Em audiência a um grupo de estudantes japoneses, o Papa exorta a sempre buscar um confronto "manso" com as outras pessoas, culturas e religiões, para amadurecer e estabelecer a paz
Roma, 21 de Agosto de 2013
Com o sorriso de sempre, Papa Francisco, acolheu os
estudantes do Colégio Seibu Gakuen Bunri Junior High School de Saitama
de Tóquio. Recebidos esta manhã em Audiência, juntamente com os seus
professores, no pátio de São Dâmaso no Palácio Apostólico Vaticano, o
Pontífice falou aos jovens japoneses “daquela aventura tão bela” que é o
diálogo que nos permite sair de nós mesmos e abraçar “outras pessoas,
outras culturas, outros modos de pensar, outras religiões”.
Precisamos de tudo isso, destacou o Santo Padre, “porque se estamos
fechados em nós mesmos, temos só aquilo que temos, não podemos crescer
culturalmente”. O “diálogo” é portanto um desafio fundamental para a
“própria maturidade”, acrescentou Bergoglio, porque “no confronto com a
outra pessoa” e “com as outras culturas”, mas também “no confronto sadio
com as outras religiões”, se “cresce”.
Claro, adverte o Papa, há sempre o perigo: "Se no diálogo alguém se
fecha e fica com raiva, pode ter briga”; mas isso “não está bem”, porque
nós dialogamos para encontrar-nos, não para brigar” comentou. Portanto
“qual é a atitude mais profunda que devemos ter para dialogar e não
brigar?", perguntou o Pontífice. É a "humildade”, ou melhor “a
capacidade de encontrar as pessoas, de encontrar as culturas, com paz”;
“a capacidade de fazer perguntas inteligentes” do tipo: “mas por que
você pensa assim? Por que essa cultura faz assim?".
"Ouvir os outros e depois falar. Primeiro ouvir, depois falar”, esta,
de acordo com o Papa, é a fórmula para ser pessoas e cristãos ‘mansos’.
E no momento em que, como é normal no confronto humano, se verifica o
“você não pensa como eu”, “eu penso de forma diversa”, “você não me
convence” e assim por diante, o que acontece? Para Francisco, a resposta
é elementar: "Somos amigos do mesmo jeito, eu ouvi como você pensa e
você ouviu como eu penso”.
Em conclusão, a passagem mais importante deste breve discurso: "Uma
coisa importante é que este diálogo é o que faz a paz", disse o Papa
Bergoglio, acrescentando: "Não pode haver paz sem diálogo. Todas as
guerras, todas as lutas, todos os problemas que não são resolvidos, com o
qual nos deparamos, existem por falta de diálogo."
"Quando há um problema, diálogo: isto faz a paz” concluiu, desejando
aos estudantes e professores do Seibu Gakuen Bunri Junior High School
uma viagem "frutuosa" a Roma, que possa ensiná-los a dialogar: "...Como
essa cultura pensa, que bonito isso, isso eu não gosto, mas dialogando. E
assim se cresce".
Uma menina tornou-se a porta-voz dos sentimentos do grupo e
agradecendo ao Papa “por ter-nos concedido um pouco do Seu precioso
tempo”, disse: “Estamos muito satisfeitos por ter a oportunidade de
conhecê-lo e ouvir suas palavras; De hoje em diante vamos colocar em
prática nas nossas vidas o que ouvimos do Senhor”. A resposta de
Francisco foi, como sempre, simpática e espontânea: "Muito obrigado! Mas
você nasceu em Nápoles? Fala muito bem o italiano".
O encontro terminou com um musical em que todos os alunos cantaram o
hino da sua escola para o Santo Padre, o qual, divertindo-se, disse:
"Vocês são bons, hein? Cantando!". "Também no diálogo existe o princípio
da reciprocidade: quando alguém fala uma coisa, o outro deve dizer
outra” afirmou. No entanto, revelou: "Mas eu não sei cantar, não posso."
in
Sem comentários:
Enviar um comentário