados por ele, para viver uma vida que conduz à paz, à fraternidade e a solidariedade, o desenvolvimento autêntico, a justiça e a paz (veja-se o resume na "Populorum Progressio").
Se o Ocidente não recupera as suas "raízes cristãs" e não as põe de fundamento na sua vida e sua cultura, continuará a guerra e a autodestruição dos nossos povos.
A modo de exemplo, esta é - em 2 minutos - a situação dos refugiados no Iraque que fogem dos yihadistas
As atrocidades do "Califado islâmico" no Iraque e Síria sacudiram o Oeste, que na sua política-económica-religiosa-moral se torna cada vez mais indiferente ao que ocorre em países próximos a nós e os milhares de refugiados desesperados (uns 100.000 desde o início do ano) que a nossa Itália acolhe.
Desde que nasceu o Isis (Califado Islâmico do Levante e do Oriente) conquistou na Síria e Iraque uma ampla base territorial, com violência demoníaca e horrível contra os que não se convertem ao Islão sunita, obrigando os Estados Unidos e alguns países europeus a intervir.
Parece que a opinião pública ocidental se deu conta de quanto ódio anima estes fantasmas de pesadelo que agitam uma bandeira de cor negra.
É ódio não só contra os cristãos, mas sim contra o Ocidente e a nossa forma de vida, o que eles vêem como um inimigo mortal do Islão, já que destrói os fundamentos da religião corânica: desenvolvimento económico-liberal e bem-estar, a democracia e os direitos humanos e das mulheres, a ciência, a tecnologia, a alfabetização universal, a liberdade de imprensa e de costumes, etc.
A civilização islâmica baseia-se na obediência a Deus (por suposto, o Deus do Islão), enquanto a ocidental se baseia no homem que constrói o futuro com a sua razão, a sua liberdade, os seus direitos. A nossa civilização, que tem profundas raízes cristãs, crê que pode prescindir de Deus. Islão significa dependência de Deus, enquanto Ocidente significa (para algumas pessoas) desenvolvimento humano sem Deus: laicismo, ateísmo prático, "moral laica" (quer dizer, a "moral feita por ti", a primazia absoluta da consciência individual que ignora Deus e Jesus Cristo, etc.).
Se esta análise muito superficial é correcta ou pelo menos plausível, também indica como fazer frente à ameaça do Islão radical ao Ocidente e ser irmãos dos povos islâmicos, em grande maioria contrários à violência do Califado. Mas a ameaça está-se estendendo não só no Médio-Oriente, mas também na Nigéria, na República Centro-africana, Mali, Líbia, Sudão, Mauritânia, e ameaça os governos do Egipto e Argélia.
A história recente mostra-nos um par de coisas:
1) A guerra não resolve nada, na realidade piora a situação (ver as duas guerras no Iraque). Quem espera uma nova cruzada e um novo Lepanto não tem em conta os 1.300 milhões de muçulmanos, que se uniriam para ir contra o Ocidente.
2) A reforma do Islão virá da formação dos povos islâmicos através da educação e da liberdade da investigação histórico-crítica das fontes islâmicas, para contextualizar o Corão e Maomé no mundo moderno, como se faz na Igreja através dos Concílios e a sucessão dos 265 Papas que a guiam;
3) O Ocidente pode ajudar este processo de amadurecimento, com:
- a assistência aos refugiados e aos perseguidos,
- o diálogo com os muçulmanos "moderados" e os muçulmanos no Ocidente,
- o respeito pela verdade na descrição das atrocidades dos terroristas islâmicos, que denuncie as suas raízes corânicas e históricas, tal como o extermínio dos judeus se atribui à ideologia racista dos nazis. O diálogo sem respeito pela verdade histórica se converte num pretexto hipócrita que não serve e não convence a ninguém.
4) O mais importante, se o Ocidente quer falar e enfrentar o desafio do Islão, deve voltar a Cristo. A civilização que tínhamos fundado nós os cristãos hoje não satisfaz a ninguém, nem sequer ao nosso povo que o iniciou. É uma civilização sem alma, sem esperança, sem filhos e sem alegria, que são um sinal de demasiados fracassos de uma sociedade sem Deus. Ainda não se deram conta de que os Dez Mandamentos e o Evangelho são as directrizes que Deus nos deu a nós, os seres humanos criados por ele, para viver uma vida que conduz à paz, à fraternidade e a solidariedade, o desenvolvimento autêntico, a justiça e a paz (veja-se o resume na "Populorum Progressio").
Se o Ocidente não recupera as suas "raízes cristãs" e não as põe de fundamento na sua vida e sua cultura, continuará a guerra e a autodestruição dos nossos povos.
A modo de exemplo, esta é - em 2 minutos - a situação dos refugiados no Iraque que fogem dos yihadistas
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