Papa Francisco pede orações a Maria, Rainha da Paz
Roma, 16 de Agosto de 2013
Apesar de continuar muito tensa a situação no Egipto, começa a
perceber-se uma relativa calma no país árabe. As autoridades decretaram
estado de emergência que deverá durar um mês, com toque de recolher
durante a noite.
Os distúrbios começaram na quarta-feira, quando as forças de
segurança desmontaram os principais acampamentos de manifestantes
simpáticos a Mursi no Cairo, o que provocou fortes enfrentamentos entre
polícia e manifestantes islamistas. O choque se estendeu a outras
cidades do país.
A comunidade internacional fez um apelo unânime à contenção a todos
os protagonistas do conflito interno. A instituição sunita de Al Azhar,
com sede no Cairo, pediu diálogo e reforçou que "o uso da violência
nunca será uma alternativa às soluções políticas".
O balanço dos enfrentamentos de quarta-feira entre as forças de
segurança egípcias e os seguidores do ex-presidente Mohamed Mursi é
trágico: pelo menos 578 mortos e 4.200 feridos, de acordo com o
Ministério egípcio da Saúde. Desse total, 202 morreram no Cairo, na
praça Rabea al Adauiya, que foi destruída. O Ministério do Interior
informa que 534 pessoas foram detidas.
O padre Paul Annis, superior da Congregação dos Missionários
Combonianos no Cairo, se pronunciou na quarta-feira, 14, sobre as três
igrejas que foram incendiadas em Sohag, Minya e Suez, e declarou à
agência de notícias MISNA: “Os católicos também, assim como os coptas e
os protestantes, preferiram fechar hoje as igrejas e os lugares de
culto, para evitar incidentes. Amanhã, se a situação permitir, vamos
voltar a abri-las para celebrar a Assunção de Maria ao céu. Mas a noite
vai ser longa. A situação saiu de controle depois da notícia da detenção
de alguns líderes da Irmandade”. Annis se refere à prisão de Mohamed el
Beltagui, ex-secretário geral e um dos representantes máximos do
movimento religioso.
O missionário observou que, enquanto a polícia e os manifestantes
continuam em confronto nas ruas, os cristãos (minoria que representa 10%
de uma população de 80 milhões de egípcios) “acompanham com preocupação
a evolução dos acontecimentos”.
Os coptas temem vingança, porque o patriarca Tawadros II se alinhou
com os militares que protagonizaram a destituição de Mohamed Mursi, no
dia 3 de Julho.
O papa Francisco fez ao mundo um pedido de orações em favor do Egipto, invocando a intercessão de Maria, Rainha da Paz.
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