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terça-feira, 13 de agosto de 2013

No país com mais diáconos permanentes seguem Platão: a sabedoria chega aos 50 anos

Estatísticas dos 18.000 diáconos dos EUA, 93% casados

O bispo de Elphin, Irlanda, com 6 diáconos, suas esposas e filhos, ordenados em 2012; nos EUA há mais diáconos que na Europa
Actualizado 11 de Agosto de 2013

P. J. G./ReL
 
Assegura Platão em "As Leis", que atá aos 50 anos não é possível chegar a ser sábio (idade “na qual devem levantar os olhos da alma até à luz universal, que ilumina todas as coisas, e contemplar o Bem absoluto").

De alguma maneira encaixa com a experiência dos diáconos permanentes nos Estados Unidos: há 18.000 no país, e ainda que se possam ordenar a partir dos 35 anos (idade que a Igreja considera prudencial para dar madurez a esta decisão) o certo é que 95% destes diáconos tem 50 anos ou mais: idade de ser sábios.

Ordenar homens casados
Desde o Concílio Vaticano II, a Igreja ordena como diáconos permanentes homens que podem estar casados e com filhos, ainda que se espera deles que se enviuvarem não voltem a casar-se (com excepções em caso de pais viúvos com crianças pequenas).

Além disso, se se ordenam estando solteiros, a Igreja não permite já que se casem. São já clérigos, e como pena eclesial podem ser reduzidos ao estado laical.

Em qualquer caso, as cifras dos EUA, o país com mais diáconos permanentes mostram que não é coisa comum: 93 por cento dos diáconos activos está casado, 4 por cento enviuvou e 2 por cento nunca se casou.

Em muitas dioceses, a partir dos 70 anos espera-se que o diácono se retire do ministério diaconal activo, mas não é algo comum no país.

Cifras de 193 dioceses
As cifras dá-as o Centro para Investigação Aplicada do Apostolado, na Universidade de Georgetown, que fez uma sondagem em 193 das 195 dioceses católicas do país, difundido pela Conferência Episcopal.

Observa-se, também, que 15% destes diáconos são latinos: 78% é "branco", 3% são negros e 3% asiáticos.

A arquidiocese de Galveston-Houston (Texas) foi a que deu conta do maior número de diáconos, com 414, seguida pela diocese de Trenton (Nova Jersey), com 383; a arquidiocese de Los Angeles (Califórnia), com 344, e a arquidiocese de Hartford (Connecticut), com 300.

Diácono no Alasca
Na relação com a população católica na área, a concentração mais alta de diáconos permanentes registou-se em Fairbanks (Alasca) com um diácono por cada 482 católicos.

Casamentos, baptismos, funerais... Mas não consagra

Um diácono é, como o sacerdote, um colaborador do bispo e responde perante ele (não perante tal ou qual sacerdote). Não pode consagrar nem confessar.

A sua função é servir na liturgia (e tem as suas roupagens litúrgicas próprios), no serviço caritativo (muitos colaboram na Cáritas e em diversos ministérios de caridade e solidariedade) e na proclamação da Palavra (ainda que é verdade que há diáconos que lêem mal e pregam pior; outras vezes, ainda que o diácono poderia pregar melhor que o sacerdote local, o pároco tem de evitar que use o púlpito).

"A esposa do mosén"

Nos Estados Unidos há um certo costume de que o diácono use colarinho em certas ocasiões, causando certa confusão se vai acompanhado da sua esposa ou filhos.

Em Espanha não costuma acontecer isto, mas nas regiões onde se dá o tratamento de "mosén" a sacerdotes e diáconos (Catalunha, Valência, Baleares e Aragão) pode que se fale de "a esposa do mosén" (referindo-se à mulher do diácono).

Isto também pode confundir os visitantes não habituais, por exemplo, se o mosén diácono celebra casamentos ou baptismos ou funerais (cerimónias que não requerem consagração, reservada ao sacerdote) com pessoas que não costumam estar na igreja e desconhecem a figura do diaconado.


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