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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Movimentos e comunidades: o papa pede frescor, liberdade e comunhão

Os métodos não devem ser defendidos com extremismo, porque se tornam ideológicos e fechados ao Espírito


Roma, 24 de Novembro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora


O papa Francisco recebeu neste sábado pela manhã, no Vaticano, os participantes do III Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais e das Novas Comunidades, que teve como tema “A alegria do evangelho: uma alegria missionária”. Francisco exortou os participantes a “manterem o frescor do carisma, respeitar a liberdade das pessoas e promover sempre a comunhão com a Igreja hierárquica”. Para isto, os convidou a não ficar apenas nos métodos e formas, e sim chegar à conversão missionária.

Realizado de 20 a 22 de Novembro, o congresso foi promovido pelo Pontifício Conselho para os Leigos.

Francisco recordou que no centro deste encontro há dois elementos: a conversão e a missão, que “estão intimamente relacionadas porque, sem uma autêntica conversão do coração e da mente, não se anuncia o evangelho, e, se não nos abrimos à missão, não é possível a conversão e a fé se torna estéril”.

Após esta consideração, o Santo Padre avaliou que as novas comunidades estão se projetando para uma fase de maturidade e, por isso, lhes ofereceu “algumas sugestões para o caminho de fé e de vida eclesial”.

Como primordial, ele indicou “o frescor do carisma”, porque, com o tempo, “aumenta a tentação de contentar-se, de tornar-se rígidos em esquemas tranquilizadores, mas estéreis”. O carisma é necessário para a sobrevivência: não são as estruturas o que garante a acção do Espírito Santo.

O papa os convidou a “não ficar somente nos métodos e formas”, mas a “responder com renovado entusiasmo ao chamamento do Senhor”, porque “foi a coragem evangélica o que permitiu o nascimento dos movimentos” e porque, se os métodos forem defendidos com radicalismo, eles “se tornam ideológicos” e “fechados à novidade do Espírito”, acabando por “sufocar o carisma que os gerou”.

Um ponto importante, além disto, é “o modo de acompanhar os homens do nosso tempo, em particular os jovens”. No mundo, “todos os meios educativos, em particular o mais importante, que é a família, sofrem hoje graves dificuldades”.

Por isso, o Santo Padre convidou a todos a “resistir à tentação de dirigir as pessoas sem esperar que elas amadureçam realmente”, já que “um progresso espiritual obtido a partir da imaturidade das pessoas é um sucesso apenas aparente, destinado a naufragar”. Afinal, “a educação cristã” sabe “esperar os tempos de cada um, como nosso Senhor faz com cada um de nós”.

Outra indicação dada pelo papa aos movimentos e comunidades eclesiais é a de “não esquecer que o bem mais precioso, o selo do Espírito Santo, é a comunhão. É a maior graça que Jesus conquistou para nós na cruz”.

E destacou: “Para que o mundo creia que Jesus é o Senhor, é necessário que ele veja a comunhão entre os cristãos (...) A unidade prevalece sobre o conflito” porque “o irmão vale muito mais do que as nossas posições pessoais”.

“A verdadeira comunhão não pode existir num movimento ou numa nova comunidade se ela não se integrar na comunhão maior que é a nossa santa mãe, a Igreja hierárquica”. Além disso, “a comunhão consiste em enfrentar juntos e unidos os temas mais importantes, como a vida, a família, a paz, a luta contra a pobreza em todas as suas formas, a liberdade religiosa e de educação”.
Em particular, destaca o pontífice, “os movimentos e as comunidades são chamados a colaborar para curar as feridas causadas por uma mentalidade globalizada, que coloca no centro de tudo o consumo, esquecendo-se dos valores essenciais da existência”.

O papa encerrou lembrando que os movimentos eclesiais e as novas comunidades já deram “muitos frutos à Igreja e ao mundo inteiro”, mas enfatizou que elas “darão frutos ainda maiores com a ajuda do Espírito Santo”, que suscita “dons e carismas”, bem como “com a intercessão de Maria”. 

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