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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Gino Bartali: em breve, "Justo entre as Nações"

Ciclista italiano transportava documentos falsos de bicicleta para salvar judeus nos anos 1940


Roma, 14 de Agosto de 2013


Gino Bartali, grande campeão italiano de ciclismo, não teve muitas dúvidas na hora de arriscar a própria vida para salvar a de centenas de judeus durante os anos trágicos do Holocausto. Entre 1943 e 1944, durante os seus treinos na Toscana, na Úmbria e na Emilia Romagna, Bartali escondia no cano da bicicleta documentos falsos a ser usados para ajudar os perseguidos a fugir do horror nazista. De acordo com as reconstituições históricas, os documentos eram impressos em Assis, na tipografia de Luigi e Trento Brizi, para depois ser transportados secretamente pelo ciclista, junto com as fotos para as carteiras de identidade.

Graças a estes contínuos actos de heroísmo, o inesquecível "Ginaccio" muito em breve será reconhecido como "Justo entre as Nações", ou seja, terá seu nome incluído na prestigiosa lista do Yad Vashem, o Museu do Holocausto, em Jerusalém, que presta homenagem aos não judeus que agiram corajosamente para salvar a vida ainda que fosse de um único judeu durante a Shoah. Será plantada, no Jardim dos Justos, uma oliveira com o nome do ciclista.

O processo para o reconhecimento de Bartali como "Justo entre as Nações" começou há vários anos, pouco depois da sua morte, em 2000. Foi o rabino de Florença, Joseph Levi, quem reavivou a questão, ao afirmar na semana passada, durante as comemorações do 69º aniversário da Libertação de Florença da ocupação nazi-fascista: "Provavelmente, muito em breve Gino Bartali será reconhecido como um dos ‘Justos entre as Nações’. Ainda é necessário um pouco de tempo, mas não muito. A comissão especial deverá comunicar logo o resultado das suas investigações e eu tenho motivos para esperar que esse resultado seja positivo".

O prefeito de Florença, Matteo Renzi, durante o evento no Palazzo Vecchio, lembrou o empenho da cidade e da comunidade judaica florentina para que Bartali seja adicionado à lista do Yad Vashem. "Ele era muito florentino, estava sempre resmungando, mas era um homem que agia". Ainda não há uma data definida. Espera-se, no entanto, que o campeão italiano, cuja carreira inclui mais de 200 vitórias, incluindo dois Tours de France e três Giri d’Italia, conquiste mais este reconhecimento muito em breve.



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