Director da Autoridade de Informação Financeira da Santa Sé explica detalhes do motu proprio do papa Francisco
Roma, 16 de Agosto de 2013
O papa Francisco assinou na semana passada um motu proprio
para a prevenção e o combate à lavagem de dinheiro, o financiamento do
terrorismo e a proliferação das armas de destruição em massa. O director
da Autoridade de Informação Financeira da Santa Sé (AIF), René Brülhart,
em entrevista à Radio Vaticano, destaca o grande compromisso de
transparência assumido pelo Vaticano.
Sobre o motu proprio, em particular, ele explica que "é
uma integração, no sentido de que a lista das tarefas da AIF cresceu com
a chamada vigilância prudencial". A AIF "tem a tarefa de avisar sobre
casos de lavagem de dinheiro e, consequentemente, no momento actual, tem
uma tarefa de supervisão".
A AIF "controla todas as actividades financeiras das várias instituições dentro do Vaticano", explica Brülhart.
Este processo de transparência começou com o motu proprio de
Bento XVI, no fim de 2010, quando foram tomadas as primeiras medidas,
comenta Brülhart. Com isso, "estamos falando de um período de tempo
relativamente breve, durante o qual pudemos dar passos muito concretos,
principalmente nos últimos meses".
E o trabalho destes últimos meses "está no caminho certo", afirma o director da AIF. "É fundamental o fato de termos criado os instrumentos
certos para que, esperemos que não aconteça mais, mas no caso de
ocorrerem de novo histórias feias ou surgirem outra vez circunstâncias
como as que já vivemos, contemos com os instrumentos adequados para
intervir de maneira concreta e até de forma pro-activa, para criar a
situação que nós queremos encontrar".
Brülhart destaca que é determinante "desenvolver um grande trabalho
de formação, uma grande obra de prevenção para introduzir as medidas
necessárias para obter uma forte sensibilização, para não se repetirem
eventos similares no futuro".
Sobre as perspectivas para uma futura cultura da transparência no
Vaticano, ele responde que são "muito positivas: acho que isto está em
sintonia com o espírito que perdura aqui. Acredito que todos nós temos o
desejo de transparência, de clareza, em especial da claridade interior.
Se pudermos contribuir para fazer isto progredir também no âmbito
financeiro, como temos feito nos últimos meses, acho que então estamos
todos no caminho certo".
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