Arcebispo de Bangui, Dieudonné Nzapalainga, denunciou, a necessidade de o mundo agir em defesa das populações inocentes
Roma, 31 de Julho de 2013
São cada vez mais os apelos de sacerdotes e bispos da República Centro-Africana, face à gravidade da situação que se vive no país controlado pela milícia islâmica Séléka desde 24 de Março.
O Arcebispo de Bangui, Dieudonné Nzapalainga, denunciou, na homilia
do passado domingo, 21 de Julho, a necessidade de o mundo agir em
defesa das populações inocentes. “Não me posso calar quando
os filhos deste país são vítimas da mais horrível barbárie. Não me
posso calar quando se torturam e matam os centro-africanos. Não me posso
calar quando as nossas irmãs e as nossas mães são violadas. Não me
posso calar quando se consagra a impunidade e se impõe a ditadura das
armas”.
Nzapalainga, que recebeu o pálio das mãos do Papa Francisco no
passado dia 26 de Junho, tal como outros 33 arcebispos de todo o mundo,
como D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, aproveitou também essa
missa de acção de graças para pedir aos cristãos do mundo inteiro que
não desistam de pedir a paz para o seu país.
Também D. Juan José Aguirre, Bispo de Bangassou, tem denunciado a situação gravíssima que se vive na República Centro-Africana.
Agradecendo a ajuda de emergência que a Fundação AIS já disponibilizou à Igreja deste país, D. Aguirre afirmou que “já nos roubaram tudo, menos a fé”.
De norte a sul do país, o retrato é esmagador. Igrejas pilhadas e
profanadas, destruição de capelas, casas paroquiais, colégios, notícias
de violações sistemáticas de mulheres e raparigas, o medo espalhado por
todas as aldeias.
Desde que a milícia islâmica obrigou o presidente a fugir do próprio
país, calcula-se que, pelo menos, 250 mil pessoas tenham já abandonado
as suas casas à procura de refúgio nos países da região.
Além da Jornada Internacional de Oração, a Fundação AIS já disponibilizou uma primeira ajuda de emergência para a Igreja da República Centro-Africana, no valor de 160 mil euros.
Esta ajuda destina-se prioritariamente à alimentação, alojamento e
compra de medicamentos para as dioceses de Kaga-Bandoro, Bambari,
Alindao, Bangassou, as mais atingidas pelo terror dos radicais
islâmicos.
Para materializar o apoio imprescindível aos cristãos que sofrem na
República Centro-Africana, a Fundação AIS apela, através desta Campanha de Verão,
à generosidade dos benfeitores e amigos da Instituição. A ajuda de
todos fará, certamente, a diferença. Não devemos ficar indiferentes ao
que se passa na República Centro-Africana.
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