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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Papa Francisco, candidato ao Prémio Sakharov

Dois eurodeputados lançam abaixo-assinado para candidatar o papa ao Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento


Roma, 20 de Agosto de 2013


Em comunicado de 19 de Agosto, os eurodeputados Enzo Rivellini e Potito Salatto, do Partido Popular Europeu (PPE), anunciaram para a próxima segunda-feira, 26 de Agosto, o início da colecta de assinaturas de parlamentares europeus de todos os posicionamentos políticos e de todos os países da União Europeia para atribuir o Prémio Sakharov ao papa Francisco.

O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi criado pelo Parlamento Europeu em 1988 a fim de premiar personalidades ou organizações que dedicam a vida à defesa dos direitos humanos e das liberdades individuais.

O nome do prémio homenageia o cientista e dissidente Andrei Dmitrievich Sakharov. Apesar de ter contribuído para o desenvolvimento da bomba termonuclear de hidrogénio (bomba H), como membro da Academia de Ciências da União Soviética, Sakharov contestou, nos anos de 1957 e 1958, os testes nucleares para fins bélicos e criticou o regime soviético, a ponto de fundar em 1970 o Comité dos Direitos Civis e assumir a defesa dos dissidentes e perseguidos.

As suas actividades em favor dos direitos civis lhe valeram o Prémio Nobel da Paz em 1975, mas ele não pôde recebê-lo por expressa proibição do regime soviético. Sakharov manifestou-se também contra a entrada das tropas soviéticas no Afeganistão, foi preso e, em 1980, confinado na actual cidade de Ninij Novgorod, onde sua esposa, Elena Bonner, era o seu único meio de contacto com o mundo exterior. Reabilitado em 1986, retornou a Moscovo e foi eleito deputado em 1989. Morreu na capital russa em dezembro do mesmo ano.

O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento é concedido anualmente após uma pré-seleção dos candidatos e uma votação final da câmara. Entre os vencedores, estão Nelson Mandela, as Mães da Praça de Maio, o dissidente cubano Guillermo Farinas e o cineasta iraniano Jafar Panahi.

Os dois eurodeputados afirmam que “nos poucos meses do seu pontificado, o papa Francisco despertou os melhores sentimentos de todos, com simplicidade, humanidade e grande autoridade. Ele conseguiu dar início a um percurso de paz e de fraternidade que entusiasma tanto os crentes quanto os não crentes”.

Por estas razões, “acreditamos que ninguém pode duvidar da magnitude deste percurso e estamos confiantes de que o Prémio Sakharov será reconhecido, por unanimidade, ao Santo Padre. O prémio também será uma oportunidade para recebê-lo e para ouvir os seus ensinamentos dentro do Parlamento Europeu em Estrasburgo”.

O reconhecimento é entregue sempre em data próxima a 10 de Dezembro, para comemorar o dia em que foi assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.


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