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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Gendarmaria vaticana prende ex-núncio acusado de abusos sexuais

Jozef Wesolowski, que não é mais clérigo, ficará detido em prisão domiciliar


Roma, 23 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


Foi preso hoje à tarde Jozef Wesolowski, ex-núncio apostólico em Santo Domingo, na República Dominicana. Já condenado previamente pelo tribunal da Doutrina da Fé, ele não é mais clérigo e perdeu também a imunidade diplomática.

A Gendarmaria do Vaticano, equivalente à polícia, o levou para uma cela depois de notificá-lo das acusações, que se referem a casos de abusos sexuais cometidos por ele quando exercia as suas funções diplomáticas na América Central.

Devido à sua situação de saúde, Wesolowski deverá cumprir a pena em prisão domiciliar. Em comunicado à imprensa, o Vaticano informa que todo o processo está se realizando em conformidade com as ordens dadas pelo papa Francisco, que não quer demoras nesse tipo de caso.

O director da Sala de Imprensa da Santa Sé, pe. Federico Lombardi, afirma em comunicado enviado aos meios de comunicação credenciados: “O promotor de Justiça do Tribunal de primeira instância da Cidade-Estado do Vaticano convocou o ex-núncio Wesolowski devido à acusação a cujo respeito já tinha sido iniciada uma investigação penal”.

“O prelado, já condenado em primeiro grau pela Congregação para a Doutrina da Fé, tinha sido reduzido ao estado leigo após um processo administrativo penal canónico”. Lombardi acrescenta que Wesolowski “foi agora notificado das acusações do procedimento penal por graves casos de abusos contra menores, cometidos na República Dominicana”.

“A gravidade das acusações levou o departamento de investigações a tomar uma medida restritiva. Devido à situação de saúde do imputado, comprovada pela documentação médica, a medida consiste em prisão domiciliar com as devidas limitações, em locais situados no interior da Cidade-Estado do Vaticano”.

Lombardi encerra: “A iniciativa tomada hoje pelos órgãos judiciais do Vaticano segue a vontade expressa do papa Francisco de que um caso tão grave e delicado seja enfrentado sem demora, com o justo e necessário rigor, com as instituições da Santa Sé conscientes da sua responsabilidade”.

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