«Um presente para a família»
Actualizado 20 de Agosto de 2013
Aci
Enrique Martínez Domínguez tem 71 anos de idade, de jovem ingressou no seminário mas por motivos de saúde deixou os estudos, conheceu Guillermina com quem se casou e se dedicou ao “apostolado matrimonial”. A dois anos da morte da sua esposa, esta semana foi ordenado sacerdote na Arquidiocese de Chihuahua no México na companhia dos seus oito filhos e 18 netos.
O diário O Heraldo de Chihuahua narrou a comovedora história da sua vocação. Graças à formação católica que recebeu dos seus pais e a sua aproximação à Igreja como acólito, aos 17 anos Enrique ingressou no Seminário Arquidiocesano desta cidade. Teve que abandonar os seus estudos por motivos de saúde.
As suas entradas e saídas do seminário
Conseguiu um empréstimo para operar-se de una mastoidites e sinusite que o tinham afectado. Ao terminar de pagá-lo decidiu reingressar no Seminário mas não lhe foi possível continuar por uma série de sequelas que lhe ficaram das enfermidades que havia padecido.
Decidiu procurar emprego numa mina de ferro e no povoado de Camargo conheceu Guillermina Amparán Rey. "Desde que a vi ganhou-me, senti que a ela se lhe iluminou a cara e a mim se me abriram os olhos", recorda.
Pouco depois a relação terminou e pela terceira vez tentou regressar ao seminário mas foi rejeitado devido às sequelas das enfermidades. Pensando que Deus o chamava à vida matrimonial, regressou a Guillermina e casaram-se em 14 de Outubro de 1967 na Paróquia de Santa Rosalía em Camargo.
O apostolado no matrimónio
Enrique e “Guille”, como a chamava, sempre viveram o apostolado no seu matrimónio, participando em iniciativas solidárias. Conseguiram estabelecer um jardim de infantil, uma escola primária e outra secundária, uma clínica e construíram uma capela.
Tiveram oito filhos: Francisco, Enrique, Celia, Isela, Roque, Marcos, Melina Rocío e Celina Patricia. Os seus netos têm entre 1 e 17 anos de idade. Apesar de que não contava com suficientes recursos económicos, conseguiu que todos os seus filhos fossem à universidade.
Enrique sempre recebeu o apoio de Guille, que faleceu em 7 de Fevereiro de 2011 vítima do cancro. Perdê-la foi um momento muito significativo. "Se se viveu em plena disponibilidade para Deus, a mesma morte não é um desenlace trágico, mas sim contemplar até onde vamos", assinala.
Diaconado permanente
Enrique recorda que um ano depois do seu matrimónio começou a escutar diferentes pessoas sobre o diaconado permanente, preparou-se e foi ordenado diácono permanente em 8 de Setembro de 1981 junto com o seu amigo Cornelio Corral. "Fomos os primeiros em Chihuahua (…) o que me deu a oportunidade de trabalhar em nome da Igreja, mas desde logo apoiado por Guille minha esposa e os meus 8 filhos".
Com a morte de Guillermina, Enrique pediu ao Arcebispo para permanecer no diaconado permanente mas vários sacerdotes sugeriram-lhe a ideia de que se ordenasse sacerdote.
"Quis ser obediente a Deus"
"Ordenar um diácono permanente como sacerdote não é comum, é uma excepção, porque o nosso estatuto assenta que é diácono até à morte, mas o Bispo pode ordenar algum excepcionalmente", explica.
Os diáconos permanentes podem ser casados ou celibatários. Os casados, ao ficar viúvos e examinando cada caso em particular, com a anuência do Bispo, podem ser ordenados presbíteros. O Arcebispo Constancio Miranda submeteu a solicitação à Santa Sé que depois de um ano e meio o informou que podia proceder com a ordenação sacerdotal.
"Eu quis ser obediente a Deus, não escolher uma rota pessoal, mas sim sempre em resposta à directriz de Deus, a quem sempre senti próximo. Este é o momento mais decisivo da minha vida, vislumbra-se que estamos na etapa final, não existe temor nem nostalgia, pelo que hei-de continuar fazendo a vontade de Deus", afirma.
Os filhos, contentes e emocionados
A morte de Guille foi uma mudança forte na sua vida, "a dor da despedida foi recompensada com esta nova graça da parte de Deus", acrescenta. Na quinta-feira 15 de Agosto, na Catedral de Chihuahua, Enrique Martínez foi ordenado sacerdote.
"Junto com os meus irmãos estamos muito contentes por esta celebração que é a ordenação do nosso papá, entendendo o compromisso da educação que sempre nos proporcionou", disse um dos seus filhos, Marco, capitão primeiro piloto aviador da Força Aérea Mexicana.
Destacou que o seu pai e a sua mãe foram um exemplo. No dia em que informaram Enrique que tinha sido autorizada a sua ordenação, falou por telefone com todos os seus filhos. A sua filha Célia disse que a ordenação do seu pai como sacerdote é uma bênção de Deus, "é um presente para a diocese e a família".
Enrique celebrou a sua primeira Missa no templo de Nossa Senhora de Guadalupe, na colónia Vila Nova de Chihuahua.
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| Ordenação sacerdotal |
Aci
Enrique Martínez Domínguez tem 71 anos de idade, de jovem ingressou no seminário mas por motivos de saúde deixou os estudos, conheceu Guillermina com quem se casou e se dedicou ao “apostolado matrimonial”. A dois anos da morte da sua esposa, esta semana foi ordenado sacerdote na Arquidiocese de Chihuahua no México na companhia dos seus oito filhos e 18 netos.
O diário O Heraldo de Chihuahua narrou a comovedora história da sua vocação. Graças à formação católica que recebeu dos seus pais e a sua aproximação à Igreja como acólito, aos 17 anos Enrique ingressou no Seminário Arquidiocesano desta cidade. Teve que abandonar os seus estudos por motivos de saúde.
As suas entradas e saídas do seminário
Conseguiu um empréstimo para operar-se de una mastoidites e sinusite que o tinham afectado. Ao terminar de pagá-lo decidiu reingressar no Seminário mas não lhe foi possível continuar por uma série de sequelas que lhe ficaram das enfermidades que havia padecido.
Decidiu procurar emprego numa mina de ferro e no povoado de Camargo conheceu Guillermina Amparán Rey. "Desde que a vi ganhou-me, senti que a ela se lhe iluminou a cara e a mim se me abriram os olhos", recorda.
Pouco depois a relação terminou e pela terceira vez tentou regressar ao seminário mas foi rejeitado devido às sequelas das enfermidades. Pensando que Deus o chamava à vida matrimonial, regressou a Guillermina e casaram-se em 14 de Outubro de 1967 na Paróquia de Santa Rosalía em Camargo.
O apostolado no matrimónio
Enrique e “Guille”, como a chamava, sempre viveram o apostolado no seu matrimónio, participando em iniciativas solidárias. Conseguiram estabelecer um jardim de infantil, uma escola primária e outra secundária, uma clínica e construíram uma capela.
Tiveram oito filhos: Francisco, Enrique, Celia, Isela, Roque, Marcos, Melina Rocío e Celina Patricia. Os seus netos têm entre 1 e 17 anos de idade. Apesar de que não contava com suficientes recursos económicos, conseguiu que todos os seus filhos fossem à universidade.
Enrique sempre recebeu o apoio de Guille, que faleceu em 7 de Fevereiro de 2011 vítima do cancro. Perdê-la foi um momento muito significativo. "Se se viveu em plena disponibilidade para Deus, a mesma morte não é um desenlace trágico, mas sim contemplar até onde vamos", assinala.
Diaconado permanente
Com a morte de Guillermina, Enrique pediu ao Arcebispo para permanecer no diaconado permanente mas vários sacerdotes sugeriram-lhe a ideia de que se ordenasse sacerdote.
"Quis ser obediente a Deus"
"Ordenar um diácono permanente como sacerdote não é comum, é uma excepção, porque o nosso estatuto assenta que é diácono até à morte, mas o Bispo pode ordenar algum excepcionalmente", explica.
Os diáconos permanentes podem ser casados ou celibatários. Os casados, ao ficar viúvos e examinando cada caso em particular, com a anuência do Bispo, podem ser ordenados presbíteros. O Arcebispo Constancio Miranda submeteu a solicitação à Santa Sé que depois de um ano e meio o informou que podia proceder com a ordenação sacerdotal.
"Eu quis ser obediente a Deus, não escolher uma rota pessoal, mas sim sempre em resposta à directriz de Deus, a quem sempre senti próximo. Este é o momento mais decisivo da minha vida, vislumbra-se que estamos na etapa final, não existe temor nem nostalgia, pelo que hei-de continuar fazendo a vontade de Deus", afirma.
Os filhos, contentes e emocionados
A morte de Guille foi uma mudança forte na sua vida, "a dor da despedida foi recompensada com esta nova graça da parte de Deus", acrescenta. Na quinta-feira 15 de Agosto, na Catedral de Chihuahua, Enrique Martínez foi ordenado sacerdote.
"Junto com os meus irmãos estamos muito contentes por esta celebração que é a ordenação do nosso papá, entendendo o compromisso da educação que sempre nos proporcionou", disse um dos seus filhos, Marco, capitão primeiro piloto aviador da Força Aérea Mexicana.
Destacou que o seu pai e a sua mãe foram um exemplo. No dia em que informaram Enrique que tinha sido autorizada a sua ordenação, falou por telefone com todos os seus filhos. A sua filha Célia disse que a ordenação do seu pai como sacerdote é uma bênção de Deus, "é um presente para a diocese e a família".
Enrique celebrou a sua primeira Missa no templo de Nossa Senhora de Guadalupe, na colónia Vila Nova de Chihuahua.
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