Os bispos manifestaram seu repúdio aos atos violentos das últimas semanas
Roma, 01 de Agosto de 2014 (Zenit.org) Rocio Lancho García
O presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, dom Luis
Augosto Castro Quiroga, afirmou que as Forças Armadas devem impor um
limite aos ataques, mas nem por isso colocar o processo de paz em risco.
“A escalada da violência tem que ser resolvida sem descuidar a paz”,
declarou em conferência de imprensa concedida nesta quarta-feira.
Quiroga repudiou a escalada de violência que o país sentiu nas
últimas semanas e reiterou que este panorama não deve significar uma
interrupção no processo de negociações em andamento em Havana. Ele pediu
que "as FARC e o ELN não realizem essas demonstrações de força porque,
neste momento, o que o país está buscando é a paz com base no diálogo".
O último dos episódios violentos foi registado nesta quinta-feira em
Miranda, departamento de Cauca, quando uma menina de dois anos morreu e
outras três pessoas ficaram feridas num ataque a bomba. A guerrilha
pretendia atacar várias unidades militares na região. O ataque ocorreu
dois dias depois de o presidente Juan Manuel Santos advertir que os
atentados poderiam colocar em risco o diálogo de paz iniciado há mais de
um ano.
Fazendo referência à selecção de vítimas convidadas a participar dos
diálogos de paz, num processo que conta com a colaboração da Igreja,
Quiroga falou da lista que será entregue no dia 6 de Agosto para
"validar" a mesa de negociações de Havana. A lista incluirá vítimas das
FARC, do Estado e dos paramilitares.
Os negociadores do governo e das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (FARC) convidaram a Conferência Episcopal do país a acompanhar o
desenvolvimento da organização e o processo de selecção das vítimas que
participarão da quarta rodada de negociações. Grupos de vítimas
compostos por 12 pessoas conversarão com os delegados do governo e da
guerrilha durante cinco rodadas em total. O primeiro grupo será recebido
na mesa de conversações no próximo dia 16 de Agosto.
Desde 2012, o governo e as FARC mantêm um diálogo de paz baseado em
uma agenda de seis pontos para acabar com mais de cinco décadas de
conflito armado, durante as quais morreram 600.000 pessoas.
O processo de paz também preocupa o papa Francisco, disse a ministra
de Relações Exteriores da Colômbia, Maria Ángela Holguín, depois de
conversar brevemente com o papa após a cerimónia de canonização dos
papas João XXIII e João Paulo II, em 27 de maio. "Ele me perguntou sobre
os avanços no processo de paz, esperançado nos resultados. E mandou uma
saudação ao presidente Santos, esperando que o processo corra bem",
relatou a ministra.
(01 de Agosto de 2014) © Innovative Media Inc.
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