Na homilia em Santa Marta, Francisco destaca que a identidade cristã vem do Espírito Santo, e não da licenciatura em teologia, cursos na Lateranense, Gregoriana...
Roma, 02 de Setembro de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci
Você pode passar a vida inteira mergulhado em textos
teológicos e não ser capaz de encontrar respostas. Não é a sabedoria
humana que dá autoridade e identidade a um cristão, mas o Espírito
Santo. Excluir o recurso do Espírito Santo significa escorregar no
espírito do mundo, que se utiliza dos títulos e não chega ao coração do
povo.
Na homilia da Missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta, o
Papa Francisco explica que é Jesus quem primeiro, através do seu próprio
exemplo, nos oferece um modelo de pregador fora do comum, porque a sua
"autoridade" vem da "unção especial do Espírito Santo". Uma
característica que deixava as pessoas espantadas, causando até
escândalo.
Na primeira leitura de hoje, São Paulo diz: "pregamos numa linguagem
que nos foi ensinada não pela sabedoria humana” (1 Cor 2, 13). O Santo
Padre usa esta frase como prova do estilo de Jesus, e diz: "A pregação
de Paulo não é porque ele fez um curso na Lateranense ou na
Gregoriana... Não, não, não! A sabedoria humana, não! Mas ensinado pelo
Espírito: Paulo pregava com a unção do Espírito, exprimindo coisas
espirituais do Espírito em termos espirituais”. Além disso, acrescentou o
Bispo de Roma, "o homem deixado às suas próprias forças não compreende
as coisas do Espírito de Deus, o homem sozinho não pode entender isto".
Portanto, "se nós, cristãos, não entendermos bem as coisas do
Espírito, não daremos e não ofereceremos testemunho, não teremos
identidade", continuou ele.“O homem movido pelo Espírito julga as
coisas, é livre e não pode ser julgado por ninguém”. Ser cristão,
ressaltou o Papa, significa ter o "Espírito Santo" e não "o espírito do
mundo, essa maneira de pensar, essa maneira de julgar ...". Por
conseguinte, deve ficar claro que você pode ter "cinco diplomas em
teologia e não ter o Espírito de Deus".
Ser um "grande teólogo" de fato "não corresponde automaticamente a
ser cristão. A principal característica do cristão é o Espírito de Deus e
não o conhecimento teórico ou académico. Por isso, no tempo de Jesus "o
povo não gostava daqueles pregadores, doutores da lei, porque eles
falavam sobre teologia, mas não chegavam ao coração, não davam a
liberdade". Estes, acrescentou o Papa, "não eram capazes de fazer com
que o povo encontrassem sua própria identidade, porque não eram ungidos
pelo Espírito Santo."
Unção que Jesus tinha. Mensagem claramente compreendida pelas pessoas
mais simples. O Papa destacou que "tantas vezes, tantas vezes
encontramos entre os nossos fiéis, idosas simples que talvez não tenham
terminado o ensino fundamental, mas que falam as coisas melhor do que um
teólogo, porque têm o Espírito de Cristo". O mesmo Espírito "que São
Paulo possuía". Por fim, o Papa pediu aos fiéis que rezassem ao Senhor
pelo dom da "identidade cristã" e do Seu Espírito. "Concedei-nos -
concluiu - Sua maneira de pensar, de sentir, de falar: que o Senhor nos
dê a unção do Espírito Santo."
(02 de Setembro de 2014) © Innovative Media Inc.
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