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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mara Santangelo, ao confessar-se em Medjugorge depois da sua conversão: «Não será pior que Serena Williams»

A tenista não o tinha feito desde a sua Primeira Comunhão

Mara Santangelo.
Actualizado 17 de Agosto de 2013

Antonio Gaspari / Zenit

No início da película Bella, o protagonista, Eduardo Verástegui, conta que a sua avó lhe dizia frequentemente: "Se queres fazer rir o Senhor conta-lhe os projectos do homem".

A glória próxima
Parece uma frase feita a propósito para o sucedido a Mara Santangelo, uma tenista italiana, com talento e decisão, que inclusive tendo um problema nos pés que lhe faz sofrer cada vez que joga, em 22 de Junho do 2005 esteve a ponto de realizar o sonho da sua vida: jogar em Wimblendon e ganhar a uma das jogadoras mais fortes: a estadunidense Serena Williams.

Sem dúvida, precisamente no melhor momento, depois de ter ganhado o primeiro set, as dores no pé esquerdo tornam-se insuportáveis, pede autorização para ir à casa de banho, tira as sapatilhas e os seus pés são um banho de sangue. Estoicamente, Mara volta ao campo e joga os dois sets seguintes, mas... não tem hipóteses, já não consegue apoiar os pés sem sentir picadas de dor.

O seu humor é de cão, reza e lamenta-se, dirige-se à sua mãe no céu, zanga-se com o Senhor porque parece que a abandonou precisamente no momento mais importante. Ainda sofrendo nos pés desde o nascimento por uma leve malformação, Mara tinha prometido à sua mãe que chegaria a Wimbledon e se converteria numa campeã de ténis.

Outra lesão, e o adeus profissional
Não obstante esta decepção, Santangelo continua em frente e em 2006, junto com Francesca Schiavone, Flavia Pennetta e Roberta Vinci, conquista a Copa Federación. O seu ponto é decisivo quando ganha à belga Kirsten Flipkens, levando a Itália ao dois a dois. Na quinta e última partida a campeã Justine Henin viu-se obrigada a retirar-se e a Itália ganha pela primeira vez o torneio.

Santangelo, que tem agora 32 anos, começou a jogar ténis com 5 anos. Aos 12 foi convocada ao Centro Técnico Federal e sempre fez parte da equipa nacional. Profissional de 1998 a 2010, ganhou quatro vezes contra as primeiras dez do ranking mundial, e somou 9 torneios em individual e 23 em pares.

Não obstante a sua capacidade de resistir à dor, em finais de 2009 Mara deve render-se. Depois de outra lesão, diagnosticam-lhe um neuroma de Morton, que implica a eliminação de um nervo. Desde esse momento Mara não poderá jogar mais a nível profissional.

O caminho da fé
No livro onde conta a sua história (Prometo-te: a partida da vida, a força da fé, o valor de levantar-se, Piemme), Santangelo escreve: "Deixar o ténis foi duro. O infortúnio que me afastou da vitória e dos campos de jogo obrigou-me a combater a partida mais difícil da minha vida. Não é um ponto, não é um jogo, não é um set, não é uma partida. É o caminho da fé que, de repente, depois de tanto procurar, iluminou-me a alma em Medjugorje conduzindo-me onde não imaginava poder chegar".

O livro de Santangelo apresentou-se em 20 de Julho em San Benedetto del Tronto no contexto da XIII edição da mostra Escritores debaixo das estrelas, promovida pela livraria La Bibliofila. Nele conta a sua história agonística e humana. Uma vida difícil. Os seus pais separaram-se quando ela era ainda pequena e a sua amada mãe morreu num acidente de tráfego quando ela tinha só 16 anos.

Um luto nunca aceite, no fundo. Uma tentativa de reacção que a empurra a andar para a frente pela promessa à sua mãe e uma determinação que reflecte a raiva contra a dor que sofria nos pés.

Na realidade Mara estava zangada com o mundo: pela dor de pés e pela perca da sua mãe. No seu caminho encontrou muitas pessoas que a quiseram e ajudaram muito, como Giampaolo Coppo, o seu treinador, "mestre no campo e na vida" e muitos outros que encontrará depois de uma viaje a Medjugorje.

O alívio, em Medjugorje
Toda a primeira parte do livro é a história desta raiva, e da incapacidade de Mara para aceitar a dor, que a tortura e lhe impede de fazer o que mais ama (jogar ténis), e o destino adverso e cruel que a privou da sua mãe.

Mara não consegue livrar-se dos tormentos até que não decide ir a Medjugorge. É intensíssima a parte do livro na qual conta a noite que mudou a sua vida. Mara, que "apenas era capaz de fazer o sinal da cruz e apenas recordava o Ave-maria", conta a sua primeira confissão depois de anos de silêncio e de impasse. Na fila frente ao confessionário, Mara tem medo, mas procura o valor: "Jesus entenderá as minhas fragilidades. Forza Maretta!" - disse a si mesma -, "pior que Serena Williams este sacerdote não poderá ser nunca".

Marda Santangelo não se confessava desde o dia da Primeira Comunhão. Depois de ajoelhar-se confessa tudo, um rio que se inunda. Sente-se amada, entendida, escutada, e com uma serenidade que nunca tinha experimentado.

Uma vida diferente
"Foi o início de uma nova vida", escreve. Mara Santangelo, tenista com talento e força, sempre muito reservada, começa a prestar assistência e acolhimento a outros. Entra no grupo Novos Horizontes, de Chiara Mirante, e participa activamente na iniciativa Abraços grátis. Confessa: "Que felicidade ser útil ao próximo! Que alegria acolher com amor, procurando ser fonte de partilha!".

A quem pergunta "Porquê uma pessoa de êxito como tu, que tem de tudo, se põe em metade de uma rua a dar abraços?", Mara responde: "A nossa existência não é nada sem amor, sem um coração disposto a doar, a amar e ser amado".

"O verdadeiro renascimento espiritual - conclui Mara - está em entender que através de ti, outros podem ver uma luz que vai mais além da tua pessoa, mais além da carne e da matéria; a luz resplandecente de Cristo".


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1 comentário:

  1. Aonde encontro este livro em português? Se souber me contacte por email: wallisonaliaga@gmail.com

    Grato.

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