Holanda: com o papa Francisco, diminuiu o número de fieis que abandonam a Igreja
Roma, 27 de Agosto de 2013
O Meeting de Rímini para a Amizade entre os Povos terminou
no sábado passado. Esteve presente o cardeal Adrianus Johannes Simonis,
arcebispo emérito de Utrecht, na Holanda. É a 24ª vez que ele participa
do encontro.
Simonis disse a ZENIT que considera os movimentos como uma graça de
Deus para o nosso tempo e que o Meeting de Rímini oferece “nutrição
cultural” aos milhares de jovens envolvidos. Lamentou a situação da fé
na Holanda, mas observou que, com a chegada do papa Francisco, “estancou
a hemorragia de pessoas que deixavam a Igreja católica”.
O Meeting é realizado nos amplos pavilhões da feira da cidade
italiana de Rímini, com stands, mostras, conferências, debates e actividades lúdicas e desportivas. É organizado pelo movimento Comunhão e
Libertação e promove a cultura do encontro com diversas realidades da
Igreja. Todo ano, mais de um milhão de pessoas passam pelo evento.
Eminência, qual é o seu balanço sobre o Meeting de Rímini para a Amizade entre os Povos?
Card. Simonis: Eu venho há 24 anos. Há bispos que não se identificam
com os movimentos, mas estes são uma bênção para a Igreja e para cada
país. Em particular a Comunhão e Libertação, porque eles têm como ponto
central a encarnação de Deus em Cristo. Deus quer se encarnar também em
nós, e também na vida pública, na vida política e na vida cultural.
E para os jovens?
Card. Simonis: Este Meeting tem muito da cultura italiana e tem
nutrição para a cultura dos jovens. Você viu que são tantos e tantos os
jovens que vêm. Eles são idealistas, nutridos por um verdadeiro
idealismo, e isso é uma bênção.
O senhor falou dos movimentos. O último sínodo sobre a nova evangelização também os aborda.
Card. Simonis: Porque eles são uma graça de Deus para este tempo
depois do concílio. Comunhão e Libertação, Focolares, Neocatecumenais,
enfim, todos os outros.
Qual é a situação da fé na Holanda?
Eu vejo que o interesse das pessoas foi caindo. Agora a situação da
fé na Holanda é muito triste, muitos abandonaram a fé. Dizem que há fé,
mas eu não vejo muito. Espero e rezo pelo nosso país, para que ele
refloresça. Eu vivo na comunidade dos Focolares, vejo que eles tentam
buscar jovens e não conseguem. Eles estão muito ocupados com a escola,
os clubes, a internet, e muitas vezes estão tão longe da Igreja e da fé
que se perguntam “do que você está falando?”. Indiferença, materialismo,
hedonismo... É uma sociedade pagã, é muito triste.
O papa Francisco pode mudar a situação?
Card. Simonis: Eu espero que este papa consiga fazer muito pela
credibilidade da fé e da Igreja. Por nós também ele está sendo recebido
com alegria. Ouvi um pároco dizer que, desde que chegou o papa
Francisco, estancou a hemorragia de gente que abandonava a Igreja.
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